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Versões insanas de carros comuns, parte 2: as sugestões dos leitores

Ontem o FlatOut trouxe uma lista de versões insanas de carros relativamente comuns (uns mais, outros menos) — minivan com motor de F1, crossover com motor de superesportivos e hatchback com motor de muscle car foram alguns deles. Mas os leitores conseguiram lembrar de mais alguns exemplos — o suficiente para garantir uma segunda parte da lista. Vai perder?

 

BMW M8

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Bem, o BMW Série 8 não é exatamente o que se pode chamar de comum — o grand tourer só teve uma geração, a E31, e seu cartão de visitas era o V12 da versão 850CSi, com seus 5,6 litros, 380 cv e 56,1 mkgf de torque, o bastante para acelerar de 0 a 100 km/h em seis segundos cravados. Pode não impressionar hoje, mas estamos falando de um carro lançado em 1992! De qualquer forma, insano mesmo foi a versão Motorsport do Série 8 que não tivemos.

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Isto mesmo, um BMW M8, cuja existência era veementemente negada pela marca até 2010. Naquele ano o carro foi tema de uma matéria na BMW Magazine e revelado para os jornalistas no Museu da BMW em Munich, sendo exibido para o público somente uma vez — em agosto de 2012, durante uma exposição chamada “The Legends of the Autobahn” na Califórnia.

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Seu motor era uma versão preparada do V12 S70 — com diâmetro dos cilindros ampliados e cabeçotes multiválvulas, a potência estimada era de 550 cv, na medida para competir com as Ferrari grã-turismo, como a 456. Dizem até que seu motor foi o ponto de partida para o V12 do McLaren F1, embora isto não seja verdade — são dois projetos diferentes. De qualquer forma, o M8 foi cancelado logo no início, visto que a BMW achou que não haveria mercado para ele.

 

Mercedes-Benz Classe A 190 Twin

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Quando se trata de insanidade automotiva, é difícil superar a instalação de dois motores em um mesmo carro e os faz funcionar ao mesmo tempo. Quando um fabricante o faz, então, não tem como não ficar boquiaberto. Ainda mais se o carro for o Mercedes-Benz Classe A de primeira geração, e a própria fabricante decidir que um motor só não é o bastante.

O Classe A foi lançado em 1997 apenas com motores de 1.4 (A140) e 1.6 litro (A160), mas em 1999 ele ganharia uma versão mais potente, o A190 com seu motor de 1,9 litro e 125 cv. Para revelá-lo ao público a Mercedes decidiu colocar DOIS motores 1.9 em um Classe A, que foi exibido no museu da marca no fim de 1998. Os motores eram ligados ao mesmo sistema de alimentação, e o acelerador eletrônico atuava sobre ambos de forma sincronizada. Cada um dos motores movia um dos eixos, e cada um deles tinha sua própria transmissão — elas também eram sincronizadas.

Mika Hakkinen era piloto da McLaren (que já usava motores Mercedes) na época, e deu umas voltas do carro. Além do interior totalmente funcional, forrado em Alcantara e couro de duas cores, ele elogiou também o comportamento dinâmico e ficou impressionado com a concepção mecânica do A190 Twin. É como um daqueles híbridos com um motor para cada eixo (ou cada roda) —  mas sem a parte híbrida.

O carro acelera até os 100 km/h em 5,7 segundos e chega aos 230 km/h. Para pará-lo, foram convocados os freios a disco do E55 AMG, que ficam atrás das rodas de 18 polegadas com pneus de medidas 225/35.

 

Mercedes-Benz B55

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Ainda falando de Mercedes com o dobro de cilindros, temos o “B55”. O Classe B é um hatchback com jeito de minivan lançado pela Mercedes-Benz há nove anos, e suas duas gerações dividem a plataforma com o Classe A. Aparentemente, alguém lá dentro da Mercedes achou que ele também merecia uma versão com mais cilindros, mais potência e alguns parafusos a menos, e o resultado foi o “B55”.

