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Zero a 300

35% de etanol na gasolina | A novela das auto escolas | Alfa Romeo continua na combustão e mais!

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Uma modesta proposta: 35% de etanol na gasolina

Em um espetáculo de genialidade que jamais será esquecido, Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou ao Brasil sua mais audaciosa e visionária façanha: elevar a mistura de etanol na gasolina de 30% para 35%. Cinco gloriosos pontos percentuais, proclamou ele, capazes de transformar não apenas a indústria nacional de biocombustíveis, mas toda a percepção humana sobre energia limpa. O mundo deve, certamente, curvar-se diante de tal ousadia, pois jamais alguém ousou imaginar que um simples ajuste poderia redefinir o destino de uma nação.

No palco suntuoso da 25ª Conferência Internacional Datagro, os políticos se erguiam como colossos de inovação, pronunciando discursos de tal profundidade que ninguém ousava respirar, temendo interromper tamanha majestade. Cada palavra proferida era uma sinfonia de grandeza, cada gesto um poema épico sobre soberania e liderança global. Motores, gasolina e etanol assistiam silenciosos, maravilhados com a habilidade quase divina de seus mestres em projetar o futuro, mesmo que tal futuro permanecesse, por completo, invisível e misterioso.

O etanol, protagonista silencioso da epopeia, parecia mais brilhante e nobre do que jamais sonhara, carregando sobre si a responsabilidade de conduzir o país à glória energética. A gasolina, envaidecida por sua colaboração voluntária, sentia-se honrada ao ser misturada com tamanha substância de excelência. Os motores, em sua discreta sabedoria, vibravam com entusiasmo quase humano, reconhecendo a magnitude da visão que os políticos tinham do mundo — uma visão tão elevada que detalhes triviais, como compatibilidade ou desgaste, eram naturalmente irrelevantes.

O povo, silencioso e admirado, contemplava a cena com um misto de reverência e encantamento, percebendo que cada centavo economizado, exatos R$ 0,11 por litro, era um presente quase divino. Tão delicado, tão elegante, tão plenamente capaz de demonstrar o imenso cuidado e preocupação de seus líderes com o bem-estar da população, que ninguém ousava duvidar da suprema benevolência de suas ações.

As leis aprovadas, com nomes que soam como hinos à inovação — o Combustível do Futuro, o Programa Mover, a Aceleração da Transição Energética — são verdadeiras obras-primas da criatividade legislativa. Cada uma delas é tão brilhante, tão visionária, que qualquer consideração prática seria uma afronta à sua grandiosidade. O impacto sobre motores, sobre frota veicular, sobre logística? Tão triviais! Tão mesquinhos! Apenas detalhes de um mundo inferior, diante da magnificência de pensamentos que transcendem a técnica e a realidade.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, juntou-se ao coro celestial, defendendo o etanol como ativo estratégico de soberania nacional, em um gesto de nobreza tão evidente que o planeta inteiro deveria reconhecer a profundidade de sua perspicácia. Qual mortal teria a audácia de questionar tal esplendor?

E assim avança, o Brasil, imerso em sua própria grandeza, conduzido por políticos que, com coragem, visão e imaginação ilimitada, moldam o destino do país. Motores, gasolina e etanol vibram em silêncio com tamanha honra; o povo, encantado, recebe a dádiva de uma liderança tão intensa que qualquer detalhe prático seria, naturalmente, considerado um vulgaridade. No grande teatro da política energética, tudo é extraordinário, tudo é perfeito, tudo é tão absurdamente admirável que apenas um tolo ousaria perceber a realidade por trás da magnificência. (Leo Contesini Swift)


O novo Toyota Land Cruiser FJ

O tão esperado Toyota  Land Cruiser “júnior”, o carro que deverá ser a entrada neste tipo tradicional de Toyota agora, foi finalmente lançado. É o novo Land Cruiser FJ, mostrado antes do Japan Mobility Show deste ano. O aguardado veículo é quase 28 centímetros mais curto que o Land Cruiser 250.

O novo carro compartilha a plataforma com a Hilux Champ da Toyota, aquela picape quadradona barata para países da Ásia. O SUV mede 4655 mm de comprimento numa distância entre-eixos de 2645 mm, e tem 1805 mm de altura e 1905 mm de largura. O motor é o mesmo 2,7 litros aspirado 2TR-FE de quatro cilindros da Champ, com 161 cv e 27,5 mkgf de torque. Tração nas quatro rodas selecionável e câmbio automático de seis velocidades.

