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Project Cars Project Cars #82

À espera de uma loucura: a história da Subaru Impreza SW WRX de Marcelo R.

2001 foi um ano estranho. A sensação de pânico que tomou o mundo depois que os aviões derrubaram as torres gêmeas, em Nova York, só foi agravada por seguidos ataques terroristas, cartas com Anthrax, a invasão do Afeganistão, bolsas em colapso… e músicas da Jennifer Lopez tocando o tempo todo. O mundo nunca mais seria o mesmo, e de fato as mudanças foram muito além de sermos obrigados a tirar os sapatos em vistorias de segurança em aeroportos. Uma pequena revolução se iniciou naquele ano, com o lançamento do primeiro iPod, houve uma outra bem maior, com a China começando sua abertura comercial – mas para os gearheads de todo mundo, havia algo mais. Algo esperado com muito mais ansiedade. A chegada da nova geração do Impreza WRX!

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A Subaru o chamou de “New Age” pelo novo visual, rigidez à torção 148% maior, motor, freios, suspensão e aerodinâmica aprimorados… Mas não demorou muito para que ele ficasse conhecido como Bugeye (olhos de inseto). A revista Automobile o comparava ao Porsche Carrera 4S, a Motor Trend cravou o zero a 60 mph (96 km/h) em 5,6 segundos, e na Car & Driver ele foi mais rápido que o Audi S4 no quarto de milha! Isso tudo em meio a uma enorme polêmica sobre o visual do carro, algo que se tornaria uma tradição a cada mudança no WRX…

Enquanto isso, indiferente à toda polêmica sobre a aparência do carro, Richard Burns (1971 – 2005), piloto oficial da Subaru no WRC, tornou-se campeão mundial da categoria já no ano de estreia do novo modelo. Em uma temporada bastante disputada, Burns superou lendas do Rally, como Colin McRae (Ford Focus), Tommi Makinen (Lancer Evo VI e meio…) e Marcus Gronholm (Peugeot 206).

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Sim, razões não faltavam para comprar um WRX. Mas haviam alguns problemas, também. Na concessionária Subaru (na época, acho que só havia uma) não aceitaram meu Marea Turbo na troca, não permitiam test-drive, e tinham tanta certeza de que eu não compraria o carro que me deixavam horas passeando pela loja. Ninguém vinha falar comigo. Além disso, a Subaru era desconhecida: dizem que menos de 50 WRX foram vendidos em 2001, e as pessoas achavam que o carro era coreano, ou tunado, ou apenas muito feio.

Era uma decisão difícil, eu precisava de mais alguma coisa, um impulso, um sinal, aquela confluência perfeita de acontecimentos. O tipo de coisa que rola quando alguém compra um carro especial ou encontra o amor da sua vida – às vezes eles são a mesma coisa…

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Enquanto esperava essa tal “coisa mágica” acontecer, fiz a única coisa que se deve fazer nestas situações: comprar o carro no Gran Turismo! A versão no jogo era STi, mas fiz um detuning para deixá-la mais parecida com a WRX normal. Depois medi a velocidade máxima, zero a 100, tempos de volta em diversas pistas, comparei com outros carros (usava o Fiat Coupé Turbo representando o Marea…), e claro, fiz modificações que mais tarde seriam aplicadas ao carro de verdade (e faço isso até hoje…).

Até esperei algum tempo, mas não houve nenhum sinal, nenhuma coincidência, nada que fizesse a decisão de comprar uma peruinha com olhos esbugalhados não parecer uma grande loucura. No final das contas, eu teria mesmo que ser louco para comprar um Subaru Impreza SW WRX em 2001.

E naquele final de 2001…

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Meu nome é Marcelo – AllRacing 77 no Disqus – e Susie é como chamamos a WRX SW Bugeye que mora aqui em casa. A partir do próximo post, contarei todas as histórias que rolaram depois! Não hesitem em sugerir, criticar ou perguntar o que quiserem nos comentários!

Por Marcelo R., Project Cars #82

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