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Zero a 300

Isenção das motos aumentará pedágio para outros veículos, Audi recebe oferta pela Lamborghini (e recusa), Tesla é processada por atualização que piora desempenho de baterias e mais

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco!

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Isenção para motos deve tornar pedágio mais caro para carros e caminhões

Recentemente o presidente Jair Bolsonaro anunciou a isenção do pedágio para motos em novas concessões de rodovias – medida que, segundo o mandatário, já foi discutida com o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. De fato, o ministério já confirmou aos colegas do Autoesporte que a retirada da cobrança de pedágio para as motocicletas está “em estudos”.

Caso concretizada, a mudança na tarifa será válida já para a nova concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), e também para a futuras concessões de rodovias no Paraná.

Mas alguém terá de pagar a conta. E esse alguém serão os motoristas de carros e caminhões, que inevitavelmente sofrerão um aumento na tarifa. Ainda de acordo com o Autoesporte, o Ministério da Infraestrutura estima que o impacto da isenção para motos “não deve gerar grande aumento” na tarifa paga pelos demais veículos.

Para a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), porém, a questão é mais delicada. Segundo eles, a gratuidade para motos nos pedágios deve causar um impacto médio de 5% na receita das concessionárias – que, lembra a associação, não têm poder para definir o valor do pedágio, que é estipulado pelos órgãos públicos. Com isso, pode haver um desequilíbrio nas contas que inevitavelmente será sentido pelos motoristas de carros, picapes e caminhões. (Dalmo Hernandes)

 

Audi recebe oferta pela Lamborghini, mas recusa

Atualmente a Lamborghini faz parte do Grupo Volkswagen, sob o comando da Audi. E isso não deve mudar tão cedo – ainda que, recentemente, uma holding suíça chamada Quantum Group AG tenha feito uma oferta de € 7,5 bilhões pela marca. Em conversão direta, estamos falando de quase de R$ 49 bilhões, uma verdadeira montanha de dinheiro.

A notícia sobre a oferta foi divulgada ontem (25) na imprensa e causou bastante rebuliço. Segundo a Quantum Group, uma parceria com a firma de investimentos britânica Centricus Asset Management possibilitaria a criação de uma “nova plataforma de investimentos em tecnologia e estilo de vida”, e isso de alguma forma incluía a aquisição da Lamborghini; de sua sede em Sant’Agata Bolognese, na Itália; e de toda a sua operação automobilística.

A Quantum Group também disse que, no comando da Lamborghini, trataria de focar na eletrificação de modelos e no investimento em powertrains híbridos e elétricos.

À parte toda a comoção, a Audi decidiu se pronunciar rapidamente. Poucas horas depois da oferta, um porta-voz da fabricante declarou ao site Automotive News o seguinte, de forma sucinta e direta:

“A Lamborghini não está à venda. Isto não é assunto de qualquer discussão dentro do grupo.”

Caso encerrado.

A verdade é que, apesar da incerteza quanto ao futuro dos supercarros com grandes motores V10 e V12, a Lamborghini já esteve em situação bem pior. Na verdade, como parte da Audi, a Lamborghini está em um bom momento para incorporar tecnologia híbrida a seus motores e desenvolver novos modelos elétricos, valendo-se de todas as pesquisas que o Grupo Volkswagen vem fazendo na tecnologia. Não por acaso, foi exatamente esse o plano que a Lamborghini, há poucos dias, disse que vai seguir. Não é hora de sair vendendo a empresa por aí, não é? (Dalmo Hernandes)

 

Obsolescência programada: em breve no seu carro

Se você tem a clara sensação de que a bateria do seu celular “segura” cada vez menos tempo de uso e o sistema fica um pouco lento após as atualizações, você já sabe o que é obsolescência programada. Ela é quase sempre disfarçada de “novas funcionalidades e recursos”, mas se você reparar bem, a utilização do sistema é basicamente a mesma desde o primeiro dia em que você comprou o aparelho. Não acontece apenas com smartphones: as impressoras, estas benditas máquinas de materializar conteúdo virtual, chegaram a usar contadores de impressão que disparavam uma falha no sistema e paravam de imprimir.

