Em 1990, quebrando um jejum de 14 anos, o então presidente Fernando Collor de Mello reabriu os portões do mercado brasileiro para carros importados. O que se deu nos anos seguintes foi uma invasão de modelos que os entusiastas por aqui só viam nas revistas, e aos poucos nossos carros foram ficando razoavelmente alinhados com o que se via lá fora.
Um segmento novo para nós era o dos cupês esportivos de tração dianteira, relativamente populares na Europa. Carros como o Chevrolet Tigra, que era feito sobre a plataforma do Corsa de segunda geração, compartilhando com ele a mecânica e boa parte do interior. Não é por acaso que estamos falando dele: é um Tigra nosso Achado meio Perdido de hoje, anunciado no GT40.
O Opel Tigra, lançado em 1993, pode ser encarado como o sucessor compacto do Opel Calibra, de 1990. A receita era a mesma, porém em vez de aproveitar a base do Vectra A, ele foi feito sobre o pequeno Corsa.
E quando dizemos que muito do Tigra era compartilhado com o Corsa, não estamos exagerando. A maioria dos componentes mecânicos era compartilhada entre os dois modelos: transmissão (manual de cinco marchas ou automática de quatro marchas) e boa parte do interior eram idênticos. Era a mesma coisa com as opções de motorização, todas encontradas no Corsa. A suspensão (McPherson na dianteira, eixo de torção com barra estabilizadora na traseira) também era dividida com o Corsa, porém mas era recalibrada pela Lotus – que desde 1986 pertencia à General Motors. Desta mesma ligação surgiu um dos sedãs esportivos mais legais do mundo, o Lotus Omega.
O entre-eixos do cupê era um pouco menor (2.429 mm contra 2.443 mm) e o espaço na traseira era bem reduzido – tanto que dois pares de finas almofadas eram os dois “bancos” individuais, que não eram muito confortáveis nem mesmo para crianças pequenas.
O exterior, por outro lado não tinha nenhum painel da carroceria compartilhado com o Corsa. O Tigra tinha que tem uma frente mais baixa, faróis afilados, para-brisa bem mais inclinado e um terceiro volume mais protuberante. Isto sem falar no grande vidro traseiro curvo, uma das características mais marcantes do design – e uma das peças que mais dão dor de cabeça quando quebram.
Lá fora estavam disponíveis dois motores, um 1.4 e um 1.6, ambos com cabeçotes de 16 válvulas e comando duplo. O primeiro tinha 90 cv e o segundo, que era o único oferecido no Brasil, tinha 106 cv. Era o mesmo motor do Corsa GSi, e era suficiente para que o Tigra fosse de zero a 100 km/h em 10,5 segundos. A velocidade máxima era de 203 km/h. No Brasil, porém, a taxa de compressão foi reduzida de 10,5:1 para 9,8:1, o que trouxe a potência a redondos 100 cv. Além disso, o Tigra vendido por aqui tinha rodas de 14 polegadas iguais às do Kadett Sport; já o Tigra europeu tinha rodas de 15 polegadas.
O Tigra foi importado para o Brasil e vendido como Chevrolet entre 1998 e 1999, com 2.652 exemplares comercializados. O Achado meio Perdido de hoje foi comprado zero-quilômetro em pelo dono, Erich, em 1998, e desde então rodou cerca de 79.600 km. Um número baixo para um carro que está completando 20 anos de idade.
Erich, de Belo Horizonte/MG, diz que o carro é todo original, não tendo passado por qualquer retoque ou modificação, sendo usado apenas ocasionalmente. Pintura, rodas e revestimentos internos estão em bom estado, apresentando poucos sinais de desgaste – como a coifa da alavanca de câmbio, já bastante descascada. Até mesmo o toca-fitas da época está presente.
Segundo seu proprietário o carro sempre teve a manutenção colocada em dia, e que sempre recebeu componentes originais GM em todos os serviços. Ele completa dizendo que o Tigra está todo revisado e com todos os equipamentos, que incluem ar-condicionado e trio elétrico, funcionando perfeitamente.
O Tigra, por seu visual excêntrico e manutenção relativamente simples, é bastante cobiçado por entusiastas. Acontece que ele raramente é mantido original – repinturas e trocas de peças como rodas, faróis, lanternas e volante, são frequentes. Também é comum ver o interior revestido em couro combinando com a cor da carroceria. Ou seja: quem procura um Chevrolet Tigra preservado, com o visual da época, geralmente tem uma busca árdua pela frente. Considerando a raridade e o estado de conservação, nos parece um preço justo.
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“Achados Meio Perdidos” é o quadro do FlatOut! no qual selecionamos e comentamos anúncios do GT40.com.br de carros interessantes ao público gearhead, como veículos antigos, preparados, exclusivos e excêntricos. Não se trata de publieditorial. Não nos responsabilizamos pelas informações publicadas nos anúncios nem pelas negociações decorrentes – todos os detalhes devem ser apurados atenciosamente com o anunciante!