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Car Culture

Alfa Romeo 156 Coloni S1: um monoposto de corrida disfarçado de sedã italiano

O Alfa Romeo 156 é um dos carros mais bonitos do mundo, e isto é fato. Se eu não soubesse que beleza é algo subjetivo, diria que o Alfa 156 é o carro mais bonito do mundo, ponto. Ao menos é o que eu acho neste momento, enquanto encaro pela tela do computador aquela que, provavelmente, é a versão mais extrema do Alfa Romeo 156 já feita: o Coloni S1.

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Quando se fala de versões de turismo dos carros da Alfa Romeo, é provável que o primeiro nome a pipocar no seu cérebro seja o do Alfa Romeo 155. E com razão: o 155 V6 Ti – que, como o nome indicava, tinha um motor V6 de 2,5 litros e pelo menos 500 cv a 11.000 rpm – foi o vencedor do Campeonato Alemão de Turismo, o DTM, em 1993, superando um batalhão de alemães. E ele roncava como um carro de Fórmula 1.

Mas o Alfa Romeo 156, lançado em 1996, também teve suas glórias nas corridas de turismo. Entre 2000 e 2003, o Alfa 156 GTA venceu quatro vezes em sequência o Campeonato Europeu de Turismo, com os pilotos italianos Fabrizio Giovanardi e Gabriele Tarquini. Tal qual o 155 V6 Ti, o 156 GTA usava o monobloco original – mas, em vez de um seis-cilindros, tinha uma versão de até 275 cv do motor 2.0 16v Twin Spark.

O Alfa Romeo 156 GTA podia não ter o mesmo ímpeto do 155 V6 Ti, mas era inegável que ele tinha seu charme. Agora, com Alfa Romeo 156 Coloni S1, a coisa era bem mais radical – ele era, na prática, uma reedição do Alfa Romeo 164 que foi criado para substituir o BMW M1 na Procar, em 1988, mas jamais competiu. Esse cara aqui:

Embora parecesse um Alfa Romeo 164, por baixo da carroceria o carro tinha construção do tipo spaceframe com o motor – um V10 de 3,5 litros e 620 cv a mais de 13.000 rpm – como componente estrutural. Ele deveria ser usado na categoria de apoio da Fórmula 1 no fim dos anos 80, mas só fez uma aparição pública, antes do GP de Monza de 1988.

Mas o Alfa Romeo 164 Procar não deixa de ser incrível por ser uma bolha – e o mesmo vale para o Alfa Romeo 156 Coloni, criado 12 anos depois, em 2000.

O carro foi construído pela Scuderia Coloni, equipe fundada em 1982 por Enzo Coloni, e que conseguiu fama por ter tentado se classificar 82 vezes para a Fórmula 1 entre 1987 e 1991, mas só conseguido participar de 14 Grand Prix. E mais: foi a Coloni que, em 1990, usou o fracassado motor flat-12 da Subaru. O melhor resultado da equipe foi um oitavo lugar no GP do Canadá de 1988, com Gabriele Tarquini ao volante. Depois de seu fracasso na Fórmula 1, a Coloni apostou em categorias menores, como a Fórmula 3000, a Fórmula 3 e a GP2, com resultados apenas razoáveis.

A história do Alfa Romeo 156 Coloni S1 é bastante obscura, e é difícil obter informações. O que se sabe: no fim dos anos 1990, começou a ser organizado por uma companhia espanhola chamada RPM um campeonato nos moldes da Stock Car, o Campeonato Maxiturismo. A RPM contratou a Coloni para projetar um chassi a ser usado por todos os carros, sobre o qual as equipes poderiam instalar o motor e a carroceria que quisessem.

A Coloni se inspirou pelo Alfa Romeo 164 Procar para criar o 156 Coloni S1, com uma bolha que reproduzia as formas do sedã de rua, porém feita de fibra de carbono, e com apenas duas portas. A suspensão usava braços triangulares sobrepostos e amortecedores Eibach na dianteira e na traseira, e o motor ficava em posição central-traseira – um V6 Alfa Romeo de três litros e 380 cv, acoplado a uma transmissão sequencial Hewland de seis marchas. As rodas eram um jogo de OZ Racing de 18×9,5 polegadas na dianteira e 18×11,5 polegadas na traseira, e abrigavam freios Brembo com discos de carbono-cerâmica. O piloto ia sentado no meio, como e um monoposto.

Sem dúvida era um conjunto impressionante – e o espetáculo audiovisual proporcionado por ele, também. Há alguns vídeos antigos do Alfa Romeo 156 Coloni S1 no Youtube que evidenciam isto:

Mas havia um probema: o preço. Um carro custava o equivalente a US$ 300.000 na época, sem levar em conta a infraestrutura de pista. O 156 Coloni S1, ao que parece, foi construído pela Scuderia Coloni para convencer equipes e fabricantes a entrar para o Campeonato Maxiturismo, aparentemente ninguém estava interessado em investir em uma categoria recém-criada na Espanha. Nem mesmo a Alfa Romeo.

Na época, os organizadores da competição chegaram a dizer que, caso não houvesse adesão de equipes, todo o trabalho de desenvolvimento seria em vão, e o protótipo acabaria em um museu. E foi exatamente o que aconteceu.

O Alfa Romeo 156 Coloni S1 chegou a participar de alguns eventos de exibição e track days, mas jamais disputou uma corrida de fato. No momento ele está em uma loja holandesa chamada Classic Cars for Sale, que só revela o preço a quem entrar em contato e estiver realmente interessado. Ao que parece, o carro está em condições de correr – e pilotá-lo deve ser uma bela experiência.