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Zero a 300

A nova Brough Superior RMB01 | O Corvette pessoal de Zora | Subaru abandonada no Brasil e mais!

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A nova Brough Superior RMB01

“Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Aqueles que sonham à noite, nos recessos empoeirados de suas mentes, acordam de dia e descobrem que foi apenas vaidade, mas quem sonha de dia… são homens perigosos, pois podem agir nos seus sonhos com olhos abertos, a assim torná-los reais.” – T.E. Lawrence, em “Os sete pilares da sabedoria”

Thomas Edward “T.E.” Lawrence e sua Brough Superior SS100

Thomas Edward Lawrence foi um oficial do Exército britânico, arqueólogo, diplomata e escritor, conhecido por seu papel militar nas campanhas árabes, durante Primeira Guerra Mundial. A amplitude e a variedade de suas atividades e associações, e a capacidade de Lawrence de descrevê-las vividamente por escrito, lhe renderam fama internacional como “Lawrence da Arábia”, também título do filme de 1962 baseado em sua vida.

Além de um poeta com extremo domínio da palavra, Lawrence era também um sujeito do novo mundo motorizado; disse certa vez que os Rolls-Royce no deserto valiam mais que rubis, e foi instrumental na criação das versões blindadas dos Silver Ghost. Mas para sempre será ligado às suas motocicletas Brough.

O início do filme mostra exatamente seus últimos momentos preparando Sua Brough Superior SS100 (a motocicleta mais veloz do mundo então), saindo com ela, sorrindo quando a estrada fica livre e pode acelerá-la com vontade. E seu fim no famoso acidente que o vitima, aos 46 anos de idade, em 1935.

Brough Superior SS100 moderna

Mas depois dos anos de gloria de 1920 e 1930, a empresa fundada por George Brough em 1919 fecha as portas em 1940, e é relegada desde então aos livros de história e as garagens de colecionadores. Mas como a figura de T.E. Lawrence continua grande suficiente para ainda ser conhecida, e com ele ligado intimamente à Brough, a marca ainda carrega um peso incomum. Durante os anos 2010, começa a ser revivida, agora na França, por Thierry Henriette, CEO da empresa de design francesa Boxer Design.

Brough Lawrence

A marca basicamente volta como uma moto exclusiva e cara, feita à mão. O motor é próprio, um V-Twin criado basicamente usinando-se peças a partir de blocos de metal, sem ferramental; coisa cara mesmo. O V é a 88°, tem 990 cm³, e fornece entre 100 e 120 cv.

Brough RMB01

 Depois de uma “Brough Superior” revivida, e uma moto mais moderna chamada de “Lawrence”, a marca agora lançou uma colaboração com o relojoeiro suíço Richard Mille; é a Brough RMB01.

A nova moto é uma esportiva totalmente moderna, e desenhada e produzida sem olhar-se custo. Muito parecida, neste sentido, do que era a moto original. O motor agora mede 94 x 71,8 mm, para um total de 997 cm³, e fornece 130 cv. O câmbio tem seis marchas e um slipper-clutch.

O motor é uma obra de arte, criado a partir de 160 kg de alumínio e magnésio, e resultando em um motor funcional de apenas 23 kg. Com ele a motocicleta pode passar de 250 km/h.

O quadro é em alumínio usinado em CNC, e o motor é estrutural; há um “exoesqueleto de fibra de carbono forjada”. O garfo dianteiro é tipo girder-fork (Fior) e fabricado em alumínio usinado em CNC e monoamortecedor ajustável em pré-carga e rebound e curso de 85 mm. O braço oscilante traseiro é em alumínio usinado CNC articulado no cárter do motor, com monoamortecedor ajustável para amortecimento de pré-carga e rebound, com curso de 113 mm. Os pneus são 120/70 ZR17 58W na dianteira e 200/55 ZR17 78W na traseira.

Os freios são de alta performance, com discos dianteiros de 320 mm e pinças radiais Beringer de quatro pistões, complementados por um disco traseiro de 230 mm, todos assistidos por ABS. A moto será produzida na França sob encomenda, numa tiragem de 150 exemplares. O preço parte de € 200.000, o equivalente a R$ 1.301.976.

As Brough originais eram também caras, mas nem tanto; ainda assim, nunca se via Lawrence reclamar disso. Sua relação com elas era mais do que apenas mecânica, ou financeira; era uma bem mais metafísica. Ele as via como uma extensão de si mesmo, uma forma de vivenciar a liberdade e a aventura. Ele descreve tudo no seu livro ‘The Mint’; numa parte interessante dele pode ser lida aqui. Homem e máquina unidos como uma só coisa; o que o poeta proclamava como divino. Amém. (MAO)

O que acontece com a Subaru no Brasil?

A CAOA, empresa brasileira que hoje é praticamente a única marca nacional de automóveis, continua vendendo bem os seus carros de projeto chinês com a marca CAOA Chery. A CAOA, lembrem-se, também é parte do sucesso da Hyundai no Brasil, além de começar sua história com concessionárias Ford.

Mas uma marca que veio ao país por meio dela, e ainda está operando aqui, parece estrar morrendo á míngua. É a Subaru. Hoje, se você procurar o site da empresa, verá que apenas um carro é oferecido: o Forester, na versão 2.0i-S e-BOXER.