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A ideia foi de um dos supervisores da fábrica da Mercedes em Rastatt, Alemanha, que quis dar aos trainees (algo como estagiários recém-formados) a missão de construir um carro especial com o Classe B. O resultado foi um monovolume  que, em vez do quatro-cilindros em linha e transversal e tração dianteira, tinha o V8 de 5,5 litros e 390 cv do sedã E550, suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em menos de seis segundos — nada mau para um carro de 1.620 kg, se querem saber.

Queimando borracha!

Graças à farta disponibilidade de componentes — imagine ter todo o setor de peças da fábrica da Mercedes à sua disposição! — e muito know-how, os estudantes conseguiram adaptar o motor usando os suportes originais e fazer tudo funcionar perfeitamente, usando até mesmo alguns componentes mais antigos, como o eixo traseiro do Classe E W210. O resultado é um carro prático, rápido e que adoraríamos ver produzido, mesmo em série limitadíssima.

 

Alfa Romeo 164 Procar

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Se a primeira parte desta lista tinha uma minivan com motor de Fórmula 1, desta vez temos um sedã: o Alfa Romeo 164 Procar, criação da marca do cuore sportivo para disputar a Procar, categoria de apoio da Fórmula 1 ficou famosa por seus BMW M1 de 470 cv em 1979 e 1980.

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Em 1988 a Alfa Romeo comprou a equipe Brabham de Fórmula 1. Para aquecer a categoria, as duas companhias decidiram que era uma boa hora para trazer de volta a Procar — desta vez, usando uma versão com motor central-traseiro do Alfa Romeo 164. E não seria qualquer motor, mas o V10 de 3,5 litros, 620 cv a 13.300 rpm e 39 mkgf a 9.500 rpm projetado para a equipe Ligier de F1. Testado em um autódromo, o 164 atingiu uma velocidade máxima de 340 km/h, além de completar o quarto-de-milha (402 m) em apenas 9,5 segundos. Mas, infelizmente, jamais chegou a competir. Leia toda a história aqui!

 

Ford Transit Supervan

Para promover a van Transit, em 1971 a Ford levou ao circuito de Brands Hatch uma de suas criações mais incríveis: a Supervan original — que tinha a carroceria de uma Ford Transit da época, mas usava o conjunto mecânico do Ford GT40 que venceu as 24 Horas de Le Mans em 1968 e 1969 — os dois últimos anos da sequência que vinha desde 1966, com quatro vitórias consecutivas.

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“Acho que tem um V8 na sua van, cara…”

O motor em questão era um V8 de cinco litros (302 pol³) e 400 cv. A velocidade máxima era de cerca de 240 km/h e, para garantir um mínimo de estabilidade, a Supervan recebeu eixos bitolas e pneus mais largos — que lhe davam uma aparência quase cômica, mas muito agressiva. É como uma Espace F1, só que feita na década de 1970!

 

Infiniti Q50 Eau Rouge

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Se os caras da Nissan europeia foram chamados de malucos (e se tornaram deuses do nosso panteão) ao colocar as entranhas do Godzilla no Nissan Juke em 2011, no Salão de Genebra de 2014 a Infiniti, divisão de luxo da marca japonesa, tomou o título ao apresentar o Q50 Eau Rouge — uma versão de seu sedã com o V6 biturbo de 3,8 litros do GT-R — devidamente atualizado com 567 cv e 61,2 mkgf de torque.

Desde então, a marca vem nos provocando com a possibilidade de colocá-lo nas ruas — que não foi negada e nem confirmada, mas estamos confiantes de que existe. O problema é que seu nome, uma homenagem à curva mais famosa do circuito belga de Spa-Francorchamps, terá que ser mudado caso isto aconteça, pois os dirigentes do autódromo não gostaram muito da ideia…

De qualquer forma, ter o conjunto mecânico do GT-R em um sedã de luxo — que acelera de 0 a 100 km/h em menos de quatro segundos e passa dos 290 km/h — só nos faz pensar em um rival japonês de peso para nomes como BMW M5 e Mercedes-Benz E63 AMG. Você não?