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Car Culture

Lamborghini, Yakuza e gangues de motociclistas — a vida noturna no submundo de Tóquio

Morohoshi-san é apenas mais um dos tantos frequentadores do Kabukicho, o distrito de “entretenimento” de Tóquio. Ele é um dos vários empreendedores do mercado negro  — sim, isso existe no mundo todo. Ele já foi preso algumas vezes e circula pelo underground de Tóquio ao lado de gangues de motociclistas com seu Lamborghini Diablo customizado. Ele também não dá a mínima para os que criticam seu estilo de vida.

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Moroboshi começou a amar os Lamborghini aos 17 anos, quando viu pela primeira vez um Lamborghini Countach. Era véspera de ano novo, e o touro negro passou por ele acelerando, com o ronco dos 12 cilindros ecoando pelo escapamento. Foi ali que ele decidiu que um dia teria um Lamborghini, não importava o que fosse preciso.

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Hoje, décadas depois, ele tem um Lambo: um Diablo, com o qual ele e seus amigos dirigem à noite pelas ruas do Japão. Os carros são personalizados sem discrição — exagero é a palavra de ordem, com envelopamentos de cores berrantes ou cromados, LEDs fluorescentes no assoalho (e onde mais tiver espaço), adesivos de tradicionais tribos de rua japonesas e — talvez o mais importante —, escapamento barulhento.

Quando perguntado sobre o que faz da vida, Moroboshi-San tem a resposta na ponta da língua: “sou um delinquente”. Ele não comenta seu passado, e diz apenas que se associou com certas pessoas e fez certas coisas que o levaram para a cadeia algumas vezes.

Ele ainda anda com gente que, na visão da maioria das pessoas, tem índole questionável: as gangues bosozoku — motociclistas que personalizam suas motos com o mesmo gosto pelo exagero e cometem contravenções que vão desde perturbar a paz, rodando bem devagar pelas ruas enquanto aceleram até o limite de giro dos motores, até brigas com tacos de beisebol, armas brancas e coquetéis molotov.

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Boa parte dos membros de gangues bosozoku é composta de menores — no Japão, a maioridade legal é atingida aos 20 anos —, que muitas vezes migram das ruas para os níveis hierárquicos mais baixos da Yakuza, a máfia japonesa.

Há vários anos, Moroboshi-San era um destes jovens, mas ele não entrou para a Yakuza. Em vez disso, comprou um Lamborghini para se juntar às motocicletas, e trouxe com ele amigos que têm carros tão extravagantes quanto os dele.

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Contudo, diferentemente das gangues ele não faz questão de se esconder — pelo contrário, é até bem receptivo. No vídeo abaixo, mais recente, ele leva o rapaz que o entrevista para um passeio em seu Diablo (que agora é cor-de-rosa e ainda mais extravagante) pelas ruas de Tóquio, acompanhado de outros Lamborghini e até uma Ferrari California.

Você pode não gostar do que Moroboshi-San e seus amigos fazem com seus carros, mas ele não da a mínima. Nunca deu, na verdade. Ele está muito ocupado se divertindo com seus amigos gângsteres e delinquentes para se preocupar com o que você acha dele.

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[ Fotos: Luke Hixham/Maiham-Media.com, TopGear.com. Sugestão de post por Gordo e Thom]