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Que tal um VW Golf ou Bora picape? É possível – e não é que fica bacana?

O Brasil é um dos países onde picapes pequenas, baseadas em sedãs e hatchbacks, são bastante comuns — VW Saveiro, Fiat Strada, Chevrolet Montana e a saudosa Ford Courier são os exemplos mais conhecidos. E, de certo modo, são para nós o que as Utes são para os australianos: mais do que utilitários, muitos entusiastas as utilizam como carros de lazer, com dois lugares e bastante espaço na caçamba — na medida para viajar com a pessoa que você mais gosta e todas as tralhas necessárias. Só nos faltam o motor V8 e a tração traseira, mas isto não vem ao caso agora.

O que vem ao caso é que não somos apenas nós que gostamos de picapes compactas. Claro, os americanos preferem algo maior — tanto que algumas de suas caminhonetes são caminhões para nós —, mas há quem queira uma picape baseada em um carro e não esteja a fim de procurar um bom Ford Ranchero ou El Camino. Para estes caras, a solução pode estar em Wareham, Massachusetts, no leste dos EUA. É lá que fica a Smyth Performance, empresa que oferece um produto bem específico: kits de conversão para a quarta geração do VW Golf/Bora que transformam o hatch ou sedã em uma picape. E, olha, considerando o baixo custo do kit e a relativa facilidade para instalar, até que fica bom!

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A Smyth Performance foi fundada em 2014 por Mark Smith — o mesmo cara por trás da Factory Five, que transforma o Subaru WRX em um esportivo de motor central-traseiro; e da Local Motors, criadora do insano Rally Fighter. Ou seja: ele não é nenhum novato na arte de construir e customizar carros, e enxergou na transformação do Golf/Bora em picape um bom nicho para explorar.

Desde o início, o objetivo da Smyth Performance foi criar um kit barato, de visual convincente e que fosse fácil de instalar. O resultado foi o kit Smyth Ute, para o Bora e o Golf de quatro portas, cuja versão básica custa US$ 3.500 (cerca de R$ 12.600 em conversão direta) e usa uma estrutura de alumínio com painéis de fibra de vidro — e não requer nenhum tipo de solda para a instalação. Aliás, isto pode ser feito em um fim de semana, na garagem da sua casa, como mostra o vídeo abaixo:

No time lapse de menos de cinco minutos, podemos acompanhar o processo todo. Primeiro, toda a porção traseira da carroceria, a partir das colunas “B”, é removida sem cerimônia. Em seguida, é instalada a caçamba de alumínio, que também serve como componente estrutural e inclui todo o assoalho e caixas de roda. A Smyth Performance diz que o monobloco já é bastante rígido e que não há prejuízo no comportamento dinâmico do carro.

Uma vez instalada a caçamba, é a hora de colocar a nova carroceria. São peças de fibra de vidro — laterais, para-lamas e fundo da cabine —, além das lanternas traseiras e da porta, que é feita de aço. Tudo é instalado com rebites, algo que por si só já facilita bastante o processo. Concluída esta parte, é preciso dar o acabamento na fibra, lixando e conferindo os encaixes, antes de pintar ou envelopar.

O vídeo abaixo é uma versão mais longa — pouco menos de 30 minutos — e dá para acompanhar o processo em detalhes. De acordo com a companhia, são de 40 a 50 horas de trabalho.

O som é “Thick as a Brick”, obra seminal do Jethro Tull, um dos maiores nomes do rock progressivo

Agora, é preciso observar uma coisa: é bem provável que os caras que estão trabalhando no vídeo sejam caras bem experientes e acostumados com o serviço. Caso alguém decida adquirir o kit e fazer o serviço por conta própria, a Smyth Performance um manual completo em PDF com instruções detalhadas, medidas e fotos. Não duvidamos que um cara normal consiga mesmo fazer tudo sozinho — mas, considerando que as peças de fibra de vidro podem ter pequenas variações nas medidas e que, bem, cada caso é um caso, talvez um fim de semana seja pouco.

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As laternas e a tampa traseira são do Ford Explorer Sport Trac vendido de 2001 a 2005 nos EUA

No vídeo, ainda faltaram algumas coisas, como o acabamento do interior e a pintura. No manual, é dito que alguns passos podem variar — por exemplo, há quem prefira instalar pequenas janelas na parte posterior da cabine (algo parecido com o que a VW fazia com a Saveiro até a geração G4), e há instruções para isto. Estes pequenos detalhes podem adicionar uma boa carga horária ao processo.

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De qualquer forma, quando o trabalho é bem feito, o resultado não fica ruim! Diga aí: você encararia uma transformação como esta?