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“Prost vs. Senna”: relembrando a rivalidade épica em uma corrida de hot hatches

Sem dúvida, uma das maiores rivalidades da história do automobilismo foi aquela protagonizada pror Alain Prost e Ayrton Senna. Ambos dispensam apresentações, e sem dúvida estão entre os maiores pilotos de todos os tempos. Foi uma rivalidade que começou em 1988, quando Ayrton deixou a Lotus para se tornar colega de equipe de Prost na McLaren, e só terminou com a morte do brasileiro no dia 1º de maio de 1994.

Esta rivalidade, agora, só existe nos registros em vídeo daqueles que a testemunharam, fosse de perto ou pela TV. E, claro, nas lembranças de Alain Prost que, quatro anos depois da morte de Ayrton, disse que naquele dia uma parte dele morreu também.

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Episódios como o que aconteceu no GP do Japão, em Suzuka, quando uma colisão entre as McLaren de Senna e Prost acabou por decidir o campeonato (o título ficou com o Francês) são histórias clássicas de um tempo que não volta mais. No entanto, hoje em dia, dá para ver Senna e Prost disputando corridas de novo.

Estamos falando de Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, e do filho de Alain Prost, Nicolas. Ambos correm na nova Formula-E, categoria de monopostos elétricos da FIA que é bem mais emocionante do que parece e, além de terem sido parceiros na equipe Rebellion Racing, do Mundial de Endurance, são amigos e garantem terem deixado de lado qualquer mal estar entre suas famílias.

Sendo assim, os caras do Fifth Gear conseguiram colocar os dois na mesma pista — o circuito de Snetterton, no Reino Unido — para uma disputa amigável entre Bruno e Nicolas, cada um deles ao volante de um hot hatch.

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Senna ficou com o Audi S3 Sportback, equipado com um quatro-cilindros TFSI de dois litros com turbo, 300 cv e 38,7 mkgf de torque — neste caso, com transmissão automática de seis marchas (S-Tronic), que leva a potência até as quatro rodas por um sistema com diferencial Haldex. Nicolas Prost, pro sua vez, pilotou o Renault Mégane RS Trophy 275, que até pouco tempo atrás era recordista de tração dianteira no Nürburgring Nordschleife, perdendo sua posição para o Honda Civic Type R em 2015.

Dá até para entender as escolhas: o tio de Bruno Senna tinha uma estreita ligação com a Audi no início dos anos 90, e foi um dos responsáveis pela chegada da marca alemã ao Brasil, enquanto Alain Prost foi piloto da Renault na F1 entre 1981 e 1983.

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Com um motor 2.0 turbinado de 275 cv 36,7 mkgf, além de tração dianteira (“nas rodas erradas”, para alguns), o Mégane RS teoricamente está em desvantagem nesta disputa. Além disso, ele tem câmbio manual — o que, apesar de aumentar o envolvimento do homem com a máquina, pode custar algumas frações de segundo nas trocas, mesmo que o S-Tronic do Audi S3 não tenha dupla embreagem. No entanto, com dois pilotos de sangue nobre soltos na pista — e, aparentemente, sem nada ensaiado —, tudo pode acontecer. E acontece.

São duas voltas pelos 4,7 km de Snetterton, um traçado relativamente longo que traz um bom equilíbrio entre retas e curvas mais técnicas. E, remetendo não apenas às disputas acaloradas entre Prost e Senna nos tempos de McLaren, como também um dos mais recentes choques entre Bruno e Nicolas na Fórmula-E, ambos os pilotos fazem de tudo para permanecer à frente.

Dá para ver que Bruno pilota de forma ousada. Seu Audi tem mais potência e mais tração, mas também pesa mais — são 1.520 kg do Audi contra 1.280 kg do Renault, quem também tem freios melhores e uma traseira mais solta.

Enquanto Senna dispara na frente nas retas e mantém-se firme nas curvas, a fim de não deixar que Prost o ultrapasse, o filho do “professor” é paciente e espera as melhores oportunidades para se aproximar do Audi e, a cada oportunidade que surge, passar à frente. No entanto, Senna consegue se recuperar, graças à potência extra, todas as vezes. Tiff Needell, que vai de carona com Prost e parece mais determinado a vencer do que o próprio piloto, até brinca dizendo que nada que um bom “chega pra lá” não resolva.

Na reta final, quando os dois carros se alinham quase que para uma arrancada até a linha de chegada, no entanto, Prost consegue vencer por menos de meio carro de diferença. E tudo acaba bem no final — os dois são mesmo amigos, e fazem questão de deixar claro que tudo o que aconteceu há mais de duas décadas deve ser lembrado sim, mas com admiração e respeito.

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