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980 cv de fúria: Chevelle “Recoil”, o restomod mais caprichado (e selvagem) que você vai ver nesta semana

A imagem de um muscle car impecável, praticamente idêntico ao que era quando saiu da fábrica, certamente tem seu apelo a qualquer entusiasta — especialmente em países como o nosso, onde eles não são exatamente comuns. Nos EUA, o berço dos muscle cars, esta não é uma visão tão extraordinária, e por isso os americanos não têm receios hora de modificar um clássico dos anos 60 ou 70. Assim, eles acabam criando restomods sensacionais — como o Chevelle 1966 da oficina Ringbrothers, de Spring Greens, Wisconsin.

Chamado “Recoil”, o Chevelle 1966 dos caras é o tipo de carro que Jay Leno, dono de uma das coleções mais impressionantes do planeta, elogia, aplaude e pede para dar uma volta. O carro foi um dos grandes destaques do SEMA Show em novembro do ano passado — e é realmente difícil conseguir se sobressair na maior feira de carros modificados do planeta: é preciso ser muito estranho ou extremamente bem feito. O Recoil se encaixa no segundo grupo.

Estamos falando aqui de um Chevrolet Chevelle 1966 que teve a carroceria toda restaurada e bastante modificada, recebeu um chassi feito sob medida pela The Roadster Shop (usando a suspensão dianteira do Chevrolet Corvette C5 e um sistema de eixo rígido four link feito sob medida na traseira, além de barras estabilizadoras na dianteira e na traseira) e nos agracia com um visual incrível, de inspiração militar e executado com capricho acima da média.

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Para completar, o Recoil é movido por um V8 LS7 de 416 pol³ (6,8 litros) feito pela Wegner Motorsport. Com bloco e cabeçotes de alumínio feitos pela RHS, compressor mecânico Whipple, injeção Holley e coletores Flowmaster de aço inox devidademente modificados pela Ringbrothers, o motor entrega impressionantes 980 cv. Estes são moderados pela transmissão manual de seis marchas Tremec T56, reforçada e modificada pela Bowler. A potência é levada até as rodas traseiras pelo clássico diferencial Ford de 9”, também reforçado. Os freios são da Baer com pinças de seis pistões na dianteira e na traseira.

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Só que, como já dissemos, além da mecânica de alto nível o Recoil chama a atenção mesmo pelo visual. A carroceria teve as proporções ligeiramente modificadas, especialmente nos para-lamas, para acomodar da melhor forma possível o novo chassi, a suspensão e o conjunto mecânico — especialmente a suspensão e as rodas de 19×9,5” na dianteira e 20×13” (!)  na traseira. Estas, aliás, foram projetadas em conjunto pela Ringbrothers e pela HRE Wheels e calçam pneus Michelin Pilot Super Sport de medidas 275/35 na dianteira e gigantescos 345/30 na traseira.

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Uma parcela considerável dos componentes da carroceria foi feita de fibra de carbono, como o capô, a tampa do porta-malas, os para-choques e até a caixas de roda, além de diversos detalhes de acabamento — como os retrovisores equipados com câmeras que parecem miras a laser usadas em rifles. Este é só um dos elementos de inspiração militar no carro, que também recebeu uma pintura especial com uma cor feita pela BASF especialmente para ele — a chamada Sand Storm, que remete aos veículos usados no deserto.

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O interior é ainda mais impressionante que o lado de fora, acredite: absolutamente tudo foi feito do zero pela Ringbrothers — o painel de alumínio onde ficam o display digital da Racepak, os comandos do carro (o que inclui um engenhoso botão de partida sensível ao toque, que liga o carro ao detectar o calor do dedo), os bancos de metal com almofadas para garantir um mínimo de conforto (e uma espécie de gaiola de proteção ao redor deles) e todo o acabamento em alumínio billet — não há carpetes ou forrações, só metal puro. E os ocupantes ainda podem aproveitar o som Pioneer com alto-falantes e subwoofer Kicker, e o sistema de ar-condicionado Vintage Air. É possível vê-lo em ação no vídeo abaixo:

Foi um projeto que tomou dois anos (2013 e 2014), sendo que os últimos quatro meses foram dedicados apenas à montagem da carroceria e ao acabamento. A Ringbrothers não divulgou os números de desempenho, mas estima que o 0-100 km/h seja feito na casa dos 6 segundos, com máxima de 250 km/h. De qualquer forma, este é um daqueles raros casos em que a qualidade do projeto impressiona tanto que quase (veja bem: quase!) não nos importamos com sua performance.