todos sabemos que a lotus desde o inicio foi sempre uma empresa onde o chassi o carro veio antes do motor este e um dos motivos dela ser tao especial e diferente afinal de contas antes dela motores sempre foram o coraçao de qualquer carro o centro de todo projeto automotivo mas colin chapman conseguiu reverter este dogma na verdade mostrou que reduzir o carro em volta de um dado motor e mais eficiente do que aumentar a potencia dele para conseguir tempos de volta mais rapidos algo que sempre foi conhecido mas nunca perseguido com tanta genialidade e foco como na lotus muito por uma questao externa de conjuntura a lotus nasceu em um estabulo criado por jovens engenheiros que sabiam projetar de tudo mas fabricar somente o que era possivel com ferramentas simples soldar e cortar tubos curvar chapas de metal coisas assim fundir usinar montar testar e produzir motores estava muito alem de suas possibilidades [caption id= attachment_289633 align= aligncenter width= 980 ] lotus ford 1962 o primeiro motor lotus[/caption] por necessidade ou genialidade nao importa chapman mostrou que aumentar potencia normalmente significa motor maior que precisa de cambio mais parrudo que aumentam o peso com o desempenho peso e desempenho maior exigem pneus e rodas maiores que necessitam de estrutura mais parruda que aumenta o peso de novo num circulo vicioso chapman diminuia o carro em volta do motor qualquer que fosse o motor disponivel e assim conseguia o mesmo desempenho com vantagens no pacote dinamico total um carro mais leve e melhor em curva tambem e precisa de menos freio assim mesmo sem motores proprios a marca conseguiu sair do estabulo e se firmar tanto como produtora de veiculos de rua como em competiçoes vitorias em le mans e na formula 1 mostraram que a capacidade de chapman como engenheiro era realmente invejavel mas um motor proprio tinha algumas vantagens nem todas elas tecnicas para ser percebido pelo publico como um fabricante de automoveis de verdade como porsche e ferrari comprar motor dos outros era tabu um motor lotus sempre esteve entre as ambiçoes de colin chapman [caption id= attachment_289635 align= aligncenter width= 831 ] o lotus 4 em linha serie 900 totalmente lotus[/caption] se tivesse cem mil dolares em caixa em 1966 o famoso motor ford cosworth dfv v8 de formula 1 seria um lotus mas como foi um ford todas as outras equipes tiveram acesso a ele depois do primeiro ano e se tornou o motor mais vitorioso da historia da categoria a cosworth como voces sabem foi criada por dois funcionarios de chapman mike costin e keith duckworth eventualmente a lotus se torna produtora de motores proprios tambem uma consultoria de engenharia tao grande e profissional como a porsche por isso e pela imensa criatividade de chapman e seus sucessores para encontrar socios para viabilizar seus planos como no caso do ford cosworth uma serie de carros de outros fabricantes acabam por usar motores lotus e deles que falaremos hoje [caption id= attachment_289634 align= aligncenter width= 999 ] o v8 biturbo do esprit 1996[/caption] desde o elise de 1996 a lotus voltou ao seu principio ao que sabe fazer melhor o elise usava um motor e cambio rover o que o fazia especial era a carroceria o baixo peso as suspensoes a direçao os freios um lotus nao precisa de um motor proprio para ser algo especial algo obvio hoje em dia mesmo assim a empresa criou alguns dos mais lendarios motores da historia onde colocou a mao fez algo no minimo interessante que outro fabricante pode dizer o mesmo em ordem cronologica os oito carros com motor lotus mas que nao sao lotus sao ford cortina lotus 1963 1970 chapman começou usando motores de outros carros ford austin e morris outra fonte era a coventry climax que produzia motores de competiçao e o motor do elite todos eles caros e especiais motores todos em aluminio desejando um motor mais forte e mais barato que os coventry climax chapman contrata harry mundy para projetar um cabeçote dohc para ser adaptado no bloco ford kent originalmente ohv o projeto inicialmente ficaria apenas nas cilindradas originais do kent 997 e 1340cm3 mas em 1962 a ford lança uma versao evoluida do motor com 5 mancais principais antes 3 e 1498cm3 o novo ford 116e era bem melhor para base do novo motor lotus com diametro de pistao aumentado para 82 5mm e um total de 1557cm3 o novo lotus ford aparecia em 1962 em um lotus 23 de competiçao logo depois aparece o lotus elan que recebia o novo motor como equipamento original walter hayes o mesmo executivo da ford que mais tarde aprovaria o v8 cosworth dfv pede para que chapman faça 1000 cortina modificados para competiçao/homologaçao no grupo a da fia nascia o lotus cortina oficialmente ford cortina lotus recebe o codigo interno lotus tipo 28 a ford vendia e fazia a divulgaçao dos