O sábado de 9 de agosto amanheceu nublado e com ameaça de chuva, mas logo o brilho dos quase 300 Porsche dos clubes 356 Porsche Club e SPPC, expostos na Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP, próximo à Itu) espantou as nuvens. Clássicos de todas as gerações de 356, 911 e suas variantes, bem como os carros mais atuais da marca, ficaram expostos no gramado em volta de um campo de pólo.
O FlatOut esteve presente no 3º Encontro Porsche 356/911 – e neste post vocês irão conferir mais de 100 fotos com o melhor que rolou por lá!
Nine Eleven e derivados
Não dá pra começar esta galera com outro carro senão este Porsche 911 Carrera RS 2.7 1973. O primeiro ano deste modelo é o mais purista e traz o maior espírito de homologação: aço mais fino na carroceria, quase sem forrações acústicas, quase nenhum item de conforto, 210 cv em seu boxer seis cilindros.
Esta unidade pertence ao lote das 14 unidades que foram encomendadas pela Dacon especificamente para o Brasil. Ao contrário do padrão striped off europeu, este lote foi totalmente equipado: teto-solar, vidros elétricos, etc.
Porsche GT3 RS geração 997, no clássico com de verde dos Carrera da década de 1970.
O minimalista e quase militar cluster dos 911, assinatura inconfundível da marca até hoje.
A Design Performance (DP) Motorsport era uma preparadora bastante extrema de Porsche e que fez, durante a década de 1980, uma versão inspirada nos monstruosos 935 Kremer de competição, com direito ao nariz rebaixado com faróis escamoteáveis slant nose, alívio de peso e aumento de bitolas com o body kit de fibra de vidro (fibra de carbono opcional), e claro, preparação no motor turbo – os DP935, como eram chamados, usavam como base os já ariscos e velozes 930, com seu motor 3.2 turbo de aproximadamente 300 cv.
Na época, a brincadeira começava com 60 mil marcos alemães, suficientes para pagar o body kit e os upgrades de suspensão, freios e pneus. Preparar o motor para gerar 360 cv custava mais 14 mil DM, e para quem quisesse o supra-sumo, teria de desembolsar mais de 80 mil DM pelo DP935 topo de linha, com direito a 400 cv e cilindros retrabalhados para deslocar 3,3 l.
Em termos de design automotivo, não existe coisa que grite “anos 80” mais alto do que enormes entradas de ar chanfradas na lateral.
Apesar de todo o espírito racing, este DP935 tem até ar-condicionado.
Carrera, 968, Targa… três carros que fizeram muito sucesso nos EUA.
Porsche 911S 1971. Compare com os musculosos Carrera da década de 1970 acima e veja como este modelo é mais sutil.
Turbo air cooleds! 993 e 930…
993: a última geração refrigerada a ar. O choque para a 996, tanto pela mudança do sistema de arrefecimento quanto pelas polêmicas soluções de design (como o fim dos faróis de silhueta redonda), fez do 993 um colecionável valioso, feito raro para qualquer esportivo da década de 1990 (exceto os superesportivos, claro).
Carrera do começo da década de 1970 preparado – note as lanternas do modelo de corrida RSR, muito utilizadas pelo colecionador e customizador Magnus Walker…
Rally feelings: radiador de óleo, travas na tampa dianteira e faróis auxiliares a rodo!
Note o tamanho dos discos de freio traseiros, que ainda são perfurados!
Não bastando o vermelho lá de cima, o colecionador Sérgio Magalhães possui este modelo azul, um dos projetos mais bacanas que já vimos no Brasil.
A inspiração é declarada: os Porsche Singer, a preparadora Californiana que faz os 911 restomod dos sonhos até mesmo de puristas (clique aqui para ler a reportagem!).
Sérgio usou a carroceria de um 912 (modelo quatro cilindros, com um boxer 1.600) como ponto de partida, mas hoje em dia…
…ele traz nada menos que um seis cilindros boxer 3.6 da última geração arrefecida a ar, a 993. O motor está preparado para render cerca de 400 cv! Note a válvula no sistema de escapamento.
Fibra de carbono à rodo…
Singer? Não. Leia novamente.
Cores clássicas do 911 Carrera. No caso do laranja, aparentemente um Super Carrera.
Porsche 912 todo original (incluindo a pintura e o interior), pouquíssimo rodado!
Blackbird feelings, em duas diferentes gerações do 911…
Os famosos (e não tão populares) para-choques US Spec…
As raízes da casa de Zuffenhausen
Diferentes gerações, versões e configurações do 356 fizeram a festa no gramado da Fazenda Boa Vista…
Este 1959 356A Carrera GS Cabriolet (note o teto escamoteável) tem preparação pesada e gera 170 cv a 9 mil giros, mais de 100 cv por litro! Em seu cofre, o épico motor 4-cam, com cárter seco, quatro comandos de válvulas e dois carburadores duplos. Originalmente, ele rende cerca de 140 cv a 8.000 rpm – configuração do 356 Carrera 2 das fotos mais abaixo. Note os filtros de ar cônicos, ao melhor estilo dos carros de corrida da época.
Tempos modernos
A Stuttgart trouxe alguns modelos atuais para expor no encontro, incluindo alguns raros duck tails (911 Sport Classic e Speedster, ambos geração 997) e e o monstruoso 918 Spyder, modelo que está sendo vendido sob encomenda por cerca de R$ 4 milhões. Três deles já estão no Brasil.
Em primeiro plano, o lançamento que estreou no Brasil de forma discreta: o 911 Turbo S Cabriolet, que será estreado oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo, que também exibirá as versões GTS do Cayman e do Boxster. Ao fundo, o 911 Speedster 997.
Los amigos
Diversos colecionadores e clubes (destaque para o MG Club) trouxeram seus clássicos, que ficaram expostos em uma área isolada do evento. Mercedes-Benz Brabus Touring, diversos Mercedes-Benz “Pagoda”, Morgan, Maserati, Datsun 240Z, BMW 2002, Ferrari Testarossa, Jaguar E-Type, Plymouth Roadrunner 426 Hemi, Mustang, Lancia Fulvia, Alfa Romeo GTV, Maserati Merak, Ford Thunderbird, Chevrolet Corvette… o cast estava tão quente que este espaço disputou o centro das atenções!