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Car Culture

Xarás improváveis: mesmo nome, carros completamente diferentes | Parte 2

No mês passado fizemos um post sobre carros completamente diferentes, de fabricantes e épocas distintas, que compartilham o mesmo nome. Pois um dos nossos FlatOuters, Kenji Ashimi (valeu mais uma vez!) nos ajudou a lembrar de mais alguns casos. Esta, aliás, é uma das coisas bacanas de ser um apoiador do FlatOut – o acesso ao grupo secreto, onde você pode interagir com a equipe e mandar sugestões e dicas para nós.

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Novamente, o tema aqui não são nomes que foram aproveitados pelas fabricantes de formas diferentes (como Ford Maverick ou Dodge Charger, por exemplo), mas sim nomes que foram usados por fabricantes diferentes em veículos que não tem nada a ver um com o outro. Como o primeiro exemplo desta lista…

 

Strada

Geralmente o que garante o uso de nomes iguais em carros de marcas diferentes é a distância geográfica – não houve problema algum, no uso do nome Continental pela Bentley no Reino Unido e pela Lincoln nos EUA. Contudo, aqui mesmo no Brasil tivemos uma situação curiosa nos anos 1990: havia duas Strada no mercado – a picape da Fiat e a moto da Honda.

A própria Fiat já havia reciclado o nome Strada – era chamado assim o hachback Fiat Ritmo no Reino Unido e nos Estados Unidos durante a década de 1980. A picape Strada foi lançada no Brasil em 1998 e, como todos sabemos, foi um sucesso tão grande que só em 2020 ganhou uma nova geração. Mas ela não foi a primeira Strada vendida no Brasil.

A Honda CB200 Strada foi lançada em 1994 para substituir a CBX Aero e ocupar o espaço que hoje pertence à Twister – com um motor de 197 cc e 19 cv potente para a época, design minimalista e até que musculoso, ela foi vendida até 2004, quando deu lugar à Twister.

E ainda tem um bônus: nas Filipinas, a Mitsubishi L200 Triton se chama Mitsubishi Strada. O que não deixa de ser curioso é que, entre 2015 e 2019, a Fiat vendeu uma versão rebatizada da L200 chamada Fiat Fullback, que não fez sucesso e saiu de linha com cinco anos de vida.

 

Sprinter

Todo mundo já andou numa Mercedes-Benz Sprinter, van de passageiros que foi lançada em 1995 e é vendida no Brasil desde 1997. Atualmente ela está em sua terceira geração e já foi vendida nos EUA como Dodge e Freightliner Sprinter, além de servir como base para as Volkswagen LT e Crafter.

Nem todo mundo andou, porém, em um Toyota Sprinter. A versão mais conhecida é o Sprinter Trueno AE86, contraparte com faróis escamoteáveis ao Corolla Levin esportivo. Mas na verdade o Toyota Sprinter foi uma versão alternativa do Toyota Corolla no Japão por muito tempo – desde 1968, quando o Corolla ainda estava em sua primeira geração, até o ano 2000, na oitava geração do Corolla.

Tradicionalmente o Sprinter tinha uma pegada mais esportiva que o Corolla, fosse com uma carroceria diferente (como o Sprinter fastback de primeira geração) ou por uma nova dianteira (como no caso do AE86).

 

Caravan

No Brasil o nome Caravan é instantaneamente associado à perua do Chevrolet Opala – e que chegou em 1974, seis anos depois dele. A Caravan teve uma vida longa, durando dezoito anos e só deixando o mercado em 1992, sendo substituída pela Suprema (a perua do Omega). A Chevrolet brasileira certamente emprestou o nome da Opel, que historicamente já chamava suas peruas de Caravan.

Na década de 1990, porém, outra Caravan tomou seu lugar – a Chrysler Caravan, que veio importada da Áustria a partir de 1995 foi vendida no Brasil até 2007, atravessando duas gerações. Nos EUA ela era vendida como Chrysler Town & Country, Dodge Caravan e Plymouth Voyager. A partir de 2008 ela foi substituída pela quinta geração da minivan, e adotou o nome Town & Country também no Brasil.

Mas existe, ainda, outra Caravan – a Nissan Caravan, van comercial leve vendida no Japão e em outros mercados asiáticos. Ela é produzida desde 1973 e é mais conhecida no Japão como Nissan Homy. Mas ela também tem outros nomes, como Nissan Urvan, Nissan Impendulo e Isuzu Como.

