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Car Culture

Blocos gearhead: as criações automotivas (ou não) mais legais já feitas com Lego

Nesta semana, uma notícia mexeu com o mundo dos negócios: a marca mais poderosa do mundo não é mais a Ferrari, como foi em 2014. A marca do cavallino rampante agora ocupa a nona posição no ranking de marcas mais influentes do planeta, divulgado todos os anos pela Brand Finance, organização que ajuda a definir o valor de cada uma das grandes corporações que atuam hoje em dia.

Quem entrou no lugar da Ferrari? Não foi a Lamborghini, a McLaren ou outra fabricante de supercarros — até porque a Brand Finance avalia a importância de cada companhia como empresa e, de forma alguma se limita a marcas de automóveis. Foi a dinamarquesa Lego que, para quem morou em Marte nos últimos 66 anos, fabrica blocos de montar e outras peças para montar qualquer coisa.

Kimi Raikkonen, último campeão pela Ferrari, em 2007

Segundo a Brand Finance, a marca Ferrari vem perdendo força nos últimos anos por, ao menos, duas boas razões: o último título mundial da Scuderia Ferrari na Fórmula 1 data de 2007 (oito anos atrás!) e, queira ou não, a equipe de F1 é uma das maiores forças para a imagem da Ferari; e o fato de Luca di Montezemolo deixar a companhia acabou mexendo com a percepção da marca por seus adoradores e clientes — Montezemolo era apaixonado pela marca, e um dos últimos executivos que faziam questão de manter a Ferrari em uma posição de exclusividade, limitando as vendas a cerca de 7.000 carros por ano, enquanto o novo chefe, Sergio Marchione, pretende aumentar este limite para 10.000 unidades.

Com a Lego, é o oposto: a fabricante dinamarquesa nunca foi tão popular e, nos últimos anos, licenciou produtos (com kits da Ferrari, inclusive), lançando linhas que não distinguem gêneros e aumentam as possibilidades de construção. Desse modo, o apelo da marca é universal — crianças gostam porque são divertidos, adultos gostam porque dá para liberar a criatividade e despertar a nostalgia. Só é preciso tomar cuidado para não pisar neles descalço de madrugada, porque dói muito.

Além disso, kits de Lego são muito mais acessíveis do que uma Ferrari. E foi pensando nisso que decidimos selecionar algumas das criações entusiastas — veículos, vídeos, cenários, réplicas — mais legais já feitas com Lego.

 

O trailer de Top Gear com Lego

A nova temporada de Top Gear está indo muito bem, obrigado — com direito a um momento tenso com Richard Hammond e um Land Rover tentando subir uma represa —, e, na boa, já nos conquistou antes mesmo de começar. Como? Com este trailer feito pela Lego, com uma animação divertidíssima protagonizado por Hammond partido ao meio, um Stig sem corpo e James May usando um esfregão no lugar do cabelo (uma referência muito sutil ao corte “moptop”, que significa literalmente “cabeça de esfregão). Ah, e claro, Jeremy Clarkson roubando a cena sem fazer absolutamente nada útil, para variar.

E que tal alguns boatos sobre o Stig, encenados com Lego?

 

A linha Lego Speed Champions

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Por alguns breves instantes no trailer acima — na hora da vinheta — apareceram alguns carros feitos de Lego. Eles não estavam ali por acaso: a companhia aproveitou para mostrar alguns dos novos kits Speed Champions, que são recriações de modelos da Ferrari, da Porsche e da McLaren em Lego (ah, jura?) e começarão a ser vendidas em março deste ano.

Além da LaFerrari, do McLaren P1 e do Porsche 918 Spyder — os três hipercarros mais falados do momento —, farão parte da linha o Porsche 911 GT3, a Ferrari 458 Italia GT2 e as equipes da McLaren e da Ferrari na Fórmula 1 (com direito a um caminhão da Scuderia!) Não são réplicas fiéis, como as feitas com a linha Technik, mas são bem legais e divertidas.

 

O carro feito de Lego movido a ar comprimido

Quando falamos que dá para fazer qualquer coisa com Lego, não estamos brincando. Este cara, por exemplo, fez um carro em tamanho real e totalmente funcional. Usando mais de 500 mil peças, o australiano Steve Sammartino conseguiu fazer um conversível com bancos de Lego, volante de Lego, portas que abrem de verdade (e, claro, são feitas de Lego) e até um motor de Lego.

Na verdade, são vários pequenos motores que, com 256 pistões reciprocantes movidos a ar comprimido, conseguem levar o carro até os 9 km/h. Não é o sonho dourado de todo geek?