Em 2016 a Apple se viu em meio a um escândalo corporativo depois que seu plano de obsolescência programada foi descoberto e ela ainda está sendo processada por diversas entidades de defesa do consumidor nos EUA e na Europa por esse tipo de ação. Nos EUA ela terá que pagar uma compensação de US$ 113.000.000 a 34 estados por reduzir o desempenho das baterias e usar este artifício para “empurrar” celulares novos aos clientes. Resumidamente, os estados classificaram essa ação como um tipo de crime contra a economia e agora exigem a reparação da Big Tech de Cupertino.

Na Itália, uma associação de consumidores chamada Altroconsumo está processando a Apple em uma ação de US$ 400.000.000 pela prática de “matar” os produtos dos clientes para incentivar a venda de novos aparelhos. Em Portugal a Deco Proteste ingressou com uma ação coletiva para defender os interesses de 115.000 proprietários de aparelhos Apple, exigindo uma reparação de €7.000.000 para indenizar os proprietários que tiveram que trocar suas baterias precocemente.

Além disso, a Apple ainda está sendo investigada na França e há uma mobilização da Euroconsumers, que engloba cinco das maiores entidades de defesa do consumidor da Europa, para pressionar a Apple a abandonar a prática.

A essa altura você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com os carros. Bem… veja o que acabou de acontecer com a Tesla na Noruega: a fabricante foi condenada a pagar uma indenização de US$ 16.000 a 30 proprietários de seus modelos por ter inserido nas atualizações “over the air” um software que limita o desempenho das baterias, resultando em maior tempo de recarga e menor autonomia.

O processo na Noruega poderá ser o primeiro de muitos — especialmente conhecendo o ativismo dos advogados americanos: nos EUA há relatos semelhantes ao dos noruegueses, principalmente em relação ao Model X.

Além disso, a Tesla também enfrentou um problema relacionado à obsolescência programada que resultou em um recall obrigado pela NHTSA, o órgão de segurança rodoviária dos EUA. Suas telas de comando foram planejadas para durar apenas cinco ou seis anos de acordo com os ciclos de uso. Como há funções de segurança do carro que são comandadas por elas, a falha da tela durante o uso do carro poderia impedir os motoristas de ativar os desembaçadores e sistemas de degelo dos vidros, comprometendo a visibilidade e, portanto, podendo causar acidentes. Diante da situação, a marca foi obrigada a convocar quase 160.000 veículos para substituição gratuita das telas potencialmente defeituosas.

O principal problema da obsolescência programada é que ela trabalha sob a penumbra das atualizações de segurança e oferta de novos recursos. Ela pode, por exemplo, ser mascarada como um comando de proteção da bateria para evitar o consumo excessivo, que poderia superaquecer as células e, em último caso, iniciar um incêndio. Torna-se, portanto, algo difícil de se identificar e de ser comprovado, o que também torna difícil a fiscalização, o que inviabiliza uma lei clara de proteção do consumidor contra essa prática. A discussão, contudo, é positiva, e deixa claro que a mudança radical de uma matriz energética não pode ser feita a toque de caixa, com euforia, sem ponderação, sem análise completa do cenário e, principalmente, sem a prova do tempo. (Leo Contesini)

 

Lamborghini Huracán Super Trofeo EVO2 é revelado

Aliás, falando em Lamborghini, a marca acaba de apresentar a nova evolução do seu Huracán Super Trofeo, seu carro de corrida para clientes. Habilmente batizado Huracán Super Trofeo EVO2, o bólido traz aerodinâmica retrabalhada, mas o mesmo motor V10. O que não é nenhum defeito, claro.

Vamos primeiro ao que mudou. O Super Trofeo Evo ganhou faróis e lanternas menores, que de acordo com a Lamborghini ajudam a diminuir o arrasto; um novo spoiler frontal com winglets integrados nas extremidades; e uma asa de fibra de carbono ainda maior na traseira. Também foram incorporadas entradas de ar ao lado dos faróis, e as lanternas traseiras agora ficam alojadas em molduras que, não por acaso, lembram de leve o desenho do Lamborghini Countach.

