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Os carros widebody mais fodásticos que já existiram – parte 1

Na semana passada, perguntamos aos leitores quais eram os carros widebody — isto é, com a carroceria alargada, e não apenas molduras nos pára-lamas — mais fodásticos já feitos no mundo. Nossa sugestão foi uma dupla de Mercedes-Benz explosiva — o 190E 2.5-16 Cosworth Evo II e o 560SEC AMG. Agora, chegou a hora de conferir quais foram as sugestões de vocês, começando pelos originais de fábrica.

Ah, um detalhe importante antes de começarmos: alguns dos carros sugeridos por vocês não eram exatamente widebody — não tinham todo o painel dos para-lamas alargado, e sim apenas os arcos. São carros bacanas mas, por questão de critério, tiveram que ficar de fora.

Estamos entendidos? Então vamos lá!

Audi Sport Quattro

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O Audi Quattro original de 1981, era a versão de homologação do Audi 80 para o Campeonato Mundial de Rali (WRC) porém, era bem mais musculosa — os para-lamas mais largos eram só parte das modificações, que incluíam um motor cinco-cilindros de 2,1 litro comcomando simples no cabeçote, injeção e turbo, capaz de entregar 305 cv. Sua maior novidade, porém, era o sistema de tração integral. Antes dele, os carros de rali tinham apenas tração dianteira.

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No entanto, é o Audi Sport Quattro, de 1984, a versão mais lendária. Com a menor distância entre-eixos, o carro ficava mais ágil e compensava o fato de o motor ficar pendurado na dianteira — os rivais do Grupo B de rali tinham quase todos motor central-traseiro. O aspecto do carro, contudo, ficava um tanto desproporcional — especialmente com os para-lamas alargados. Nada disto impediu que cada um dos 214 exemplares fabricados para as ruas seja uma verdadeira preciosidade.

 

BMW M3 E30

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À direita, o carro de corrida sem pintura e, à esquerda, a versão de rua. Quase a mesma coisa, não?

Quando a gente disse que o widebody são comuns em carros de homologação, não estávamos brincando: o BMW M3, esportivo mais emblemático da marca bávara, também surgiu para homologar um carro de corrida — o M3 que faria sua estreia no DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterschaft, o Campeonato Alemão de Carros de Turismo).

Foi em 1985. A BMW não tinha um carro de corrida para entrar no DTM, mas queria muito fazê-lo. Então, eles perceberam que tinham a base perfeita: o BMW Série 3 E30, que fora lançado em 1982 e tinha tração traseira, suspensão independente por braços semi-arrastados e o porte perfeito para competir em provas de turismo.

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No entanto, seu grande trunfo era o motor: o S14, um quatro-cilindros em linha de competição que usava um bloco oriundo dos BMW Neue Klasse e cabeçote com comando duplo que era, em essência, o cabeçote do seis-em-linha M88 (que equipou o lendário M1 e a primeira geração do M5) com dois cilindros a menos. O quatro-cilindros de 2,3 litros era capaz de entregar 320 cv e girar a mais de 8.000 rpm, e ajudou o carro a ganhar o título da DTM logo em 1987, seu ano de estreia, e novamente em 1989.

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A versão de rua, claro, era menos potente para garantir a durabilidade e a usabilidade do carro em vias públicas — e, ainda assim, estamos falando de 195 cv em um quatro-cilindros 2.3 aspirado que foi apresentado há mais de três décadas, capaz de levar o M3 E30 até os 100 km/h em menos de sete segundos. E herdou a carroceria mais larga do carro de corrida.

 

Mercedes-Benz CLK 55 AMG DTM

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Dissemos que a AMG antecipou a receita dos atuais Black Series lá nos anos 1980, com o 560SEC AMG Widebody — carroceria alargada, preparação mecânica de primeira. Mas isto aconteceu de novo depois — em 2004 foi produzida uma edição especial do CLK 55 AMG inspirada nos modelos que disputavam a DTM na época.

Até o bodykit era praticamente o mesmo dos carros do campeonato, mas em vez do V8 de quatro litros e menos de 500 cv usados por força do regulamento, o CLK DTM AMG pôde usar uma versão ainda mais brutal do V8 5.4 do CLK 55, com um compressor mecânico que levou a potência dos 367 cv para 582 cv. Um cupê com bodykit de carro de corrida e mais potente do que ele. Fodástico é pouco.

 

Porsche 911 GT2 Evo

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Faz pouquíssimo tempo que falamos do Porsche 911 GT2 Evo — para nós, o mais extremo de todos os 911 air cooled e, para os puristas, o verdadeiro Santo Graal. Ele é baseado no Porsche 911 993, última geração com motor arrefecido a ar, e foi criado em 1995 como especial de homologação para a categoria GT1 da FIA — a mesma do 911 GT1 que venceu as 24 Horas de Le Mans três anos depois.

O 911 GT2 Evo trazia varias modificações de carro de corrida — começando pelo interior completamente aliviado, trazendo apenas um banco (com cinto de competição, claro), rollcage homologada pela FIA e até um sistema de supressão de incêndio.

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O câmbio era manual de seis marchas, levando a força para as rodas traseiras. E obviamente não havia sistemas eletrônicos para te ajudar a domar os 600 cv que a Porsche conseguiu extrair do motor 3.6 turbo, que vinham acompanhados de 67,7 mkgf de torque. Os pneus eram mais largos para compensar a força extra, e precisavam ficar alojados sob para-lamas pornograficamente largos. A Porsche só fez 11 exemplares do 911 GT2, fazendo dele um dos mais raros de sua espécie.

 

Mercedes-Benz SL65 AMG Black Series

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A gente até falaria do Mercedes-Benz C63 AMG Black Series mas, como já dissemos, a real é que ele tem os arcos dos para-lamas bem largos, e não os para-lamas em si. Além disso, gostamos tanto dele que até fizemos um post especial de despedida. Mas não se preocupe: vai ter Black Series nesta lista sim, e não vai ser qualquer um deles. Eis o SL65 AMG Black Series.

Se você gosta do C63 AMG Black Series por causa de seu V8 naturalmente aspirado de 6,2 litros e 517 cv, o SL65 AMG Black Series, de 2008, tem um V12 biturbo de seis litros 670 cv — e o torque só fica em 102 mkgf por causa do limitador eletrônico. Sem ele, o torque seria de 122 mkgf! Com câmbio automático de cinco marchas, o SL65 AMG Black Series vai até os 100 km/h em 3,9 segundos, aos 200 km/h em 11 segundos e continua acelerando até os 320 km/h.

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E ele sim é um widebody — basta ver como  todo ele é mais largo. Não é para menos: os pneus traseiros, de medidas 325/30, calçam rodas de 20×11,5 polegadas!

 

Peugeot 205 T16

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Falando em Grupo B, não tem como não citar o bicampeão da categoria (1985 e 1986), o Peugeot 205 T16. Ele tinha um quatro-cilindros turbo de 16 válvulas produzia cerca de 350 cv e ficava logo atrás do banco do piloto, conectado a um sistema de tração integral com distribuição de torque selecionável por meio de engrenagens epicíclicas. Era um monstro.

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Sua versão de homologação era um pouco mais mansa, com 200 cv, mas mantinha o visual robusto da carroceria alargada (cuja parte traseira se levantava toda para mostrar o motor) — nem parecia que sua base era o mirrado (porém divertido) 205 hatch.