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Automobilismo Zero a 300

De Ascari a Villeneuve: dez dos pilotos mais importantes da história da Scuderia Ferrari

Com 70 anos de história, 226 vitórias e 16 títulos mundiais de pilotos na Fórmula 1, oito vitórias na Mille Miglia, sete na Targa Florio e nove nas 24 Horas de Le Mans, é quase impossível atender ao título desta matéria sem cometer injustiças. Como eleger apenas dez? Alonso, Barrichello, Massa, Raikkonen, Mansell, Regazzoni, Bandini, Prost, Vettel, Von Trips, Taruffi e o pouco conhecido Clemente Biondetti, que entre 1948 e 1949 venceu nada menos que quatro edições da Mille Miglia e duas da Targa Florio, são apenas alguns dos nomes que nos sentimos penalizados ao deixar de fora.

Ao mesmo tempo, ficamos com a sensação de que este panteão que formamos representa a síntese dos pilotos mais importantes da história da Scuderia Ferrari: nove pilotos míticos e um que foi essencial para que a Ferrari se sustentasse como ela é hoje. O ranking está disposto em ordem alfabética do sobrenome. Recline sua poltrona e acelere conosco nessa viagem!

 

Ferrari 70 anni di emozioni

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Esta é a terceira matéria (veja a primeira aqui e a segunda aqui) de uma série sobre alguns dos momentos mais marcantes dos 70 anos da Ferrari – um oferecimento Relógios Scuderia Ferrari, vendidos no Brasil exclusivamente pela Vivara em lojas físicas ou no e-commerce. Dica: comprando um relógio Scuderia Ferrari, você ganha um chaveiro oficial. Confira as regras da promoção no site da Vivara.

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Alberto Ascari

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Preciso, veloz e suave, considerado por alguns como o melhor piloto italiano de todos os tempos (nós preferimos atribuir este título para Tazio Nuvolari, mais abaixo nesta matéria) e um dos maiores rivais de Juan Manuel Fangio. Bicampeão na Fórmula 1 (1952 e 1953) e vencedor da Mille Miglia em 1954, possui alguns recordes cravados em 1952 e que são até hoje imbatíveis, tais como 75% das vitórias possíveis, 75% das voltas mais rápidas e 5 hat tricks (pole, volta mais rápida e vitória), tudo em uma mesma temporada.

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Alberto faleceu em 26 de maio de 1955, exatamente com a mesma idade de seu pai Antonio. No dia, Ascari sequer iria pilotar: ele iria assistir o teste de seu companheiro Eugenio Castellotti na Ferrari 750 Monza na qual ambos disputariam os 1000 km de Monza. Tentado pela vontade de experimentar o carro, pegou emprestado o capacete de Castellotti e partiu pra pista, de terno e gravata. Uma possível falha mecânica numa curva extremamente velocíssima à esquerda (Curva del Vialone) fez o carro sair da pista e capotar duas vezes. Ascari faleceu no local. Em 1972, a curva foi redesenhada para um “S” de média velocidade e rebatizada de Variante Ascari, em tributo ao grandioso e último campeão italiano da Fórmula 1.

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Luigi Chinetti

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Sem Luigi Chinetti, há chances de a Ferrari como conhecemos hoje nunca ter florescido a tal ponto. Nascido italiano, o mecânico, piloto, vendedor e expert em marketing Chinetti se mudou para os EUA durante a II Guerra e adquiriu a cidadania norte-americana. Apaixonado por corridas de gran turismo, ganhou três edições das 24 Horas de Le Mans – a última delas (1949) foi a primeira vitória da Ferrari na prova, a bordo do roadster 166MM com motor V12 Colombo de dois litros – leia aqui os detalhes do motor mais longevo da história da marca. Mais do que isso, foi a North American Racing Team, equipe oficial Ferrari de Chinetti, que conquistou a última vitória da Ferrari na prova: a edição de 1965, com o trio Jochen Rindt, Masten Gregory e Ed Hugus a bordo de uma Ferrari 250 LM. E esta sigla de quatro letras – NART – é que conta parte do grande legado de Luigi.