O carro não estará disponível nem para os Estados Unidos ou para a Europa. Será fabricado na Tailândia, como a Champ. O foco da Toyota estará centrado em mercados como Sudeste Asiático, África, e Oriente Médio. América Latina também é citada, mas como ainda não temos nem a Champ, esperaria sentado.

O carro tem um design quadradão e empresta elementos de estilo do Land Cruiser maior. Embora o FJ seja visivelmente menor que os Land Cruisers das séries 250 e 300, ele ainda pesa cerca de 1.900 kg, cerca de apenas 300 kg a menos que o 250. Alguns elementos de design parecem ter sido inspirados no conceito Compact Cruiser EV, que foi revelado em 2021.

A Toyota não divulgou ainda muito que isso. A Toyota planeja lançá-lo no Japão por volta de meados de 2026, e o SUV fará sua estreia pública no Japan Mobility Show, que começa no final deste mês, onde devemos saber mais. (MAO)


A mudança das auto escolas – o que falta?

A esta altura de 2025 você já deve estar ciente do momento de lucidez estatal que decidiu extinguir a obrigatoriedade de se frequentar uma auto escola para se obter a Carteira Nacional de Habilitação. A proposta inicial, prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro desde sua publicação, em 1997, era bem-intencionada em seu objetivo de trazer mais segurança ao trânsito. Mas sabemos muito bem onde os bem-intencionados se encontram em maioria, não? O resultado prático disso é um processo de habilitação que, ao longo dos anos foi intensificado com mais e mais exigências até chegar ao ponto atual, no qual ele custa mais caro que a renda média da população brasileira — um valor superior ao salário mensal de 90% da população.

No fim, estima-se que mais de 50% dos proprietários de motocicletas não têm CNH — um dado que não surpreende, visto que as motos são os veículos usados pela população menos favorecida economicamente, incapaz de comprar um carro popular com cinco estrelas no NCAP, motor eficiente, 30 airbags, ABS e isofix. A eles, a insegurança da moto é o que resta.

Mas, divago. Se a intenção da habilitação — se o espírito da lei — é garantir que os motoristas tenham um conhecimento amplo e geral das leis de trânsito e sinalização, é melhor que eles tenham acesso e se virem para aprender do que não aprender e dirigir sem instrução nenhuma. Se temos acesso ao jogo do tigrinho, também temos acesso a EAD para formação de condutores.

E é isso que o governo federal decidiu fazer: dispensar as aulas obrigatórias na auto escola e exigir apenas a aprovação nos testes — que seguirão com o mesmo rigor de antes. É uma solução pragmática e que tem potencial para ser eficaz, caso não haja desvios como venda de aprovações por corruptos. Mas isso acontece mesmo com auto escola obrigatória, então, em nome do acesso à habilitação, que seja dispensado mesmo.

O que falta para a regra entrar em vigor? Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já autorizou a proposta, que agora segue para consulta pública até 2 de novembro, é preciso aguardar a data de encerramento. Só após essa etapa, e com discussões no Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a medida poderá ser oficializada. A decisão também abrirá um mercado para instrutores independentes — qualquer motorista com idade mínima de 21 anos, habilitação há pelo menos dois anos, ensino médio completo e formação específica em pedagogia e legislação de trânsito poderá atuar como instrutor. A instrução teórica se dará por um ambiente virtual criado pelo governo federal.

Como estamos no Brasil, o corporativismo de setores beneficiados com monopólios oficiais já se manifestou: a Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores já manifestou sua contrariedade ao projeto e anunciou que, “no dia seguinte” à aprovação, irá à justiça para tentar reverter a decisão. Segundo a entidade, esta mudança deve ser feita pelo poder Legislativo, e não pelo Executivo. A proposta da Feneauto é criar uma modalidade de carteira social, oferecer curso teórico gratuitamente para inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e reduzir o número de aulas práticas como forma de reduzir o custo.

