FlatOut!
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Project Cars Project Cars #326

O Chevrolet Corsa GSi turbo está pronto!

Olá, FlatOuters. Já voltei (sim, foi rápido) e agora vou contar a última parte da preparação do meu Corsa GSi turbo, além de mostrar um pouco dos eventos que participei com ele. Vamos nessa?

Os encontros

Passei a participar mais assiduamente (na medida do possível) em encontros com o Manco, e a esposa sempre acompanhando também. Neste meio tempo tive a oportunidade de conhecer duas verdadeiras famílias: a Família GSi, voltada principalmente para amantes de carrinhos como o meu, e a Comunidade Tuning, que dispensa comentários por sua organização e tradição desde 1996. E pensar que eu lá pros anos 2000 e pouco via os carros da CT nas revistas, e hoje faço parte disto! Algumas fotos dos encontros:
– Encontro da Independência / Extrema – MG (Corsa Clube, Família GSi) – 09/15

Auto Show Collection -12 anos Comunidade Tuning – 09/15


Auto Show Collection – Noite Ford – 11/15


Encontro Beneficente São Lourenço da Serra – 01/16

Encontros 10
Auto Show Collection – Noite dos anos 90 – 04/16

 

As arrancadas

Agora a coisa começou a ficar séria!

Era dezembro de 2015 e então resolvi colocar o Manco na pista pela primeira vez, no treino livre em Interlagos! A sensação de estar ali pilotando o que você construiu junto com amigos e pessoas que a gente ama (alguns estavam lá) foi indescritível. Primeira experiência de pista, não “levamos” ninguém nos 201 mts, mas valeu demais a experiência. Viramos 10,3 de melhor tempo, com reais chances de baixá-lo a medida que eu vier a progredir como piloto.

Deixo aqui uma critica a organização, pois os treinos dizem ser com “vagas limitadas”, mas quase que 99% dos treinos tem 150 carros ou mais. Isso acarreta em você correr 4 vezes em um intervalo de 3 horas ou mais. Ainda existem os que cortam fila, os que tem “colê” com a organização, e ai o cara me fica nas laterais das duas filas muitas vezes “simulando um acerto” e de repente volta para a fila já na frente da pista. Aliando tudo isso a questão de que não é barato se inscrever, a brincadeira fica chata por conta dessas coisas.

E uma das puxadas que fiz (desculpem a qualidade dos vídeos, quando converti o formato para diminuir o tamanho e conseguir carregar, a imagem perdeu muita qualidade e nitidez):

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O segundo treino que participei foi em Janeiro de 2016, na Arena Show Car em Sorocaba. O local está evoluindo, e promete crescer muito! Neste dia eu já estava com embreagem de cerâmica (falo sobre ela daqui a pouco) e a brincadeira foi demais! Neste dia, de 10 puxadas, completei 8, sendo que dessas, ganhei 5. O Manco e eu estávamos melhorando! Talvez por conta de a pista ainda não ser tratada e os pneus que uso (mesmo sendo Toyo) são para rua, o tempo se manteve em 10,3. Foi um dia proveitoso, para analisar o que corrigir no carro e na minha tocada também.

Duas puxadas, com direito a um “clássico dos anos 90”:

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Estava tudo “bem” não é… Mas, uma mudança de curso estaria por vir…

Stage 2 – why not?

Começamos a rascunhar um segundo estagio de preparação quando a famigerada embreagem do Manco deu indícios ainda em Interlagos que estava com os dias contados. E estava mesmo:

Então, aproveitamos o momento e mandamos uma embreagem de cerâmica de 900 lbs com mola e 6 pastilhas, além de uma revisão completa no cambio:


Feito isso, o carro melhorou. Rendia bem, estava dentro das expectativas. Mas faltava um algo a mais. Aliado a isso uma preocupação: esquentava muito. Está certo que em Sorocaba estava muito quente, e que depois eu viria a descobrir que o marcador de temperatura do meu carro, junto com sua fiação, precisavam de reformas, mas começamos a pensar e arquitetar “maldades”. Por que não um intercooler? O problema inicial era a falta de espaço. Eu não iria retirar o AC, queria conservar os itens de série originais intactos. conversa vai, conversa vem, dividi idéias com um membro da Família GSi que já havia conseguido tal proeza (por um intercooler sem retirar o AC), e ele me passou todo o “caminho das pedras” (valeu Junior Camurça!).