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Em 1954, Chinetti (à esquerda na foto acima) foi encarregado por Enzo de ser o primeiro – e por muito tempo, o único – representante Ferrari na América do Norte. É preciso lembrar que no pós-guerra, a economia em grande parte da Europa estava em sérias dificuldades, situação diametralmente oposta à dos EUA e sua geração baby boomer. Mais do que isso, o que queria dizer “Ferrari” nos Estados Unidos nesta época? Quase nada. Sabendo dessa missão, Chinetti recriou os mesmos passos de Enzo: fundou uma equipe com apoio oficial de Maranello, a NART, e inscreveu os carros da Ferrari em toda prova de elite que havia, principalmente nas provas norte-americanas de Sebring e Daytona. Sempre que possível dando preferência a pilotos norte-americanos para gerar mídia, Chinetti conseguiu tudo: os clientes mais abastados dos EUA, fazer da Ferrari uma marca extremamente desejável por lá, ajudou Enzo a desenvolver carros que agradassem ao mercado local e, com tudo isso, assegurou a sustentação da casa de Maranello em tempos muito difíceis. De quebra, sempre beliscando um lugar no cockpit.

 

Juan Manuel Fangio

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Quando o assunto é o mecânico e piloto El Maestro, revertemos a honra: foi a Ferrari que teve a honra de ter Fangio como um de seus pilotos. Com a rara combinação de arrojo extremo, sensibilidade mecânica e precisão cirúrgica, conquistou cinco títulos mundiais (marca batida somente por Michael Schumacher em 2003) em quatro equipes diferentes e obteve uma média de vitórias insólita (46,15% ou 24 das 52 corridas de sua carreira) no meio de lendas como Stirling Moss, Alberto Ascari, Hans Stuck e Giuseppe Farina.

Seu quarto título mundial foi conquistado pela Ferrari em 1956, vencendo as provas da Argentina, Inglaterra, e Alemanha (o campeonato tinha oito corridas). Nesta conquista, contudo, quem brilhou foi a nobreza de seu companheiro de equipe Peter Collins: na prova final, disputada em Monza, Fangio tinha uma vantagem de oito pontos. Só perderia o título para Collins se este vencesse e Fangio não marcasse nenhum ponto. Eis que Fangio é obrigado a abandonar com uma falha na suspensão. Collins, então disputando a liderança com Stirling Moss, decide ceder o seu carro para Fangio em um pit-stop de rotina. Um ato de nobreza que permitiu a Fangio o seu quarto título consecutivo. Peter faleceu num acidente durante o GP de Nürburgring de 1958.

 

Mike Hawthorn

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A grã-bretanha produziu dez campeões mundiais da Fórmula 1, somando um total de 16 títulos. E essa história começou em 1958 com o título de Mike Hawthorn e sua gravata-borboleta a bordo da Ferrari 246 F1. Apesar de sorridente e carismático, a carreira de Hawthorn foi marcada por três tragédias: ter sido o catalisador (ainda que sem culpa direta) do trágico acidente das 24 Horas de Le Mans de 1955, e ter testemunhado duas fatalidades de seus companheiros de equipe no ano em que foi campeão – seu amigo Peter Collins, em Nürburgring, e seu rival Luigi Musso, em Reims.

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Abalado com tantos acontecimentos, Hawthorn anunciou sua aposentadoria na categoria imediatamente após a conquista do título. Mas o destino reserva suas trágicas ironias: poucos meses após, ele faleceu em um acidente de estrada a caminho de Londres a bordo de seu Jaguar 3.4 Mk1. Hawthorn é bastante homenageado na comunidade automobilística britânica: seu nome batiza uma curva no circuito de Brands Hatch e no de Croft, há uma avenida com o seu nome a cinco km do autódromo de Silverstone e uma estátua de Hawthorn no circuito de Goodwood.

 

Phil Hill

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Nascido em Miami, Hill foi o primeiro e único piloto nascido nos EUA a ser campeão na Fórmula 1 – lembrando que Mario Andretti é cidadão americano, mas nasceu no então Reino de Itália. Embora muito veloz, sua pilotagem era extremamente suave (talvez em parte pelas suas habilidades como mecânico), de forma a sempre preservar o equipamento, característica que fez de Phil um grande vencedor em provas de longa duração. Foram três vitórias em Le Mans (1958, 1961 e 1962) e três vitórias nas 12 Horas de Sebring (1958, 1959 e 1961) – todas a bordo de Ferrari.

