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Car Culture

O Renault Clio mais potente da Argentina é um bólido de rali com 285 cv e motor… Honda!

Desde 2005 o Renault Clio vendido no Brasil é importado da Argentina — e, por lá, ele se cham Clio Mio desde 2012, quando foi reestilizado e assumiu o visual que tem hoje. Mas nós não estamos aqui para recontar sua história, e sim falar de uma versão do hatch francês que só os hermanos têm: o Clio Maxi Rally, que tem um motor de 2,4 litros de 285 cv — naturalmente aspirado. Só não é um motor Renault…

O carro fará sua estreia no Maxi Rally argentino em 2015 com o piloto Gabriel Pozzo ao volante. Pozzo é um dos mais famosos pilotos de rali da Argentina, tendo sido piloto da Skoda em 2002 e 2003 no WRC e ficado com o título do WRC-3 (ex-PWRC, uma espécie de “divisão de base” do WRC disputada desde 1987), em 2001. Depois de 15 anos ao volante de carros de outras equipes ou como piloto independente, em 2014 Pozzo decidiu fundar a sua própria equipe, a GP Motorsports.

No início do ano, Pozzo e sua equipe começaram os trabalhos no Renault Clio, modelo escolhido pelo piloto. O Maxi Rally é disputado por carros baseados nos veículos de produção e por isso boa parte da estrutura monobloco é mantida, recebendo reforços estruturais e gaiola de proteção integral, enquanto a carroceria recebe para-lamas alargados e novos elementos aerodinâmicos. A mecânica, porém, é bastante modificada — carros com motor tranversal e tração dianteira, como Volkswagen Gol, Ford Ka (geração passada), Chevrolet Agile, Peugeot 207 e 208 e Citroën DS, ganham tração integral e motores longitudinais.

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Todos os carros que competem no Maxi Rally usam um motor Honda K24 — um quatro-cilindros de 2.370 cm³ com comando duplo variável VTEC preparado para render 285 cv e 30 mkgf de torque. A transmissão é sequencial de seis marchas, vinda do Subaru Impreza WRX STI, e leva a força do motor para as quatro rodas. O resultado é um Clio que, se querem saber, não ficaria deslocado no meio dos carros que competem no WRC. Duvida? Então assista a isto:

As imagens foram feitas durante a primeira bateria de testes do carro pronto, que percorreu mais de 100 km e mostrou-se muito bem acertado. “Nenhum parafuso se soltou, o carro é muito rápido nas curvas e a ótima distância entre-eixos dá a ele muita agilidade”, disse Pozzo ao site argentino Cosas de Autos. “Acho que estamos indo bem, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Vamos seguir com os testes enquanto me preparo para voltar às competições em 2015”.

O processo de desenvolvimento do Clio Maxi Rally acabou por levar um tempo maior do que o previsto, e por isto sua estreia foi adiada para o ano que vem.

[ sugestão de João Kleber Amaral ]