 

Roadster

 

O nome Roadster talvez seja o que foi utilizado em mais carros diferentes. Os mais conhecidos talvez sejam dois: o Mazda Roadster – nome do Mazda MX-5 Miata no mercado japonês – e o Tesla Roadster, o esportivo elétrico baseado no Lotus Elise/Exige que foi o breakthrough da Tesla na indústria automobilística. O Mazda foi lançado em 1989 e o Tesla, em 2008.

Mas existiram outros Roadsters lançados em outras épocas. Em 1939, por exemplo, foi lançado o Singer Roadster, da extinta fabricante britânica Singer – um pequeno “calhambeque” com motor quatro-cilindros de até 50 cv que foi produzido até 1955. E que, apesar do nome, tinha versões de dois ou quatro lugares.

Outro Roadster das antigas foi o Triumph Roadster, esportivo com pegada mais luxuosa projetado nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial e lançado em 1946. Ele teve vida curta – uma versão com motor 1.8 e câmbio manual de quatro marchas foi produzida entre 1946 e 1948, e uma versão com motor 2.0 e câmbio manual de três marchas foi feita em 1948 e 19490. Ambas somam pouco mais de 4.500 unidades vendidas.

Em 1992 foi a vez do Panoz Roadster, esportivo ultra-leve com estrutura tubular e carroceria de alumínio que deriva de um projeto de Frank Costin – projetista que foi um dos pioneiros na aplicação avançada de princípios aerodinâmicos nos automóveis. Foram feitas apenas 44 unidades entre 1992 e 1996, qundo o Panoz Roadster deu lugar ao AIV Roadster, que era muito parecido mas tinha um chassi spaceframe de alumínio. Tanto o Panoz quanto o AIV Roadster usavam motores V8 Ford – o primeiro usava um V8 Windsor de 4,95 litros e 220 cv, enquanto o segundo adotou o V8 Modular de 4,6 litros do Mustang SVT Cobra, com 309 cv.

O Smart Roadster foi lançado em 2003 – um esportivo feito com base na plataforma do Smart ForTwo, devidamente esticada. Era uma tentativa de aumentar o apelo da marca Smart, ao mesmo tempo em que aproveitava o layout de motor turbo central-traseiro do Smart, que praticamente implorava para ser usado em um esportivo. O motor três-cilindros turbo de 698 cm³ podia entregar entre 60 e 80 cv, sempre acoplado a uma caixa semi-automática de seis marchas com aletas para troca de marcha opcionais. Também houve uma versão Brabus com motor de 99 cv.

Era um pacote promissor e que vendeu bem – mais de 43.000 carros fabricados até 2005. Mas a produção foi interrompida prematuramente quando a Smart teve de consertar milhares de carros por problemas de infiltração – um reparo caro que tornou o Smart Roadster inviável financeiramente.

Por fim, o Morgan Roadster veio em 2004 – um esportivo retrô, como todos os carros da Morgan, equipado com um V6 Ford Cyclone de 3,7 litros e 280 cv, câmbio manual e tração traseira. Em um carro de 940 kg, o resultado é uma combinação explosiva (e perigosa, se você não souber direito  o que está fazendo).

 

Premio

Nosso velho conhecido sedã do Uno, o Fiat Prêmio, também aparece nesta lista. Ele chegou antes – foi lançado em 1985 e era um projeto brasileiro, assim como a perua Elba. Estes dois carros chegaram à Europa através do Brasil – na Itália, tanto sedã quanto perua eram chamados Fiat Duna.

O outro Premio, sem acento, é japonês – ele surgiu em 1996 como uma versão do Corona, mas em 2001 ganhou status de modelo independente. Ele é vendido até hoje no Japão e tem até um irmão “gêmeo”, o Toyota Allion.

 

Corsa

Outro carro japonês obscuro com um nome bem conhecido no Brasil é o Corsa. Não nosso Chevrolet Corsa, que foi lançado aqui em 1994 e teve duas gerações, mas o Toyota Corsa – nome alternativo para o Toyota Tercel, carro compacto posicionado abaixo do Corolla.

O Toyota Corsa era fruto da diversificação exacerbada de modelos que rolou no Japão a partir da década de 1980, sendo vendido apenas na rede de concessionárias Toyopet da Toyota – enquanto o Tercel ficava com as redes Corolla e Diesel da fabricante no Japão. Ele foi vendido até 1999, e obrigou a Opel a mudar o nome do Corsa para vendê-lo na Terra do Sol Nascente: por lá, ele se chamava Opel Vita.