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Drift com drones: os vídeos espetaculares de Johnny FPV

Por mais que a nostalgia às vezes chegue a doer, a verdade é que estamos melhor hoje em dia do que no passado em muitos aspectos. A produção de conteúdo multimídia é uma delas: os vídeos gravados em filme de antigamente possuem beleza e profundidade difíceis de reproduzir em mídias digitais, mas as filmagens atuais trazem possibilidades muito maiores.

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Poder gravar e apagar dezenas de tomadas até conseguir a cena perfeita – obrigado, cartões de memória! – é só uma delas. Hoje em dia, temos câmeras de alta definição acessíveis, compactas e resistentes o bastante para serem levadas a qualquer lugar. O que é especialmente interessante para os entusiastas: nos dias de hoje, ver uma corrida à distância pode ser uma experiência muito mais imersiva, com tomadas onboard, transmissão em HD de diversos ângulos, e produções artísticas muitíssimo bem feitas por videomakers que se superam a cada dia.

Um exemplo recente deste último caso é Johnny Schaer, videomaker americano que é mais conhecido na Internet como Johnny FPV – de first-person view, ou “visão em primeira pessoa” em português. O diferencial de seu trabalho em relação a outros profissionais do ramo não é o uso exclusivo de drones para capturar as imagens, até porque, de uns anos para cá, os drones tornaram-se instrumentos muito populares para obter tomadas aéreas de qualidade – aliados, claro, a câmeras HD como as GoPro. O que diferencia Johnny FPV é seu método de trabalho, que une a pilotagem de drones freestyle a um domínio impressionante da dinâmica do drift.

Perfect Drone View of Atlanta Drift

Is this real life or a videogame? This drone footage of our 99 point qualifying run at Formula Drift Atlanta by Johnny FPV is incredible!

Posted by Fredric Aasbø on Monday, May 13, 2019

O vídeo acima foi compartilhado por Fredric Aasbø, um dos mais populares pilotos da nova geração de drifters de fora do Japão. Ele contratou Johnny para documentar sua participação na temporada 2019 da Formula Drift, principal competição da categoria nos Estados Unidos.

O que destaca os vídeos de Johnny em relação a outros que se vê por aí é a dinâmica da filmagem, com o drone acompanhando o movimento do carro com precisão insana e mudanças de ângulo rápidas e ininterruptas. Lembra bastante os replays dinâmicos de videogames, só que no mundo real.

Manter o enquadramento perfeito com tantas manobras, a uma velocidade tão alta, beira o absurdo. Além do domínio absoluto de cada movimento do drone, é preciso prever os movimentos de um carro de competição em alta velocidade – em determinados momentos, a centímetros dele. Somando o controle extremo do drone e a sensibilidade para saber quando se aproximá-lo ou afastá-lo do carro, o resultado só pode ser sensacional.

E de onde vem tanta habilidade? Simple: Johnny começou a voar com drones em 2015 e, antes de se tornar videomaker, ele pilotava drones de corrida FPV. Trata-se de uma competição em que os aeromodelistas disputam corridas usando drones ultra-leves, geralmente com quatro rotores, equipados com câmeras e transmissores de vídeo.

As imagens são passadas em tempo real em uma tela ou, idealmente, para um par de óculos de realidade virtual usado pelo piloto. Assim, é como se ele estivesse ali, no cockpit do drone, e pode controlá-lo com muito mas precisão por circuitos cheios de obstáculos, como postes, aros, árvores ou muros, no menor tempo possível.

Além das corridas, Johnny também participava de competições de freestyle, onde o drone não precisa percorrer um circuito pré-determinado, mas sim apresentar uma sequência de manobras aproveitando o relevo e os elementos do cenário.

Tudo isto ajudou Johnny a desenvolver uma capacidade incrível de colocar o drone exatamente onde queria. E, assim, foi um pulo para que ele passasse para a produção de vídeos. Trocando a câmera de primeira pessoa usada no drone por uma GoPro Hero 7, Johnny começou a registrar as imagens que fazia. E ele não começou com campeonatos de drift, mas sim com belas paisagens ao redor do mundo e cenas cotidianas vistas sob uma nova ótica.

Foi só depois Johnny começou a aplicar sua habilidade para filmar provas de drift – um mundo totalmente diferente. É preciso ter noção da dinâmica de um carro de drift não apenas para conseguir acompanhar o carro e manter o equipamento em segurança, mas também para obter a estética desejada. Veja as piruetas e rasantes que o drone dá: embora pareçam aleatórios, os movimentos são cuidadosamente calculados para enquadrar corretamente o carro dançando sobre o asfalto e preservar a estética da cena. Tanto é que praticamente todos os quadros do vídeo, se congelados, parecem fotos muito bem feitas. A imagem que abre este post, retirada do vídeo abaixo, é um ótimo exemplo.

É claro que o equipamento também ajuda: Johnny usa drones desenvolvidos especialmente para corridas e freestyle FPV – aeromodelos com quadros leves, de fibra de carbono, e algo entre 18 e 21 cm de diâmetro. São drones leves, com pouco mais de 100 g (sem contar a câmera, os motores elétricos e os demais periféricos, como hélices). Eles são muito ágeis, mudando de direção rapidamente, e ultrapassam tranquilamente os 100 km/h.

E ele trabalha sozinho – a montagem dos drones, a pilotagem, a configuração da câmera e toda a edição dos vídeos é feita pelo próprio Johnny. O que, de acordo com o que ele mesmo costuma dizer, torna mais fácil ter o controle sobre todos os aspectos do trabalho. Incluindo lidar com erros.

E os erros são mais frequentes do que parecem: segundo Johnny, só nos três minutos do vídeo abaixo, filmado em um parque cheio de árvores, ele bateu o drone pelo menos 15 vezes. E a sessão toda consumiu dez baterias – é preciso repassar várias vezes a mesma tomada para que ela fique perfeita. Por sorte, os drones profissionais são muito resistentes.

Mas em um vídeo de drift o risco é dobrado, assim como o cuidado. Um cálculo errado pode levar à perda total do drone – e trazer um prejuízo dolorido. Um bom drone de corrida custa pelo menos US$ 500 pronto para voar, sem contar os US$ 400 da câmera e gastos com baterias. Outros componentes menos sujeitos a acidentes, como o radiotransmissor e os óculos VR, também não são muito baratos. Johnny já perdeu três ou quatro drones em acidentes. Neste vídeo, podemos ver o quão perto da ação o drone fica – repare em sua sombra projetada nos carros.

Tão incrível quanto os vídeos é o fato de eles terem sido feitos por alguém tão jovem – claro indicativo de um talento nato. E que signfica, também, que por mais impressionante que seja o trabalho de Johnny agora, certamente ele vai ficar ainda melhor com o passar dos anos. Vamos ficar de olho, isso sim.