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Car Culture

A picape do Marty, a Kombi dos terroristas, o Ford de Biff: relembre os outros carros em “De Volta Para o Futuro”

Na primeira parte deste post, vimos os carros que aceleram e voam em “De Volta Para o Futuro II”. Você sabe, Marty e o Dr. Brown vão chegar a 2015 daqui a 15 dias, então achamos que seria legal mostrar os carros que eles encontram em sua segunda aventura pelo tempo.

Agora, é a vez de vermos os carros que aparecem nos outros filmes. Lembra que o pai da Jeniffer Parker dirigia uma perua? E o conversível do Dr. Brown de 1955, sabe qual era? Lembra também que Marty acaba preso em um porta-malas durante o baile da escola de seus pais? São esses alguns dos carros que veremos no post de hoje.

 

DeLorean DMC-12

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Vamos começar com o grande ícone do filme, o DeLorean DMC12. Sim, nós já contamos a história dele aqui. O que nunca contamos é que a ideia original não era usar um DeLorean como máquina do tempo. Na verdade, o produtor Bob Gale e o diretor Robert Zemeckis sequer pensaram em usar um carro, e sim uma geladeira.

Felizmente, durante o desenvolvimento do roteiro (que foi escrito pela dupla), eles perceberam que as crianças poderiam tentar imitar o filme e acabar presas em geladeiras. Além disso, seria muito mais conveniente se a máquina do tempo fosse móvel. Sorte a nossa: imagine um filme em que se viaja no tempo em uma geladeira. Além disso, se é para influenciar crianças, que seja com um carro bacana acelerando a 140 km/h, não?

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Revista de ficção-científica do garoto da fazenda

O DeLorean foi escolhido por um único motivo: seu visual futurista era perfeito para aquela cena da chegada de Marty em 1955, na qual a família do fazendeiro Otis Peabody acredita estar diante de uma nave espacial.

 

Toyota Hilux Deluxe Xtracab

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Nós já a vimos ontem: é a picape preta que está chegando na concessionária Statler Toyota na plataforma de um caminhão. O modelo original é bem mais careta que a picape do filme, isso por que ela é customizada para parecer um sonho de consumo para um adolescente de 17 anos, e é retratada como “mais uma 4×4 personalizada para a Statler Toyota”. Lembra quando comprar um carro novo era quase um evento social?

A receita da personalização é: remoção de todos os cromados por peças pretas, rodas US Wheels modulares com miolo preto, três pares de faróis auxiliares da KC e pneus lameiros da Goodyear. O motor é um 2.4 quatro-cilindros de apenas 106 cv.

Aqui vale uma observação: a Statler está presente nos quatro períodos retratados na trilogia “De Volta Para o Futuro”, sempre no ramo de transporte pessoal: em 1885 a empresa vende cavalos e em 1955 é uma concessionária Studebaker. Como a Studebaker faliu em 1967 e os japoneses começaram a invadir os EUA no fim dos anos 1970, ela se tornou a concessionária Toyota retratada em 1985. O único deslize da trilogia foi transformá-la em uma loja da Pontiac em 2015. Será que eles achavam que os carros japoneses eram apenas uma moda passageira?

 

AMC Eagle

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Esta é a perua que o pai de Jennifer Parker dirige. O carro aparece quando ela e Marty estão conversando na praça do relógio, combinando o fim de semana no lago.

Um fato curioso é que esta perua é considerada o primeiro crossover da história. Ela era basicamente um AMC Concorde com suspensão elevada e tração integral — exatamente a receita adotada pela Subaru com o Legacy Outback e pela Volvo com seu XC70. O modelo do filme é um 1984, último ano do capô plano — em 1985 ele ganharia uma saliência — equipado com um seis-em-linha de 4,2 litros e apenas 114 cv, produzido pela própria AMC.

 

Chevrolet Nova

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Nunca viu um Chevy Nova em “De Volta Para o Futuro”? É por que ele aparece rapidamente, sendo guinchado no quintal da casa dos McFly. É esse o carro que a versão loser de George McFly dirige, mais exatamente um Nova 1976 com o motor básico seis-em-linha de 105 cv.

O carro acaba destruído depois que George o emprestou para Biff Tannen, seu chefe no escritório, sem avisar que o carro “tinha um ponto cego”. Biff estava dirigindo enquanto bebia uísque e acabou batendo o carro, acabando com as chances de Marty usá-lo para sair com Jeniffer.

 

Volkswagen Typ 2/Kombi

Um dos principais carros do primeiro filme é a Kombi saia-e-blusa dos terroristas líbios, que descobrem que o Dr. Brown roubou o plutônio deles e vão acertar as contas com o cientista malucão. A Kombi, conhecida nos EUA como VW Bus, é um exemplar 1975 da segunda geração, ainda feito sobre a mesma plataforma da primeira. Ela é basicamente a nossa Kombi “Clipper” (lançada aqui em 1976) com porta lateral deslizante e apenas três janelas em cada lado, como o modelo “Carat”, de teto alto, que chegaria por aqui somente no fim dos anos 1990.

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Sendo uma versão americana de 1975, ela usa o motor boxer 1.8 com injeção eletrônica Bosch L-Jetronic, que produz 76 cv. É uma variação do motor 1.7 que foi vendido no SP2 e que também equipou os modelos americanos do Porsche 914.

Um fato curioso: a primeira cena em que a Kombi aparece não é a da perseguição no shopping. Se você reparar com atenção nos carros do centro de Hill Valley durante o papo de Marty e Jeniffer no começo do filme, verá a Kombi estacionada ali por perto.