Na prática, pode esperar mais uma novela brasiliense típica destas bandas dotadas de palmeiras onde cantam os sabiás. Não espere que isso se resolva neste ano. (Leo Contesini)


R 1300 RT agora é fabricada no Brasil

Baseada na R 1300 GS, a nova R 1300 RT é a versão de estrada da bicilíndrica grande da BMW. A GS, vamos falar sério, é 90% do tempo usada em estradas também, o que faz a RT uma solução mais lógica, se estranhamente, menos popular. Pense na onda SUV e entenda, porém, que é assim que são as coisas hoje. De qualquer forma, a marca anuncia que a nova R 1300 GS será também fabricada no Brasil.

Confirmada para cá em agosto, a moto está em pré-venda desde setembro, mas só agora a marca está revelando seu preço. A fabricação em série foi iniciada em 10 de outubro e a motocicleta inicial, usada para o treinamento da linha e dos operários, foi exibida durante o Motorrad Fest, no fim de setembro em Campos do Jordão (SP).

A fábrica em Manaus é única fábrica dedicada a motos da BMW fora da Alemanha; o fato de que motos complexas como a R 1300 RT e a GS são fabricadas lá, atestado da qualidade do trabalho. A BMW este ano, também, comemora 102 anos de fabricação de suas motos, e sua maior tradição, desde o início, é este tipo de moto Boxer.
O modelo traz um novo , o mais potente já usado na linha RT e o mesmo das aventureiras grandes.

A  R 1300 moderna é uma fera: motor boxer de 1.300 cm³, capaz de entregar 145 cv a 7.750 rpm e torque de 15,2 mkgf a 6.500 rpm. Os BMW Boxer sempre foram escolha cerebral, mas costumavam dever potência às japonesas; não mais.

Além disso, vem com chassi novo com estrutura principal em aço estampado e subquadro de alumínio, além de nova suspensão dianteira EVO Telelever e traseira EVO Paralever. O modelo também passa a contar com rodas mais leves (redução de mais de 1,4 kg) e suspensão eletrônica de série, com a opção do novo sistema Dynamic Chassis Adaption (DCA), que permite alternar entre dois perfis distintos de pilotagem – um mais confortável e outro voltado à esportividade.

É uma excelente moto para viagens, e ao mesmo tempo, moderna e tradicionalista. E agora, feita no Brasil também. Não é barata, claro: começa nos R$ 149.900 e pode chegar, nas opções mais completas, até R$ 176.900. (MAO)


Alfa Romeo manterá motores à combustão interna

Alguém tinha alguma dúvida que uma linha Alfa Romeo de carros 100% elétricos era um fracasso esperando para se concretizar? Pois bem, a boa notícia de hoje é que a lógica prevaleceu: a empresa está revendo a estratégia de substituir a Giulia atual por um carro elétrico.

O resultado imediato disso é que a Alfa Romeo continuará vendendo o Giulia e o Stelvio até 2027, incluindo os topos de linha Quadrifoglio de mais de 500 cv. Baseados na então nova plataforma Giorgio, este sedã e SUV derivado foram lançados em 2015 e receberam apenas leves atualizações desde então. Isso os coloca entre os carros mais antigos do mercado. Ainda são sensacionais, não se engane; mas o mercado sempre pede novidade, como sabemos.

Em entrevista para a Autocar, disse o chefe local da Alfa, Jules Tilstone: “Oitenta por cento do mercado do Reino Unido ainda é ICE. As pessoas procuram carros ICE de alto desempenho e divertidos de dirigir, e o Giulia e o Stelvio oferecem isso de sobra. É impossível ignorar o fato de que é um sedã atemporal, e ele continua deslumbrante.” Tilstone confirmou que a dupla continuará sendo oferecida com um motor a gasolina de quatro cilindros e 270 cv, e que as versões Quadrifoglio, ausentes do mercado inglês, voltarão.

A parte ruim é que os substitutos destes carros devem atrasar. Devem ser baseados na nova plataforma STLA Large da Stellantis, que até agora só foi usada no muscle car Dodge Charger do mercado americano, disponível com propulsão elétrica ou com um motor convencional de seis cilindros em linha a gasolina. Como será usada na Alfa agora é um mistério; mas torcemos para que a Alfa Romeo, perenemente com problemas, continua assim: viva, por mais difícil que seja. Um mundo sem ela será um mundo um pouquinho pior. (MAO)