A Lamborghini também diz que diversas peças de plástico e fibra de vidro foram substituídas por fibra de carbono, como as saias laterais e os componentes aerodinâmicos da traseira. E, agora, os para-lamas traseiros são uma peça única de fibra de carbono. Fora isso, os freios do Huracán Super Trofeo EVO2 têm pinças maiores e discos de maior diâmetro (390 mm na frente, 10 mm a mais que antes).

A Lamborghini vai fazer uma demonstração ao vivo do novo Huracán Super Trofeo Evo2 no circuito de Paul Ricard, na França, neste fim de semana. E a fabricante diz que quem já tem um Huracán Super Trofeo EVO poderá converter seu carro para a especificação EVO2 a partir do início de 2022. (Dalmo Hernandes)

 

BMW M4 Competition conversível é revelado

A BMW segue aumentando a oferta de versões para os novos M3 e M4. Agora, a novidade é o M4 Competition Cabriolet, variante aberta do esportivo, que foi revelada ontem (25) pela marca alemã.

Não é difícil entender do que se trata, afinal, está mais do que explícito: o powertrain é o mesmo do M4 Competition cupê, com o seis-em-linha biturbo de três litros entregando 510 cv e 66,3 kgfm de torque; mais o câmbio automático de oito marchas da ZF que leva a força para as quatro rodas através do sistema xDrive selecionável (que conta, inclusive, com um modo 2WD). Mas agora você pode curtir toda essa força a céu aberto.

A BMW deu ao M4 Competition Cabrio um teto de lona, mais leve e clássico, com acionamento automático. Ela se abre ou se fecha em apenas 18 segundos. Evidentemente, a capota deixa o carro mais pesado, contando o sistema de acionamento e também os reforços estruturais: o M4 Competition Cabrio pesa 1.995 kg, ou 145 kg a mais que a versão Competition Coupe xDrive.

Com isso, o zero a 100 km/h sofreu um leve prejuízo de 0,2 segundo, e é cumprido em 3,7 segundos contra 3,5 segundos da versão fechada. Em compensação, a tração extra faz com que o M4 Competition conversível seja 0,2 segundo mais rápido que o cupê de tração traseira, que é 195 kg mais leve (tem 1.800 kg redondos) e vai de zero a 100 km/h em 3,9 segundos. (Dalmo Hernandes)

 

Rolls-Royce terá divisão de “coachbuilding”

Há alguns anos a Bugatti revelou que o cliente-padrão da marca tem, em média, 84 carros, três jatos e um iate. O que leva qualquer pessoa que tenha uma noção mínima de vendas a pensar: o que atrai uma pessoa com este perfil? Ela não só pode ter qualquer carro: ela tem os carros que quer. Ao mesmo tempo, ela sabe que o preço pelo preço é algo vulgar. Foi por isso que a Bugatti começou a produzir séries especiais para o Veyron e, mais recentemente, para o Chiron. E também foi por isso que ela inaugurou uma divisão de personalização para projetos sob encomenda, incluindo carrocerias exclusivas, ou “coachbuilding”, recuperando o termo usado nos primórdios do automóvel.

A Bugatti, na verdade, não é a primeira a fazer isso. Ferrari e McLaren já fazem isso desde meados da década passada, mas ela foi a primeira entre as marcas de luxo a sacar que um programa de coachbuilding traria ainda mais exclusividade para os clientes e agregaria mais valor à marca. E a tendência das marcas premium a seguir este segmento é a notícia de que a Rolls-Royce também terá sua divisão de personalização da carroceria.

A Rolls-Royce, na verdade, já fez um primeiro modelo em 2017, o Sweptail, que era baseado na atual geração Phantom. É ele, ou melhor, sua plataforma “Architecture of Luxury”, que usa um spaceframe de alumínio, que será a base para os modelos feitos por encomenda. (Leo Contesini)