carros alem de fornecer os 1000 carros base para modificaçao toda transformaçao ficava a cargo da lotus as principais mudanças eram motor dohc de 106 cv caixa de cambio de relaçoes curtas do elan suspensao traseira drasticamente redesenhada mas ainda um eixo rigido e portas capo e porta malas em aluminio a carcaça da caixa de cambio e do diferencial tambem eram em aluminio todos os carros eram pintados de branco com uma faixa verde com emblemas lotus estrategicamente colocados foi um tremendo sucesso em competiçoes famoso nas maos de jim clark e outros com uma das rodas sempre no ar e um imediato sucesso de vendas nas ruas tambem um sonho possivel e proximo para uma multidao de entusiastas ao fim mais de 3300 deles foram feitos somados a mais quatro mil da segunda geraçao do cortina com nova carroceria que apareceu em 1966 em 1967 porem o novo carro pequeno da ford substituiria o cortina em competiçao ford escort twin cam 1968 1971 a uniao entre a lotus e a ford continua na versao mais forte do novo escort dogbone de 1967 o escort twin cam embora menos iconico que o lotus cortina o twin cam e tambem um sonho para a maioria dos entusiastas europeus durante o fim dos anos 1960 em 1971 seria substituido por um outro carro famoso o rs1600 com o motor ford cosworth bda um motor serio de competiçao com cabeçote muito parecido com o do dfv de f1 e que apesar de tambem baseado no 116e da ford era mais moderno e potente jensen healey 1972 1976 ao mesmo tempo que a ford lançava o seu escort chapman começava o projeto de uma familia de motores totalmente lotus seria um quatro em linha dohc inicialmente com dois litros de deslocamento e com um avançado desenho de cabeçote com 16 valvulas o motor estava inclinado a 45° no cofre por dois motivos reduzir a altura do capo em carros de motor dianteiro e para mais tarde se transformar num v8 a 90° apenas adicionando se outra bancada de quatro cilindros oposta ao visitar o salao do automovel de londres de 1967 chapman se surpreende com o novo vauxhall victor era equipado com um novo quatro em linha sohc com comando acionado por correia dentada incomum em 1967 e dois litros mas o incrivel mesmo era que o motor era inclinado a 45° debaixo do capo como chapman o engenheiro chefe da vauxhall john alden tinha planos para uma nova familia que incluiria um v8 o vauxhall era todo em ferro fundido o futuro lotus seria em aluminio e tinha menor espaçamento entre cilindros mas era parecidissimo com o que chapman estava fazendo ate a relaçao de diametro e curso era similar o vauxhall tinha 95 3 x 69 2 mm contra 65 mm de curso do lotus a oportunidade cria desenvolvimento reduzido o cabeçote e montado em motores vauxhall e participa de competiçoes em varios carros de corrida da marca nao era intençao de chapman em repetir o lotus ford; o bloco seria eventualmente exclusivo lotus em aluminio e de desenho e fabricaçao proprios mas ao usar o vauxhall desta forma conseguiu economia de tempo e dinheiro significativa talvez reduzindo seu custo de projeto pela metade o que acontece em seguida e providencial um amigo de chapman ouve acidentalmente em uma viagem de trem uma conversa entre kjell qvale distribuidor americano e donald healey famoso construtor de carros esporte estavam discutindo os motores que poderiam comprar para um novo healey que estavam projetando as opçoes indo da ford ao bmw de quatro cilindros em linha estava claro que queriam algo em torno de dois litros chapman contata os dois e conhece o que seria o futuro jensen healey projeto financiado por qvale a jensen motors entre outras coisas fornecedora das carrocerias dos austin healey era agora propriedade de qvale o carro nascia da necessidade de um novo healey para manter a jensen funcionando e as lojas de qvale nos eua faturando ao fim da produçao do austin healey chapman consegue um contrato para fornecimento do motor o que da nao so o volume de produçao necessario para a viabilidade financeira de todo o projeto mas uma serie de vantagens cruciais que sao visiveis so em retrospectiva o lançamento deste motor completamente novo em um carro que nao era lotus da a chance para algum problema ocorrendo resolve lo sem muito problema para a marca ja para a pobre jensen healey… e problemas aconteceram logico distorçao de cilindros problemas de lubrificaçao de cabeçote e correia pulando dentes e fazendo valvulas colidirem com pistoes para ficar so nos mais graves e o mais incrivel chapman conseguiu fazer o acordo de fornecimento sem dar nenhuma garantia para os motores a conta acabou com a jensen e a jensen acaba lançado em 1972 o jensen healey para em 1976 e a empresa desaparece na lotus totalmente desenvolvido o motor teria vida longa e boa reputaçao durando ate 1999 em produçao normal talbot sunbeam lotus 1979 1981 em 1978 aparece uma