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Próximo a Luigi Chinetti, Phil foi personagem muito importante para o florescimento da Ferrari nos EUA, de forma que Chinetti emprestou seus próprios carros para ele competir antes de assumir um posto na equipe italiana. Hill conquistou o seu título mundial na Fórmula 1 pela Ferrari em 1961, no GP de Monza, que infelizmente foi marcado por outro evento: o falecimento de Wolfgang Von Trips e de quinze espectadores em um trágico acidente.

 

Niki Lauda

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Um dos pilotos mais completos e importantes da história da Fórmula 1, é considerado por alguns como professor do fabuloso Alain Prost. Capaz de extrair o máximo de performance do equipamento com pilotagem suave, como Phil Hill e Jackie Stewart, era também um grande testador e desenvolvedor de carros – pacote que é o sonho de qualquer equipe.

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No ano de seu primeiro título (1975), foi o primeiro piloto da história a completar uma volta no Nürburgring Nordschleife abaixo dos sete minutos, lembrando que o autódromo era cerca de 3 km mais longo que atualmente. E foi exatamente ali que ele sofreu um dos acidentes mais impressionantes da Fórmula 1, em 1976: uma quebra de suspensão na curva de alta que antecede a Bergwerk o levou a um forte acidente a mais de 200 km/h acompanhado de incêndio – com o agravante de que seu capacete foi arrancado no impacto, expondo a sua cabeça à combustão direta por 45 segundos. Em uma das demonstrações mais impressionantes de determinação, apenas seis semanas depois ele estava de volta para competir em Monza, ainda com alguns ferimentos de pele em carne viva, com cicatrização incompleta. A reconstituição abaixo é do filme “Rush” (2013).

No ano seguinte, foi campeão novamente pela Ferrari. Depois de dois anos de aposentadoria, voltou às pistas pela McLaren e ainda conquistou um último título, em 1984, por mísero meio ponto, em cima de seu então companheiro de equipe Alain Prost. A curva onde ele sofreu o acidente em Nürburgring é atualmente conhecida como Lauda’s Corner.

 

Tazio Nuvolari

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Mitológico piloto da era dos Grands Prix, época anterior ao nascimento Fórmula 1. Sua lista de vitórias é faraônica: dentre as 150 de sua carreira, destacamos 24 Grands Prix, cinco Coppa Ciano, duas Targa Florio e a edição de 1933 das 24 Horas de Le Mans. Não à toa, Ferdinand Porsche o chamou de “o maior piloto do passado, do presente e do futuro”. Enzo Ferrari atribui a Nuvolari a técnica de pilotagem de derrapagem controlada – sbandata controllata, carregue no sotaque com capricho! –, tão conhecida posteriormente nas mãos de Stirling Moss e Ronnie Peterson.

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Nivola, como era chamado, competiu para Enzo Ferrari quando a Scuderia ainda era literalmente uma equipe (e não um construtor) e usava veículos da Alfa Romeo. Sua maior conquista para Enzo é também considerada a maior da história do automobilismo. Batizada de “Vitória Impossível”, foi quando ele venceu o Grand Prix da Alemanha (Nürburgring) de 1935 com um carro datado e de categoria inferior. Com o seu Alfa Romeo P3 3.2 de 265 hp, Nivola derrotou os monstros alemães da Auto Union (B, 5.0 375 hp) e da Mercedes-Benz (W25, 4.0 e 375 hp) em pleno Terceiro Reich, na frente de um público de 300.000 pessoas. Hans Stuck, o terceiro colocado a bordo de um Auto Union B, chegou mais de dois minutos atrás.

 

Michael Schumacher

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Sete títulos mundiais, 77 voltas mais rápidas, 91 vitórias (com direito a 17 das 30 que disputou sob chuva), 68 pole positions: Schumacher destruiu todos os principais recordes da história da Fórmula 1. Mais do que isso, foi o responsável por trazer a Ferrari de volta ao mundo dos campeões do mundial de pilotos depois de um jejum de 21 anos e duas “traves” (Didier Pironi em 1982 e Alain Prost em 1990).