 

Buick Super Riviera, Chevrolet Bel Air Nomad, Plymouth Deluxe e Plymouth Crankbrook

Depois de fugir da fazenda do velho Peabody, Marty para o DeLorean ao topar com o outdoor do empreendimento que se tornaria o residencial onde mora em 1985. Ali, ainda incrédulo por realmente ter voltado no tempo, ele vai para o meio da estrada pedir ajuda a um casal de velhinhos que se aproximava de carro. Caso você tenha se perguntado alguma vez, é um Buick Super Riviera, o modelo de luxo da marca americana na época, equipado com o motor oito-em-linha “Fireball” de 4,3 litros e 113 cv, capaz de levá-lo aos 145 km/h.

Ao chegar no centro de Hill Valley, Marty é quase atropelado por um Plymouth Deluxe 1950 ao atravessar a rua (na faixa!) em direção à praça. Ali, ainda impressionado com a cidade de 1955, ele assiste ao atendimento personalizado da Texaco quando um Plymouth Crankbrook aciona as sinetas da pista do posto e uma equipe com quatro funcionários dá uma geral no carro.

Nessa mesma sequência, ele encontra um Chevrolet Nomad 1955 servindo de carro de apoio para a campanha do prefeito “Red” Thomas. Curiosamente, o carro do político é o único “carro do ano” a figurar no filme até então.

 

Chevrolet Bel Air 1953

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Depois de encontrar acidentalmente a versão jovem de seu pai, Marty o segue a uma certa distância e descobre que George McFly é um voyeur, que assiste à jovem Lorraine Baines trocar de roupa escondido em uma árvore. Como descobrimos no início do filme, é esse episódio que causa o primeiro encontro do casal: George cai da árvore e é atropelado pelo futuro sogro.

Acontece que Marty agora estava presente e não resiste ao impulso de salvar o pai do atropelamento. No fim, Marty é quem acaba atropelado pelo Chevrolet Bel Air 1953 de seu avô, que ainda não é seu avô. Em 1953, o nome Bel Air era aplicado somente aos modelos do topo da linha, equipados com o motor seis-em-linha Blue Flame, de 3,9 litros e 107 cv. Olhe bem para todo aquele metal duro e cromado na dianteira do carro e imagine como é ser atropelado por um cara desses.

 

Ford Super Deluxe 1946

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Enquanto tenta desfazer o problema que causou — impediu o primeiro encontro de seus pais e colocou em risco sua própria existência — Marty acaba arrumando uma briga com o jovem Biff Tannen no Lou’s Café (o mesmo lugar que se tornaria o Café 80’s em 2015). Marty sai correndo e convenientemente encontra um brinquedo que pôde ser transformado em skate em dois segundos, enquanto Biff e seus comparsas Match, Skinhead e 3D entram no conversível preto do bad boy.

O carro é o típico transporte dos jovens descolados da época: um Ford Super Deluxe Convertible 1946, equipado com o motor V8 flathead, possivelmente modificado, dado que Biff é meio chegado do mecânico. O carro, apesar de ser um dos mais legais do filme, está nas mãos de um completo imbecil, e você sabe em que essa combinação (imbecil + carro) resulta não é? Sim: o carro acabou batido. Em um caminhão. Um caminhão de esterco bovino.

Packard Custom Eight Victoria 1948

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Sem conseguir desfazer a lambança, Marty precisa dar sua última tacada antes de ter sua existência apagada: levar sua própria mãe ao baile e agir como um tarado com ela para que seu pai a salve e eles se apaixonem e se casem e tenham seus três filhos.

Para a missão, o Dr. Brown empresta seu carro, um belíssimo Packard Custom Eight Victoria 1948 conversível, para Marty buscar e levar Lorraine ao baile “Encanto Submarino”. O carro é um modelo de luxo da época, equipado com um motor oito-em-linha de 5,8 litros e 160 cv.

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Apesar de sua cara de maluco, vem de uma família rica alemã, os Von Braun. É por isso que ele tem um carro como o Packard, e mora na famosa Gamble House.

 

Cadillac Series 62

1949

Enquanto estava no Packard com sua mãe, Marty é flagrado por Biff, que o arranca do carro e manda seus capangas “darem um jeito” nele. Os desmiolados jogam Marty no porta-malas do carro que a banda “Marvin Berry & The Starlighters” usava como hotbox.

O modelo é um Cadillac Series 62 1949 sedã. Era o modelo médio da Cadillac na época, e vinha equipado com um V8  5.4 de 160 cv com válvulas no cabeçote. Só não pergunte como eles colocavam os cinco integrantes da banda e todos os instrumentos dentro do carro.

 

BMW 733i

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Como George McFly enfrentou o bullying de Biff Tannen em 1955, ele nunca mais foi importunado pelo valentão babaca e isso alterou significativamente o seu futuro. George se tornou confiante e isso lhe rendeu uma carreira bem-sucedida como escritor de contos de ficção científica. É por isso que, quando Marty volta a 1985, em vez de um Chevy Nova batido, ele encontra um BMW 733i 1984 sendo encerado por uma versão loser de Biff Tannen.

O 733i era uma versão intermediária da Série 7 da BMW na época, equipada com o belo seis-em-linha M30 de 3,2 litros e 197 cv e, nos anos 1980, era um símbolo de status nos EUA, assim como os Audi e Mercedes.

 

Quer mais? Então clique aqui para ver o post com os carros de “De Volta Para o Futuro II”