Conversei com o Junior Carlos, um grande amigo gearhead como nós e dono da Polishing Art Estética Automotiva, e ele topou a proeza de encaixar o intercooler no carro preservando a estrutura e tudo o mais que o carro tinha. Apesar de trabalhar com estética automotiva como ramo principal de atividade, a Polishing Art tem know how para execução de projetos tão ou mais complexos como o que propus. Tudo acertado, no final de fevereiro começamos a empreitada!

O acordo foi que o Junior conduziria tudo e me informaria de acordo com o progresso e/ou necessidade, já que eu não teria tempo vago todos os dias para ir até a loja.

A primeira coisa a ser comprada foi o intercooler. O IC escolhido é idêntico ao tamanho de um do Gol G3 turbo, porém com as laterais refeitas em aço para suportar a pressão (no carro que o originou, essas laterais são de plástico). Para encaixá-lo,  foi necessário eliminar um pouco de material do parachoque, além de andar sem a alma de aço que fica atrás dele.

Arriscado? Talvez sim, mas acho que vale a pena pagar o preço pelo que esta rendendo hoje (calma, vcs verão!). Também precisamos abrir um pouco as entradas de ar laterais originais dos pára-lamas, para que a nova pressurização passasse por ali. Vários suportes foram feitos do zero, como os do próprio intercooler, que fica na frente da ventoinha do AC com um pentelhésimo de distância. O reservatório da DH teve de ser recuado, pois ficava na reta da pressurização a ser feita. O reservatório de partida a frio, de respiro do óleo e o dosador também foram reposicionados.

Como tudo estava sendo feito aos poucos e o carro ficaria parado pelo menos um mês para essa parte inicial, em um desses nossos bate papos, eu, Junior, Fernando, Robson e mais alguns amigos e “projetistas” chegamos a conclusão de que era necessário dar um “algo a mais” para esse cofre, pois as pinturas e organização dele estavam deixando a desejar. Assim, decidimos trocar algumas cores e refazer o caminho de mangueiras e chicotes. O plano era bem simples, mas eficaz: Pintura eletrostática preta em tudo! Parafusos da tampa de válvulas foram trocados por uns Allen cromados, arruelas cromadas, prisioneiros do coletor de admissão trocados e encurtados… A coisa havia ficado mesmo seria!


Um mês e pouquinho depois, a primeira fase deste estágio estava completo, para fechar, algo que os puristas querem ate hoje me matar: abrimos um buraco no parachoque frontal, para que o ar a ser direcionado para o intercooler o acessasse sem miséria!


A partir daí, pressurização nova, depois de pronta,novamente o carro voltou para a loja do Junior e desmontamos tudo de novo para levar o que faltava para pintura. Nesta empreitada, tive ajuda do próprio Junior, e meus amigos Thiago e Fernando. Algum tempo de trabalho e boas risadas depois, tudo montado e no lugar, o resultado final do cofre do motor e da montagem do intercooler ficou assim:

Aliás, preciso ressaltar o quanto o aspecto estético do cofre do motor melhorou com o desenrolar do projeto. Tanto que até fiz um vídeo mostrando como ele era e como ficou:

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Antes de acertar o motor, também inverti o lado da carcaça da válvula termostática, uma vez que a mangueira de água passava muito perto do coletor de escape e isso podia me deixar na rua a qualquer momento.

E assim ele repousava feliz em casa, aguardando ansiosamente o dia do acerto:

 

– O Acerto – fase 2

Dia 29/03, pouco mais de duas semanas depois que terminamos a montagem e por falta de agenda,  o acerto foi marcado com o mestre Overspeed, e lá vamos nós para o Dyno’s Race em SBC.

Prontos para iniciar os trabalhos:


A primeira passada sem mexidas por parte do Over, nada animador: 166 cv e pressão de turbo caindo de 0,6 para 0,2 a medida que dava pé. Nos olhamos com ar de duvida, eu apreensivo, ate que o conhecimento e experiência falam mais alto:

Over: “Tem algo na frente dessa turbina?”
Eu: “Como assim?”
Over: “Você usa tela ou filtro, algo do tipo?”
Eu: “Sim, uso tela!”
Over: “Então vai lá e tira!”

