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Project Cars Project Cars #135

JDM made in Brazil: a história do Honda Prelude de Camilo Bonifácio

Fala, galera do FlatOut! Meu nome é Camilo Bonifácio, tenho 25 anos e trabalho no ramo de TI, mas no momento estou estudando para concursos. Como todos aqui, sou um apaixonado por carros — Euro, JDM, americanos… — e essa paixão começou cedo, quando acordava para limpar o carburador do Landau do meu pai.

Tá, mas quando surgiu o interesse por carros japoneses? O primeiro contato foi em 2001 ao assistir o primeiro filme de Velozes e Furiosos. Ao ver aqueles Civic tunados comecei a pesquisar sobre eles e peguei gosto pela coisa. O tempo passou e eu finalmente tirei minha carteira de motorista e comecei a procurar qual carro comprar, foi quando pesquisando eu me lembrei dos Civic de quinta geração (1992-1995). Achei um lindo, todo tunado lembrando Velozes e Furiosos (isso foi em 2008/2009), mas de nada adiantava ter encontrado sem dinheiro.

Depois de um ano finalmente eu consegui comprar meu querido primeiro carro: um Civic VTi 1993 Azul Cobalto de 160cv, com motor recém feito e levemente aspirado, com cabeçote trabalhado, válvulas Supertech, pistão taxado de 85,5mm — o que fazia dele um 1.65L de aproximadamente 175 cv. Foi um carro que me deu muitas alegrias. Enquanto fiquei com ele troquei todos os pneus, instalei Wideband AEM, refiz o chip, fiz o painel preto glow, instalei embreagem de cerâmica de seis pastilhas, semi-eixos novos etc. Mas como todo inicio tem um fim, eu me desfiz do carro para poder ajudar um irmão a acabar o curso de piloto comercial em 2011.

foto coupe 1

Em 2012 eu quase fui expulso de casa, lembro até hoje eu ligando para minha mãe e falando que tinha comprado um Gambá — sim esse era o apelido do “carro” que eu tinha comprado. Tratava-se de um Civic Coupé 1996 com motor fundido, leves batidas e duas faixas brancas ao longo da carroceria — sim o carro era tunning! Fiquei com o carro parado até 2013, quando comecei  procurar. Achei um B16 no Rio de Janeiro, mas o negócio não deu certo, pois o vendedor desistiu da venda. Por sorte, pouco depois um amigo de São Paulo estava vendendo seu Prelude VTEC 1993 pelo Facebook. Conversei um pouco e fechei o negócio na mesma hora depositando um sinal. Comprei a passagem e saí no outro dia de madrugada para buscar o carro.

Lembro em detalhes quando vi o carro pessoalmente pela primeira vez. O carro em que eu estava de carona fez a curva e lá estava ele, o Prelude vermelho brilhando na garagem. Vimos todos os detalhes do carro, concretizamos o negocio e peguei a estrada para Brasília/DF.

Foto Cera

Agora sim, finalmente de Prelude VTEC! Que carro espetacular, ronco perfeito, suspensão perfeita, tudo no seu devido lugar. E o torque? Tomei um susto quando o VTEC mudou o perfil do comando a 4.900 rpm de um jeito muito diferente do B16. Parecia até uma turbina entrando de uma vez. Cada saída de pedágio era uma esticada até a velocidade de cruzeiro, todo mundo olhava para o carro. Chegando em Ribeirão Preto parei para tomar um banho e dormir algumas horas antes de seguir viagem. Cheguei em Brasília na manhã seguinte e fui direto ao trabalho. Eu havia viajado de São Paulo ao Distrito Federal ouvindo apenas o ronco do motor.

No trabalho passei o dia todo só pensando no fim do expediente para pegar o carro, dar umas voltas e mostrá-lo para os amigos. E lógico, passei o dia todo apenas fazendo projetos para o carro, imaginando as peças etc. Acho que nem preciso contar a reação de todo mundo ao andar no carro — todos adoraram a experiência.

Foto DOHC

Por enquanto estou apenas fazendo uma série de manutenções preventivas e corretivas, até por que uso o carro frequentemente, mas ele já está com alguns upgrades. O motor H22a1 está com 215 cv, e instalei velas novas de platina, coletor de admissão Skunk2, junta do coletor de admissão Hondata, ECU P28, coletor de escape igual ao Hytech USA, bomba de combustível Walbro, correia dentada, tensores e rolamentos novos, escape com ponta de 2,5 polegadas e dois abafadores e catalisador esportivos.

A suspensão já tem um kit completo Energy Suspension, de poliuretano. A barra estabilizadora traseira é Suspension Techniques, os discos e pastilhas de freio são novos originais da Honda e as linhas usam flexíveis de aço. Já mudei também os faróis, substituindo os originais por modelos do SiR, instalei mud flaps, piscas laranja e rodas de 17 polegadas com visual semelhante ao da Volk TE37.

Foto Rodas

Além disso tudo, meu projeto é montar um aspirado. O motor usará pistões Mahle Gold 11,5:1 CR, bielas forjadas Eagle, camisas Darton (mais adiante explicarei por que encamisar o bloco), cabeçote completo etc. Já tenho 80% das peças e quero montar algo confiável e com tudo de melhor que um motor de aspiração natural pode querer. Os detalhes eu contarei no próximo capítulo. Nos vemos em breve!

Por Camilo Bonifácio, Project Cars #135

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FOTO 5 (Prelude)