FlatOut!
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Pergunta do dia

Quais são os carros widebody mais fodásticos já feitos?

O que você curte em um esportivo? A potência do motor, a dirigibilidade e o acabamento diferenciado, claro, são grandes atrativos — além do fato de muitos esportivos serem carros emblemáticos, o que automaticamente aumenta seu apelo. Mas sabe o que também nos agrada bastante em muitos carros de alto desempenho? Sua postura e presença — o famoso stance. Rodas, pneus e a altura da suspensão são parte do que define um bom stance, mas a carroceria também tem seu papel. Especialmente se for alargada, do tipo widebody. Mas qual é o widebody mais bacanudo que você já viu?

Quando a gente fala em widebody, nos referimos àqueles carros com a carroceria alargada. A razão definitivamente não é apenas estética. Se rodas, pneus e bitolas mais largos ajudam na estabilidade direcional, ao reduzir a transferência lateral de peso, os para-lamas alargados permitem que se aumente de verdade as dimensões do conjunto — coisa de quinze centímetros ou mais.

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É difícil traçar a origem exata dos widebody, mas dá para dizer sem medo de errar que a ideia veio das pistas. Os registros mais antigos de para-lamas com molduras mais largas (conhecidos como overfenders ou fender flares) datam da década de 1960 e 1970. Há fotos do Mini Cooper que competiu em ralis em 1964 exibindo para-lamas mais largos, e o Nissan Skyline 2000GT-R coupé de 1970 ficou famoso pelos para-lamas alargados na traseira — estes, inspirados pela versão de competição.

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O Fiat 124 Spider Abarth, que também foi carro de rali em 1972, não era nada discreto com seus fender flares pretos sobre a carroceria vermelha.

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widebody seria uma versão extrema dos fender flares. Um de seus primeiros usos foi no Alfa Romeo Giulia GTAm, a versão versão mais destruidora do Giulia Spring GTA. Não se sabe ao certo a origem da sigla — há quem diga que o “Am” significa Alleggerita Maggiorata (em tradução livre, “mais leve e mais largo”), mas há quem acredite que seja uma abreviação para “America”, pois a Autodelta usou como base alguns exemplares de origem americana além dos europeus. O fato é que o carro, de fato, recebia para-lamas de alumínio rebitados — ganhava pneus maiores, rodas mais largas e um visual matador.

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É por sua origem nas pistas que o widebody acabou se tornando bastante comum em especiais de homologação. Sendo assim, não é por acaso que ao pensar em carros widebody, um dos primeiros que nos vêm a cabeça é o Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Cosworth Evo II, especial da homologação da DTM — Deutsche Tourenwagen Meisterschaft, o Campeonato Alemão de Carros de Turismo.

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A versão de nome quilométrico foi a última, lançada em no Salão de Genebra de 1990. O motor 2.5 com comando duplo no cabeçote desenvolvido com a ajuda da Cosworth agora recebia o pacote AMG de série, garantindo 235 cv a 7.200 rpm e 25 mkgf de torque a 5.000 rpm. O modelo Evolution anterior, para efeito de comparação, tinha 205 cv — e a versão anterior, com motor 2.3, tinha 185 cv.

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O Evo II tinha força suficiente para chegar aos 100 km/h em 7,1 segundos com máxima de 250 km/h — o mais veloz de todos os Cossie. E era o único deles com o famoso (e verdadeiramente pornográfico) kit widebody, com para-lamas ainda mais largos, uma asa traseira ainda maior e ajustável. De acordo com a Mercedes-Benz, o kit foi testado em um túnel de vento para garantir o menor coeficiente de arrasto possível — apenas 0,29. Função e forma, em perfeita harmonia. De babar, mesmo.

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Alguns anos antes, porém, houve outro Mercedes-Benz widebody, e ele não era um especial de homologação. Falamos do 560SEC AMG, coupé do Classe S W126. Baseado no topo-de-linha da Mercedes em meados da década de 1980, o imponente cupê era equipado com um  V8 de 16 válvulas, 5,5 litros e 300 cv. Não impressiona tanto, não é mesmo? Por sorte, havia os kits da AMG para quem quisesse algo mais potente e rápido.

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Naquela época, a AMG ainda não era a preparadora oficial da Mercedes-Benz, mas já entendia do riscado. Em suas mãos, o V8 M117 teve todos os componentes internos modificados a fim de aumentar a cilindrada de 5,5 para seis litros, e também ganhou os cabeçotes multiválvulas desenvolvidos em 1986 pela AMG — pois naquela época a Mercedes ainda não tinha motores com quatro válvulas por cilindro. Com isso, a potência do motor saltava de 300 para 385 cv. O número que só apareceu na ficha técnica da Classe S em meados dos anos 1990, com a chegada dos motores 6.0 V12. Precisa mais?

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Na verdade, nem precisava, mas a AMG fez questão de aplicar nele a mesma receita utilizada nos AMG Black Series atuais: para-lamas alargados e rodas maiores e mais largas — um jogo de belas Monoblock, feitas em duas peças, com  10 polegadas de largura na traseira e oito na dianteira. O nome oficial desta versão é Mercedes-Benz 560SEC AMG 6.0 Widebody Coupe, mas ainda havia outra versão, mais simples, que acrescentava apenas para-choques esportivos e rodas sem borda.

 

O carro ainda ganhava alguns itens de conforto bem interessantes, como ar-condicionado de duas zonas, bancos esportivos Recaro com memória e ajustes elétricos, velocímetro com escala de 300 km/h e volante Momo. Mas todo mundo lembra dela por causa dos para-lamas alargados.

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Acho que já te demos inspiração suficiente, não? Então, agora é sua vez: quais são os carros widebody mais bacanudos que existem? Lembre-se: valem modelos originais de fábrica e feitos por preparadoras. E a caixa de comentários é tuda sua!