 

Filmes em stop motion

O Dodge Charger e o Supra de Dom Toretto e Paul Walker foram trocados por dois carros genéricos, mas está valendo

Usando várias fotografias e algum conhecimento de edição de vídeo, é possível criar pequenas obras primas com a técnica do stop motion.

Este pequeno vídeo em stop motion com uma versão de Lego de Mad Mike, um dos pilotos da equipe Red Bull de drift profissional, é uma prova. Feito pelos caras do Revheads.com com todo o capricho no fim de 2013 — o vídeo tem até ronco de Wankel de verdade e fumaça de pneu feita com peças de plástico (deve ter dado um baita trabalho), e é uma prova de que daria para viver em um mundo de lego e ainda assim se divertir bastante.

A propósito, o Mad Mike de verdade anda beeeeem mais rápido, e seu Mazda cospe fogo:

Com mais dedicação e orçamento, há quem consiga fazer animações ainda mais fluidas, longas e divertidas, como esta perseguição policial em alta velocidade:

O criador do vídeo usou a técnica do stop motion até para mostrar em detalhes como os carros foram feitos. Imperdível!

Ou esta entrega de uma pizza com direito a cenas onboard de dentro dos carros e alguns atropelamentos. Dá até dó dos bonequinhos:

 

Réplicas de motores

Existe no YouTube um canal chamado “Lego Solde”. Solde é o pseudônimo do cara que cuida do canal, e ele faz réplicas de motores de verdade usando Lego. É realmente impressionante, porque ele consegue reproduzir não apenas o visual dos motores, mas também diversos aspectos de sua funcionalidade. O vídeo acima mostra um Toyota 4AGE — o motor de 1,6 litro com comando duplo no cabeçote que equipou o lendário Toyota AE86, a versão mais legal do Corolla já fabricada. Abaixo, o RB26DETT do Nissan Skyline GT-R — um seis-em-linha de 2,6 litros equipado com dois turbocompressores.

Os efeitos sonoros deixam tudo mais convincente

Quer algo mais familiar? Então olha só este boxer Volkswagen que ele fez — girando alto, ele até soa como um motor de Fusca de verdade:

Para encerrar, que tal o W16 do Bugatti Veyron?

É de cair o queixo, não?

 

Esta equipe da Martini Racing

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Não é nenhum segredo que o logo do FlatOut é uma homenagem à Martini Racing. Sendo assim, é natural que esta pequena recriação de uma equipe de corrida patrocinada pela marca de bebidas tenha um lugar especial no nosso coração. Seu criador, Malte Dorowski, é fã de carteirinha da Porsche — o que explica a presença do Porsche 936; do 911 RSR, de 1974; do 935 e do 911 slant nose na mesma equipe.

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Dorowski até se deu ao trabalho de fazer toda a equipe de apoio, com uma Kombi Martini e um caminhão Ford C-Type, muito usado na década de 70 para transportar carros de competição.

Sabemos que não foi uma homenagem para a gente, mas ficamos lisonjeados.

 

Os carros de corrida clássicos de Biczzz

Honda RA272

Você se surpreenderia com a habilidade de algumas pessoas em criar réplicas de carros de competição usando Lego. A miniatura acima, do Honda RA272, um dos mais bonitos e sonoros monopostos na história da Fórmula 1, parece que vai sair a qualquer momento acelerando seu V12 de 1,5 litro a 14.000 rpm.

Que ronco, amigos, que ronco!

A réplica de lego foi construída por alguém que se identifica no Flickr como “Biczzz”, e é só uma de várias criações espetaculares do português — ele também já fez caminhões, picapes e modelos históricos como o Shelby Cobra e o Alfa Romeo T33. A galeria do cara é um verdadeiro deleite!

 

A casa de lego do James May

Se os blocos de Lego são tijolos, por que não fazer uma casa de verdade com eles? Foi exatamente isto o que James May, do Top Gear, fez no quinto episódio de seu programa James May’s Toy Stories. Com a ajuda de 1.000 voluntários, ele conseguiu construir a casa em mais de um mês — e ainda passou uma noite inteira nela.

Como foi? “A cama era meio dura, mas eu dormi feito um tijolo”, disse o cabeludo apresentador britânico. Depois que o programa foi gravado, os produtores ainda tentaram vender a casa para o parque temático Legoland, em Windsor, no Reino Unido, mas o custo de desmontagem e reconstrução — avaliado em cerca de £ 50 mil, ou aproximadamente R$ 220 mil — mostrou-se proibitivo e a casa precisou ser destruída. Ou melhor, desmontada e transformada em várias outras coisas legais.

Você com certeza já viu outras criações incríveis que misturam Lego com o mundo dos carros. Sinta-se à vontade para se manifestar nos comentários!