Em meio a tantos flagras, teasers, rumores e boatos, um lançamento agendado para o Salão de Genebra acabou quase esquecido pela mídia neste início de ano: o sucessor do Koenigsegg Agera. A última vez que se falou dele foi no final de 2018, quando um boato surgido na imprensa europeia dizia que seu nome poderia ser Ragnarok.
Pois bem: o modelo foi revelado nesta terça-feira (5) no Salão de Genebra e, felizmente, não foi batizado como Ragnarok. Em vez disso, o sucessor do Agera RS ganhou um nome mais significativo para Christian von Koenigsegg: Jesko — uma homenagem ao pai de Christian, Jesko von Koenigsegg.
Como seu antecessor, o Jesko usa um V8 biturbo de 5 litros com virabrequim plano, porém agora com 1.600 cv quando abastecido com E85 — sim, uma mistura com 85% de etanol e 15% de gasolina. Segundo a Koenigsegg, as simulações em computador mostraram que o hipercarro é capaz de chegar aos 482 km/h.
Além da potência mais elevada, o virabrequim do V8 é 5 kg mais leve e agora gira até 8.500 rpm — produzindo um ronco “ainda mais visceral” segundo a Koenigsegg. Os dois turbos trabalham com um sistema anti-lag baseado em um compressor elétrico de 20 litros, feito de fibra de carbono, cuja função é manter a rotação dos turbos na velocidade ideal durante as desacelerações e em rotações mais baixas do motor.
Embora produza 1.600 cv com E85, o motor também pode receber gasolina pura (sim, é um carro flex), mas nesse caso ele terá apenas 1.280 cv. O torque é de 152,6 kgfm, com mais de 100 kgfm disponíveis entre 2.700 rpm e 6.170 rpm.
Para controla a força do motor, a Koenisegg desenvolveu uma transmissão chamada “Light Speed Transmission”, algo como “transmissão na velocidade da luz”, uma referência bem-humorada à velocidade das trocas. O câmbio tem nove velocidades, usa múltiplas embreagens e dispensa os anéis sincronizadores, o que permite as trocas “rápidas como a luz”. Segundo a fabricante, é possível “saltar” as marchas (uma redução de sétima para quarta sem passar pela sexta e pela quinta, por exemplo) sem precisar aguardar a sincronização. O câmbio pesa 90kg com fluidos, motor de partido e bombas de óleo (mais adiante vamos explicar em detalhes como ele funciona).
Como os demais Koenigsegg, o Jesko é feito sobre um monocoque de fibra de carbono, mas desta vez o componente estrutural é 40 mm mais longo e 22 mm mais alto que o do Agera RS para aumentar o espaço na cabine. As rodas também são feitas de fibra de carbono e ficaram mais leves no Jesko: as dianteiras, de 20 polegadas, pesam apenas 5,9 kg cada, enquanto as traseiras de 21 polegadas têm 7,7 kg cada.
Com um splitter maior do que nunca e uma asa traseira tipo bumerangue, o Jesko é capaz de produzir 800 kg de downforce a 200 km/h, 1.000 kg a 275 km/h e 1.400 kg em sua velocidade máxima. O modelo terá uma versão de baixo arrasto, que irá produzir menos downforce e será capaz de chegar aos 482 km/h.
Tanto os apêndices aerodinâmicos quanto as portas e aberturas do carro são equipados com mini atuadores hidráulicos, para que possam ser ajustados e operados remotamente e automaticamente. As portas, por exemplo, podem ser abertas e fechadas sem que o motorista precise tocá-las. Lá dentro, além dos bancos tipo concha, há duas telas sensíveis ao toque no volante e um novo quadro de instrumentos digital de cinco polegadas.
Serão feitos apenas 125 exemplares do Jesko, com uma produção anual de 40 a 50 unidades. Os preços partem de US$ 3 milhões.