Não entendi nada, mas obedeci e tirei. Na passada seguinte a surpresa: pressão de turbo vindo forte, dando 0,8 bar e sem quedas; o Over tirou o pé porque veio tão forte (e sem mistura adequada ainda, pois ele não havia mexido) que poderia ter quebrado.

Mais alguns ajustes aqui e acolá, regulagem de velas, e a cereja do bolo: de 181 cv anteriores para agora incríveis 239 cv com 28,6 kgmf de torque, com apenas 0,8 bar!

Nem preciso dizer que eu estava tão eufórico quanto uma criança que acaba de ganhar um presente! O carro finalmente chegava onde eu queria. O resultado de trabalho árduo, muita amizade e irmandade, estudos, paciência, e a experiência e excelente trabalho do Junior Overspeed trouxeram uma cavalaria que nem eu mesmo esperava!

Acerto 4 Acerto 5

Vídeo da passada:

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– E agora, como estamos?

Como o carro foi recentemente acertado, e a grana está meio curta, ainda não corri de novo para ver quão melhor o Manco se comportará na pista.

A minha impressão nas ruas e estradas, é de “outro” carro: vem muito forte e destraciona de segunda e terceira com relativa facilidade, bastando socar a bota no acelerador. Não tem buracos, não engasga, a turbina vem firme, dá sua patada e assim continua até o corte, não “murcha” mais como era antes de tomar ar mais frio. E a temperatura? Nunca mais passou de 97 graus. Na cidade fica na media 95 graus, e na estrada crava em 92!

O próximo up que pretendo colocar são pinças maiores para usar freios de 280mm (apesar de não ter sentido falta de freios, sempre é bom cuidar da segurança.

Pretendo continuar cuidando da jóia com apreço, melhorando alguns itens “bobos” a medida que eu conseguir, e ter condições, visto que agora meu foco será outra (serei pai, lembram?).

Em um futuro médio/longo prazo, penso em fazer a funilaria dele do zero. Mas isso ainda demorará um certo tempo e recursos. Quem sabe não retorno aqui um dia?

E assim me despeço de vocês, caros amigos gearheads. Quero deixar aqui  alguns agradecimentos, em especial primeiro a Deus, que me permitiu realizar este sonho pessoal e me possibilitou ter pessoas e condições para isso. À minha esposa que sempre tem sido companheira e me apoiado, tem tido paciência e até aprendeu a gostar do mundo dos preparados, e a ir aos encontros e arrancadas. A todos que trabalharam comigo, sem exceções, para que este Corsa GSi renascesse e chegasse ao nível que o deixamos, seria injusto citar nomes porque foram muitas pessoas envolvidas durante esse quase um ano e meio de projeto, e eu poderia esquecer de alguém. Ao pessoal do FlatOut!, que me deu abertura para compartilhar meu singelo projeto com vocês, e é claro, a vocês que acompanharam, elogiaram, criticaram, torceram e estiveram junto conosco também!

Meu carro não é o mais perfeito e nem o mais inteiro dos GSi’s, mas para mim é exatamente o que idealizei. Claro que sempre dá para melhorar, e de pouco em pouco chegamos mais próximo do objetivo. A questão é que o projeto NUNCA acaba… E ele é apenas uma mola propulsora (e também conhecida como desculpa) para que arranjemos amizades fortes e coisas em comum com outros que compartilham do gosto pelo automobilismo, assim como nós.
Deixo a mensagem aqui de que você nunca desista dos seus sonhos, por mais distantes que eles pareçam estar. Se você tiver fé e correr atrás pra realizar isso, você com certeza alcançará!

Para finalizar fechar com chave de ouro, algumas fotos que fiz com uma câmera melhor, e uma que tirei em um dos eventos no Sambódromo que é uma das que mais gosto:

Um grande abraço, que Deus te abençoe e que possamos nos encontrar por aí para compartilhar coisas boas!

Por Jonathan Farias, Project Cars #326

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Uma mensagem do FlatOut!

Jonathan, como sempre dizemos por aqui, ver um clássico nacional voltar à vida é sempre uma coisa muito boa. Nesse caso, tudo ficou mais legal com a preparação no ótimo 1.6 16v que certamente deixou o foguetinho uma delícia de dirigir. Parabéns pela conclusão!