Foi um dos maiores representantes da técnica de pilotagem de elite da atual Fórmula 1: para cada setor (e dependendo da pista, por curva) ajustava o bloqueio do diferencial, distribuição de freios e carga das barras estabilizadoras. Seus carros eram sempre regulados de forma a serem neutros com sutil tendência sobre-esterçante. Schumacher foi um mestre no uso dos dois pedais simultâneos: mesmo em freadas fortes, era comum que o alemão mantivesse cerca de 10% a 15% de carga de aceleração para controle dinâmico do freio motor – isso sem falar na progressividade e balanço entre o acelerador e o freio em trechos sinuosos, como os esses de Suzuka. Infelizmente, muito da admiração técnica a Schumacher se perde em ruído trazido por fanatismos de ambos os lados.

Muitas das qualidades técnicas de Michael podem ser vistas atualmente em Fernando Alonso – ou ao menos podiam, visto que Alonso têm sofrido com a falta de competitividade de sua equipe.

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John Surtees

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John Surtees tinha a velocidade em seu sangue. Piloto de motociclismo extremamente habilidoso, entre 1952 e 1960, conquistou nada menos que sete títulos mundiais, com direito a três vitórias sucessivas no TT da Ilha de Man (1958 a 1960). De lá, partiu para a Fórmula 1. Logo em sua segunda corrida, conquistou um 2º lugar. Na terceira, cravou uma pole position. Sua primeira vitória? Nada menos que em Nürburgring Nordschleife (1963), deixando para trás dois dos maiores mitos da categoria: Jim Clark e Graham Hill.

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Em 1964, conquistou o título mundial da Fórmula 1 pela casa de Maranello – e é quase certo de que seria bicampeão pela Ferrari em 1966, não fosse um choque de temperamentos entre ele, o diretor de equipe Eugenio Dragoni e Enzo Ferrari. Em setembro de 1965, Surtees havia sofrido um acidente grave com um protótipo Lola T70 no autódromo canadense de Mosport – e graças a isso, Dragoni e Enzo o impediram de competir nas 24 Horas de Le Mans de 1966 pela Ferrari. De temperamento forte, Surtees respondeu pedindo demissão imediata e terminou a temporada de Fórmula 1 pela não-tão competitiva Cooper, o que o deixou como vice de Jack Brabham na temporada. Surtees nos deixou em 10 de março deste ano, aos 83 anos de idade.

 

Gilles Villeneuve

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O coração de Enzo Ferrari sempre bateu forte pelos pilotos de sangue quente, como Nuvolari e Bandini, ou numa licença póstuma (Enzo faleceu em 1988), Mansell e Alesi. Uma das estrelas a brilhar mais forte neste sentido foi Gilles Villeneuve – frequentemente colocado ao lado de Stirling Moss como um dos grandes pilotos da história a não ter conquistado um título mundial, ainda que seus números não sejam exatamente impressionantes (6 vitórias, 13 pódios, 2 poles). Isso porque Gilles conquistou Enzo e fãs em todo o mundo não pela tabela, mas pela sua permanente combatividade e busca do limite, não importando quais as condições do carro, da pista ou de seu equipamento. Frequentemente, esta pilotagem com o coração lhe custou quebras, erros e abandonos – pênaltis que custaram caro demais para uma disputa de título mundial, ainda mais em uma época tão cheia de talentos –, mas ao mesmo tempo, renderam algumas das demonstrações mais impressionantes de controle, determinação e emoção.

Seria uma questão de tempo e amadurecimento para que Villeneuve tivesse melhores condições para talvez ser campeão – e 1982 estava se desenhando como uma temporada propícia para isso, pois a Ferrari 126C2 era uma das favoritas ao título, com seu motor turbo bastante aprimorado em relação à temporada anterior e construção tipo monocoque com painéis estruturados em honeycomb (favos de mel). Mas o arrojo de Gilles acabou custando caro, quando uma precipitação o fez assumir um risco impossível numa ultrapassagem em cima de Jochen Mass durante a disputa pela pole com seu rival e companheiro de equipe Didier Pironi, na classificação do GP de Zolder de 1982. Ao tocar as rodas de Mass, sua Ferrari decolou, capotou várias vezes e arremessou o canadense para fora do carro. O circuito canadense Île Notre-Dame Circuit foi rebatizado para Circuit Gilles Villeneuve após a sua partida.

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