encomenda da chrysler europa uma versao de rali do chrysler sunbeam um hatchback de traçao traseira precisava de um novo motor mais potente basicamente para competiçoes a chrysler oferece a lotus um interessante volume de 4500 unidades/ano mas com um porem deseja mais torque em toda rotaçao por meio de aumento de cilindrada com o aumento do curso para 76 2 mm para um total de 2174 cm3 o motor lotus quatro cilindros deitado tinha agora 150 hp em competiçao mais de 250hp eram possiveis o carro aparece em meio a confusao na empresa em 1978 a chrysler europa e comprada pela psa e vira talbot o que seria um sunbeam lotus se torna o talbot sunbeam lotus a estranha marca composta se torna campea do wrc em 1981 e por isso o carro de rua e uma daqueles raros e desejados carros criados para homologaçao de competiçao ate hoje um canto do cisne tanto talbot quanto sunbeam nao existem mais so a lotus chevrolet corvette zr1 1990 1995 o unico corvette ate hoje com motor com comando no cabeçote o c4 zr1 tem um magnifico v8 todo em aluminio dohc com 4 valvulas por cilindro de 5 7 litros este motor inicialmente com 380hp e 411 hp depois de 1993 dava um desempenho de supercarro ao corvette 0 100km/h em 4 5 segundos e quase 300km/h de maxima muita gente ainda acha que e somente um cabeçote dohc no velho v8 chevrolet; na verdade e um motor novo e exclusivo totalmente projetado pela lotus sob contrato sua produçao tambem nao foi na chevrolet sob supervisao da gm e da lotus eram construidos na mercruiser em stillwater oklahoma o contrato de desenvolvimento do novo motor por sinal foi firmado em 1986; mais tarde no mesmo ano a gm se tornaria efetivamente a dona da lotus com 91% de suas açoes o zr1 seria entao o primeiro fruto da ligaçao entre as duas empresas vauxhall carlton/opel omega lotus 1990 1992 se o primeiro fruto da ligaçao lotus gm foi o corvette zr1 talvez o mais famoso seja este basicamente um opel omega a versao lotus elevava o desempenho ja decente do opel de seis cilindros em linha para algo capaz de humilhar a maioria dos supercarros contemporaneos o motor do omega gsi dohc 24 valvulas e tres litros recebia primeiro um aumento de cilindrada para 3 6 litros o bloco do motor era reforçado com mais nervuras e recebia virabrequim bielas e pistoes forjados para aguantar a pressao de dois turbocompressores garret t25 soprando por um intercooler a pressao maxima de 10 psi eram nada menos que 382 cv a 5200rpm e 57 mkgf de troque a 4500rpm o mesmo cambio zf manual de seis marchas do zr1 era usado aqui era o suficiente para fazer o imenso seda acelerar ate 100km/h em 5 5 segundos e chegar a uma velocidade maxima de 285 km/h algo inimaginavel para sedas em seu tempo e a lotus sendo lotus freios e suspensao foram melhorados para serem tao capazes quanto o motor um classico imortal dos anos 1990 emme lotus 1998 2000 a emme fabrica pindamonhangabense com donos suiços via uma empresa de liechtenstein sempre esteve envolta em misterio seu carro era ambicioso um seda parecido em desenho a um conceito da volvo mas com chassi tubular suspensoes independentes e um motor lotus quatro cilindros 2 2 litros turbo chargecooler de 264cv mas tao rapido quanto apareceu do nada sumiu novamente falindo em 2000 apenas 15 veiculos foram fabricados ac cobra autokraft 212 s/c 2000 o unico motor da lotus que e realmente independente feito pela empresa sem usar nenhum motor ja existente ou supervisao sob contrato como no caso do corvette c4 zr1 foi tambem seu ultimo motor proprio depois dele reverteu a pratica original de comprar motores prontos de outras empresas este motor e o v8 biturbo de 3 5 litros lançado no esprit v8 em 1996 o esprit era um carro antigo ali; era somente vitrine para o motor a lotus esperava vende lo para a industria inglesa de carros esporte entao dependente do v8 rover de aluminio um propulsor para la de antigo com origens num buick de 1962 o motor era sensacional realmente reputado com uma relaçao peso potencia inigualavel era um v8 pequeno 83 × 81 mm total de 3506 cm3 e totalmente em aluminio dohc/4 valvulas por cilindro tinha virabrequim plano e era equipado com dois turbocompressores e o patenteado chargecooler da lotus um resfriador ar/agua a lotus dizia que era homologado a 507 hp um absurdo em 1996 mas limitado pelo cambio no esprit dava 355 cv apenas a lotus nao teve sucesso em vender seu motor por um motivo simples era carissimo apenas uma companhia criou um carro para usa lo a autokraft herdeira do nome e fabrica da ac inglesa o antigo cobra 427 s/c recebia um motor moderno e atual nascia o 212 s/c com 355cv e muito mais caro que os motores americanos oferecidos tambem vendeu pouco e desapareceu rapidamente e com ele a historia de fabricante de motores da lotus
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