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Project Cars Project Cars #85

Fuscabaru: a história que levou ao Fusca com motor de Subaru Impreza WRX

Olá pessoal do Flatout! Meu nome é Fábio Purgailis, sou engenheiro mecânico automobilístico formado pela FEI e atualmente trabalho na Jaguar-Land Rover como engenheiro de suporte técnico. Apresentação feita, agora vamos falar do que interessa, dos meus Fuscas – e em particular do verdinho ali atrás, cujo apelido já denuncia a arte que está acontecendo: Fuscabaru!

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Minha história com os Fuscas começou quando eu ainda trabalhava na fábrica da Volkswagen, na Rodovia Anchieta. Naquela época eu ainda era estudante de engenharia mecânica – foi um sonho realizado ter conseguido entrar logo em uma marca como a VW. Para os amantes de carros, automobilismo e velocidade como eu, estar dentro de uma montadora é como ser uma criança numa fábrica de brinquedos. Ver a montagem completa de um veículo, da estamparia da carroceria até finalmente ser aprovado no controle de qualidade final, é uma experiência impagável.

Lá, tive a oportunidade de dirigir pela primeira vez um Fusca, uma Brasília e várias Kombis.

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Mas foi pelo Fusca que me apaixonei. Logo em meu primeiro contato, dirigi um modelo da própria VW, nunca emplacado, com apenas 400 km rodados – isso mesmo, praticamente zero quilômetro, impecável! Ele tinha carroceria bordô, Fafá, com bancos altos e motor a àlcool. A partir deste dia coloquei na minha cabeça que teria um Fusca, mesmo que levasse um tempo. Afinal, naquela época ainda estava na faculdade, época difícil, com muito estudo, muito trabalho e… pouco dinheiro.

Mas o tempo foi passando e logo que me formei, surgiu a oportunidade de comprar o meu primeiro Fusca, um Fuscão 1972 na cor Amarelo Colonial, com bancos baixos e interior marrom. O carro era de um colega de trabalho que estava se mudando para Brasília – a cidade, não o carro.

Ironicamente, logo após adquirir meu primeiro Fusca, decidi sair da Volkswagen e ir estudar inglês na Austrália – e os Fuscas não paravam de me perseguir, mesmo à distância! Veja só: um dia, minha namorada me enviou uma foto do Fusca do seu primo, zerado, com pintura ainda original, apenas um pouco queimada, com interior original, bancos baixos e tapeçaria toda de fábrica. Inevitavelmente, fiz a clássica pergunta, via Skype mesmo: “Ele não quer vender, não?”. Na época ele não tinha interesse em vendê-lo – mas como bom brasileiro, não desisti nunca!

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Algum tempo depois, voltei para o Brasil e comecei a trabalhar na Jaguar-Land Rover. Num belo dia, o tal primo falou para a minha namorada: “vou vender o Fusca, será que o Fábio quer comprar?”.

Disse sim na mesma hora e fechei o negócio por telefone mesmo. Havia apenas um detalhe: como trazer um Fusca que está no interior, a 400 km de distância de onde eu estava? Simples, ué: rodando! Me chamaram de louco (mais uma vez), disseram que eu deveria trazer de cegonha, mas como este era o meu segundo Fusca, já tinha bastante experiência e confiava no carrinho. Fui buscá-lo com o meu kit de reparos: uma chave de fenda, uma 13, uma 10, um barbante e um chiclete… brincadeiras à parte, com essas ferramentas consegue-se resolver quase todos os problemas do Fusca – e esta é uma das razões pela qual ele é tão versátil e amado por muitos.

Chegou o tão esperado dia de buscar o meu bólido de 55 cavalos! Por uma coincidência insólita, naquela data precisaria fazer um teste de rodagem longo com um veículo – oportunidade ideal para buscar o Fusca e voltar escoltado por uma Range Rover. Acordamos bem cedo e partimos para o interior. Depois de 400 km, lá estava o VW me esperando, um pouquinho sujo de poeira da região, mas impecável para seus 41 anos de idade. Logo ao entrar na cabine, fui recebido com aquele típico perfume do Fusquinha – ou melhor, um Fuscão 1500 carburação simples, muito bem conservado e acertado.

Seu antigo dono me deu as chaves com dor no coração e então parti para a viagem de volta. Ele sabe que o Fuscão está em boas mãos.

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A viagem foi absolutamente sossegada: nenhum problema! Com o carro em mãos e o tempo passando, as ideias foram fluindo e meu projeto foi tomando forma. Olha, a ideia inicial era montar uma receitinha de bolo meio básica, um Fusca turbinado com dupla carburação Solex ou algo assim. Só que com o tempo, tudo foi mudando…

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…e assim,o Fuscão se tornou um Fuscabaru! Como que isso aconteceu? Como que foi o processo de swap, as alegrias, as dores de cabeça? Detalharei tudo no próximo post! Muito obrigado a todos.

 

Por Fabio Purgailis, Project Cars #85

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