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GTR: a versão mais radical do Lamborghini Diablo era um monstro para as pistas

Hoje em dia, praticamente todo supercarro que se preze possui uma versão mais potente e mais leve feita especialmente para as pistas. No fim da década de 1990, porém, esta prática não era tão difundida. E, por esta razão, o Lamborghini Diablo GTR é ainda mais incrível.

Ele foi apresentado em dezembro de 1999, no Salão do Automóvel de Bolonha, na Itália. Àquela altura, já não era segredo que o Diablo estava no fim de sua carreira – lançado em 1990, ele já estava se aproximando dos dez anos de idade (uma eternidade para os supercarros), e o Murciélago, seu substituto, já estava em desenvolvimento havia pelo menos quatro anos. Então, por que não deixar uma bela marca em sua saída?

A Lamborghini, que havia acabado de ser comprada pela Audi, havia lançado o Diablo GT no fim de 1998, como modelo 1999. Apenas 80 exemplares foram feitos, e eles eram bem diferenciados. Começando pelo visual, que trazia um body kit bem mais agressivo, com entradas de ar maiores na dianteira; interior aliviado e um motor maior – seis litros em vez de 5,7 litros, aumento obtido ampliando o curso dos pistões de 80 mm para 84 mm, conservando o diâmetro de 87 mm. Com isto, a potência aumentou 83 cv – de 492 cv a 7.000 rpm para 575 cv a 7.300 rpm, enquanto o torque foi de 59,1 mkgf a 5.200 rpm para 64,2 mkgf a 5.500 rpm. O motor ainda tinha corpos de borboleta individuais, bielas forjadas, virabrequim mais leve e um novo sistema de escape.

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O câmbio era manual de cinco marchas, como em qualquer outro Diablo, e a tração era traseira, reduzindo peso e tornando a dinâmica do carro mais agressiva (o Diablo VT tinha tração integral). Além disso, trazia algumas mudanças sutis, como o reposicionamento da alavanca, que ficou mais próxima do piloto, e escalonamento 100% personalizado de acordo com as especificações do cliente.

E ainda tinha mais: a carroceria trocava boa parte dos componentes de metal por fibra de carbono, apenas o teto era de aço e as portas, feitas de alumínio. Com isto, o carro pesava 1.460 kg, ou 70 kg a menos que a versão SV, que tinha 1.530 kg.

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Imediatamente após o lançamento do GT, a Lamborghini decidiu usá-lo como base para Diablo GTR, novo carro de corrida para a categoria monomarca Lamborghini Supertrofeo, voltada a donos de Lambo que queriam aproveitar o potencial de seus carros no circuito, como deve ser.O chassi tubular era mais rígido na porção traseira, incorporava uma gaiola de proteção integral e suspensão com gemoetria revista. As rodas de 18×8,5 polegadas na dianteira e 18×13 polegadas na traseira eram de cubo rápido e calçavam pneus Pirelli P Zero de medidas 245/35 e 335/30, respectivamente. Os freios, como no GT, tinham discos perfurados e sistema ABS da Lucas, porém os discos dianteiros eram 10 mm maiores, com 365 mm de diâmetro.

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O motor tinha programação específica e dispensava os catalisadores, chegando a 590 cv às mesmas 7.300 rpm. Além do sistema de arrefecimento melhorado do Diablo GT, que trazia dois radiadores de água nas laterais e um de óleo, o GTR recebeu mais dois radiadores para os fluidos do câmbio e do diferencial.

A suspensão dianteira trazia amortecedores e barra estabilizadora ajustáveis. O banco do piloto, que acompanhava um cinto de segurança de seis pontos, ficava mais próximo do console central, melhorando a posição de pilotagem. Os comandos no painel eram todos d competição, com interruptores em vez de botões. O volante era da Momo, que também fornecia o sistema de supressão de incêndio.

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O Diablo GTR era capaz de chegar aos 100 km/h em 3,5 segundos, com máxima de até 340 km/h dependendo do escalonamento do câmbio. Ou seja: ele era ainda mais rápido que o Lamborghini Murciélago, apresentado em 2000, que tinha um V12 de 6,2 litros e 580 cv e era capaz de chegar aos 100 km/h em 3,8 segundos.

Apenas 30 exemplares do Diablo GTR foram planejados, mas no fim das contas 40 foram feitos – e a Lamborghini ainda fabricou 40 monoblocos sobressalentes para recuperar carros que ficassem muito destruídos nas pistas. O carro branco que você vê nestas fotos foi o 22º a sair da linha de montagem em Sant’Agata Bolognese, e está impecável como dá para ver nas fotos.

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E ele está a venda: a loja dinamarquesa Formula Auto é quem está o anunciando, mas só revela o preço sob consulta. Considerando que a última vez que um Diablo GTR apareceu à venda foi em 2011, quando se pedia US$ 700.000 (R$ 2,22 mihões) por ele, este aqui certamente custará ainda mais. Além disso, ele tem potencial de investimento: imagine quando todos os clássicos forem eletrônicos e automatizados, quanto valerá um representante da era mecânica/manual?