Carro pequeno e motor grande – a fórmula mágica (ou melhor, uma das fórmulas mágicas) para a diversão ao volante. É este o projeto pessoal de uma multidão de entusiastas, disso temos certeza. E foi por isto que, por exemplo, aprovamos quando a Renault resolveu colocar o motor 2.0 da Duster no Sandero, criando o divertidíssimo hot hatch RS.
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Agora, se você não é uma fabricante de automóveis, ou não tem um mínimo de conhecimento prévio sobre a arte do engine swap, as coisas ficam complicadas. Ou você paga pelo serviço de criar o seu próprio monstrinho, ou aprende tudo na raça, na base da tentativa e erro. Não temos dúvida de que o resultado seja gratificante, mas há um caminho mais fácil e rápido – procurar um carro com o swap já feito. Nesse caso, o Achado meio Perdido de hoje vem a calhar.
Trata-se de um Chevrolet Celta que, no lugar do motor 1.0 original, recebeu um motor 1.8 16v – e, agora, tem quase o dobro da potência original. Naturalmente, o carro está anunciado no GT40. E nós vamos conhecê-lo melhor agora.
Todos sabem que o Chevrolet Celta é uma evolução do Corsa B, lançado em 1994, com uma nova carroceria e acabamento mais simples, porém com aspecto mais moderno para a época – o Celta foi lançado em 2000. Se, por um lado, tal método garantia economia de custo para a Chevrolet, que não precisou desenvolver o projeto do zero, por outro lado garantiu que o Celta mantivesse algumas boas características do Corsa: baixo peso e dinâmica afiada para um tração-dianteira. Não é por acaso que ambos são projetos razoavelmente populares para track days, por exemplo.
O carro anunciado no GT40 pertence a Brunno Maia, de Curitiba/PR. Entusiasta dos modelos pequenos da Chevrolet, Brunno conta que já havia montado outros projetos, incluindo dois Corsa GSi: um deles com o motor C20XE do Calibra e o outro, turbinado. O Celta é seu projeto mais recente.
Brunno diz que já tinha o motor completo do carro guardado havia algum tempo – o quatro-cilindros Z18XE, variação da “Família I” da General Motors com deslocamento de 1,8 litro e cabeçote de 16 válvulas com admissão variável. Segundo Brunno, no Brasil este motor foi usado na Chevrolet Meriva e no Fiat Stilo, e foi um dos primeiros motores nacionais com coletor de admissão variável a chegar ao mercado. Originalmente, ele entrega 122 cv a 5.600 rpm e 17,3 kgfm de torque.
Após algum tempo tentando vender o motor avulso sem sucesso, Brunno chegou à conclusão de que seria mais proveitoso montar o motor em um carro e vender o projeto pronto. E foi por isso que, há cerca de cinco meses, ele comprou um Celta 2006, da versão mais básica possível, a fim de colocar o plano em prática. A ideia era utilizar um carro de visual moderno e com a estrutura íntegra, como ponto de partida. Ele também fazia questão de que fosse um exemplar pré-facelift do Celta, por preferência pessoal. O projeto foi quase todo executado pelo próprio Brunno em sua garagem – ele é engenheiro mecânico e já possuía experiência com este tipo de serviço.
Alguns detalhes do conjunto: o motor 1.8 16v foi revisado por completo, com troca de correia, tensor, bombas de água e óleo, velas, cabos, fluidos e filtros, e embreagem – todos componentes de reposição originais General Motors. Os injetores são Green Giant de 42 lb, e o sistema de injeção é um FuelTech FT450 com sonda wideband Nano, também da FuelTech. O carro foi acertado no dinamômetro e rendeu, nas rodas, 103 cv e 16 kgfm de torque – o que, de acordo com os cálculos de Brunno, deve corresponder a cerca de 130 cv e 18 kgfm de torque no motor. O câmbio veio do Chevrolet Prisma com motor 1.4, modelo F15CR. O sistema de escape foi feito sob medida, com tubulação de 2” e dois abafadores.
Brunno também realizou algumas modificações em outros aspectos do carro. As rodas de 14 polegadas são da alemã Irmscher, modelo Softstar, calçadas com pneus novos de medidas 185/60 – incluindo o estepe. A suspensão ganhou molas esportivas Fabrini CangooRun e a barra estabilizadora dianteira do Agile. Nas rodas dianteiras, foram instalados os discos de freio de 256 mm do Vectra GSi.
Por dentro, o carro recebeu o tabelier do Celta reestilizado, de aspecto mais moderno e cluster com conta-giros. Os bancos dianteiros são do Citroën DS3, revestidos com couro, e o volante de quatro raios veio do Chevrolet Calibra.
Brunno comenta que o carro não possui equipamentos como direção assistida, vidros elétricos, travas elétricas ou ar-condicionado – ele queria que o Celta tivesse apenas o essencial, sendo o mais leve e básico possível. Ele acrescenta que as únicas etapas terceirizadas do processo foram a funilaria e a pintura, e também o acerto do sistema de injeção eletrônica FuelTech.
Considerando o atual patamar de preço de um Chevrolet Celta 2006 todo original, o valor pedido por Brunno é interessante – afinal, trata-se de um projeto pronto que aparenta ser bem divertido de guiar como está. Além disso, há uma boa variedade de receitas de preparação para o motor 1.8 16v da GM, tanto com aspiração natural quanto sobrealimentadas.
Se você ficou interessado, pode clicar aqui para acessar o anúncio e pegar os contatos do proprietário.
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