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Lançamentos

Alfa Romeo lança novo Giulia com tração traseira, um V6 turbo de 510 cv

O dia 24 de junho não foi escolhido à toa pela Alfa Romeo para a apresentação de seu novo sedã médio, o Giulia. Ele é o primeiro da marca a trazer tração traseira desde o fim da produção do Alfa 75/Milano, em 1992. E 24 de junho é o aniversário de fundação da Alfa Romeo, mais precisamente 105 anos atrás, em 1910. O Giulia marca quase uma refundação da empresa. É a sua mais nova tentativa de viver tempos gloriosos e, possivelmente, é a melhor de todas até aqui.

O novo Giulia recebeu este nome em homenagem ao sedã que colocou a Alfa Romeo no mapa dos grandes fabricantes de automóveis. Até pouco antes de seu lançamento, a empresa havia fabricado apenas 35 mil carros. E só do Giulia foram feitas 575.390 unidades. Vale ler mais sobre a história dele aqui.

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A apresentação do carro aconteceu no novo museu da marca, em Arese, cidade próxima de Milão, na Itália, que também foi inaugurado hoje. Infelizmente a Alfa Romeo só divulgou dez fotos e não entregou os detalhes técnicos mais saborosos de sua nova musa mecânica — algo realmente necessário para interpretar as pretensões deste novo sedã

O carro tem motor V6  2.9 de 510 cv  na versão Quadrifoglio, a mais nervosa da linha. Como a Alfa divulgou a relação peso / potência de 3 kg/cv, fica evidente que o sedã pesa 1.530 kg. Mas não sabemos seu comprimento, entre-eixos, altura ou largura. Com o V6, que tem origem Ferrari, o novo Giulia vai de 0 a 100 km/h em 3,9 s.

O motor da versão de entrada não foi revelado, apenas descrito como um “avançado e moderno quatro-cilindros desenvolvido para a Alfa Romeo”. Eles estão falando do provável substituto do 1750 TBi, mas não dá para saber se ele será capaz de desenvolver mais de 300 cv, contra os 240 cv do motor atual, como os rumores davam conta.

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A distribuição destes 1.530 kg pelos eixos dianteiro e traseiro seria perfeita, com 765 kg sobre cada um deles, ou 50/50. Para isso, todos os elementos mecânicos do modelo estariam entre os eixos, o que tornaria o Giulia um carro de motor central-dianteiro. Mas não temos certeza, já que a Alfa não divulgou imagens do cofre do motor.

O carro foi criado pelo que o grupo FCA chama de Skunks, devido aos Skunk Works da Lockheed Martin, que desenvolveram alguns dos aviões mais incríveis do mundo. A ideia foi pegar seus melhores engenheiros e designers, selecionados tanto pela competência técnica quanto pelo amor à Alfa Romeo, para trabalhar em um local isolado, de modo quase autônomo. Eles usaram materiais leves para garantir ao carro excelente desempenho. O cardã, o capô, o teto e a estrutura dos bancos são de fibra de carbono, enquanto o bloco e cabeçote do motor, pinças de freio, braços da suspensão, portas e para-lamas são de alumínio. Os discos de freio são de carbono cerâmica.

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Segundo a marca, apesar do alívio de peso, o carro tem a melhor rigidez à torção de sua categoria, que inclui carros como Mercedes-Benz Classe C, Audi A4, Jaguar XE, Volvo S60 e BMW Série 3.

Segundo a empresa, a Alfa Romeo sempre foi conhecida por cinco pilares: design italiano, motores inovadores, com o estado da arte em tecnologia, perfeita distribuição de peso, soluções técnicas únicas e a melhor relação peso/potência. E tudo isso teria sido usado na criação do Giulia.

Uma de suas soluções inovadoras estaria na suspensão. A dianteira é double wishbone, ou braços triangulares sobrepostos (duplo A), com eixo de esterço semivirtual, segundo a empresa. Isso seria uma solução técnica capaz de garantir à direção o máximo de precisão e de retorno ao motorista. Também impediria que o cáster se alterasse mesmo em curvas fortes, permitindo ao carro atingir elevados níveis de aceleração lateral. Esse sistema é exclusivo do Giulia, o que dá pistas de que sua plataforma pode ser herdada de outro modelo.

Fala-se no Maserati Ghibli, que é baseado no Quattroporte (e não em uma variação da plataforma Chrysler LX, uma confusão comum). Seria um retorno em grande estilo se a plataforma do Giulia for realmente derivada da Maserati.

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O sistema Integrated Brake System, que alia o controle de estabilidade a um servofreio comum por meio de um “inovador sistema eletromecânico”, traria respostas instantâneas de freio, com diminuição recorde nas distâncias de frenagem. Mas também não há explicação aprofundada sobre isso.

Também há o Active Aero Splitter, um sistema dianteiro que gerencia apêndices aerodinâmicos para aumentar a sustentação negativa do carro em altas velocidades. Ele é controlado pelo Chassis Domain Control, a central eletrônica do Giulia, encarregada de melhorar o desempenho e o prazer ao dirigir.

Outra solução interessante é a vetorização de torque com sistema de dupla embreagem para o eixo traseiro. Com isso, a transmissão de força para as rodas é feita de modo individual, o que ajuda não apenas em condições de baixa aderência, mas também quando se anda forte com o carro. Essa solução é parte de um esforço da marca em não recorrer a sistemas eletrônicos invasivos.

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Não há informações sobre o câmbio, mas a bendita revista Quattroruote estava no evento e fotografou a redenção da marca. Espia:

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Talvez não seja a única opção, mas É MANUAL!!! De seis marchas. E o painel reforça o que postamos ontem, vazado de um perfil no Twitter. Como se pode constatar, era verdadeiro!

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Um carro nessa faixa de preço também tem de ter câmbio automático e as imagens que vazaram confirmam isso. É bem possível que a escolha recaia sobre o ZF de oito marchas que toda a indústria adotou atualmente. Todos os controles estão concentrados no volante e o release informa haver dois seletores no console central. Um é do sistema DNA (Dynamic, Natural, Advanced Efficient, para economia, e Racing), que modifica o comportamento do carro de acordo com o que o motorista preferir. Outro, para o sistema multimídia. Mas há também um terceiro seletor. Resta saber do que se trata, mas um dia a marca nos conta.

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Aparentemente, a falta de informações se deve ao fato de que o desenvolvimento do modelo ainda não terminou. A previsão de lançamento para o carro é em 2016, mas, de todo modo, há coisas que não devem mudar, como a potência do motor V6. Tudo isso já poderia ter sido apresentado, ainda mais em uma data tão especial para a Alfa Romeo. Continuamos na torcida para que ela se reerga. E que chegue aos sonhados 400.000 carros em 2018, como Sergio Marchionne estabeleceu como meta.