Subaru Forester

O carro vem com o boxer de quatro cilindros da marca, aqui DOHC e 16 válvulas, com injeção direta, aspirado. O motor de dois litros dá potência modesta para o SUV de 4,6 metros de comprimento (num EE de 2670 mm) e 1672 kg: 150 cv a 6000 rpm, e 20 mkgf a 4000 rpm. Com tração integral nas quatro rodas e câmbio automático CVT de sete relações fixas, faz 0-100 km/h em 11,8 segundos e chega a 188 km/h segundo a empresa.

O site diz que o carro, vendido apenas completo com teto solar e tudo mais, custa R$ 253.900,00. Mas, segundo a revista Autoesporte, o carro é difícil de achar: apenas unidades 2023/2023 estão disponíveis. Já emplacadas, são vendidas como usados ao redor dos R$ 220 mil.

A Autoesporte fotografou o estoque da CAOA

Uma pena: a marca tem uma série de carros entusiastas que poderiam ser vendidos aqui, como o BRZ e o WRX, mas nem as versões turbo do Forester existem. A marca chegou ao Brasil em 1992, e teve algum sucesso por aqui, com muitos fãs ainda ativos, mas aparentemente, abandonados. O que acontece aqui? (MAO)

Motores M de alto desempenho sobrevivem ao Euro 7

Em entrevista à Autocar, o CEO da BMW M, Frank van Meel, disse que os motores de seis cilindros em linha e V8 da BMW M sobreviverão à introdução das normas de emissões Euro 7, sem perda de desempenho.

Embora os níveis de emissões permitidos para os carros permaneçam inalterados em relação às normas Euro 6e atuais, eles serão testados em uma gama mais ampla (e rigorosa) de cenários, que supostamente refletem melhor a condução no mundo real. Eles também devem permanecer em conformidade por 10 anos ou 209.000 km, o dobro do tempo atual. As emissões de freios e pneus também serão monitoradas pela primeira vez.

O executivo disse então que “o desafio não era tanto criar um motor compatível com a EU7, mas sim manter o desempenho”. O problema parece ter sido, segundo ele, o fato de que motores de alto desempenho turbo resfriam a câmara em alta carga via sobrealimentação de combustível, e isso não é mais possível com as novas regras; a emissão extra é pega pelos testes agora.

“O processo de combustão precisa ser aprimorado em relação ao acúmulo de calor e também ao resfriamento, e esses são os desafios. Claro que você pode reduzir o desempenho para evitar esse aumento de temperatura, mas você não quer fazer isso” – disse van Meel. Não deu mais detalhes de como resolveu o problema, mas resolveu. Disse que os devidos detalhes serão revelados quando colocados em produção.

“O motor de seis cilindros em linha é o nosso legado, e o V8 tem uma longa história nas corridas, então pretendemos continuar”, disse Van Meel. A marca certamente aprendeu com o fracasso de seu concorrente, a AMG, que apostou em um quatro em linha eletrificado no C63, e conseguiu um carro invendável. Questionado pela revista se a M consideraria a redução para motores de três ou quatro cilindros com maior eletrificação para reduzir as emissões, ele simplesmente respondeu: “Não”. (MAO)

Único Corvette de Zora em restauro

O leitor do FlatOut conhece intimamente a longa sombra que a imponente e gigante figura de Zora Arkus-Duntov coloca sobre toda a história do Corvette. Louis Chevrolet pode ter emprestado o seu nome para a marca fundada por Billy Durant; o Corvette original pode ter sido criado nos estúdios de design da Gm por Harley Earl usando a então nova tecnologia de fibra de vidro em 1953; mas o pai do Corvette, o centro de tudo que ele significa, é Zora.

Pessoalmente, porém, por quase toda sua vida nunca teve um Corvette. Claro, com acesso ilimitado á protótipos e carros de produção de todo tipo, raramente tinha necessidade de gastar seu dinheiro nisso. Até sua esposa Elfi era conhecida por andar com o primeiro Corvette V8 nas ruas do Michigan, antes dele aparecer nas lojas; um protótipo que Zora levou para casa.

Elfi Zora-Duntov e seu Corvette experimental

Mas como toda regra tem exceção, esta também tem. Zora teve UM Corvette, no fim de sua carreira. Era um C3 Stingray 1974 azul com motor big-block 454. Certamente um presente para si mesmo, para curtir durante a aposentadoria: especificou-o com transmissão automática, ar-condicionado, direção hidráulica e servofreio. Um carro para um senhor distinto, eu gosta de velocidade, mas não tem mais vontade de enfrentar desconforto.

Originalmente prata, o carro na verdade foi dado a Arkus-Duntov como presente de aposentadoria da Chevrolet, e mais tarde ele o repintou com a cor atual de dois tons e suas iniciais nas portas. Está em restauração agora, e será mostrado no mês que vem como parte das festividades do 31º aniversário do Museu Nacional do Corvette.

A equipe do Museu Corvette examinou o carro com um pente fino, removendo a carroceria do chassi e documentando cuidadosamente cada parte. Pense neste Corvette mais como um artefato a ser devidamente registrado e preservado; para o museu dedicado ao Corvette é algo quase sagrado, um pedaço vivo da história. Houve até o cuidado de preservar um vinco no couro do apoio de braço do motorista, desgastado por longos anos de uso por você-sabe-quem!  Onde Zora tocou, ninguém mexe, parece. Um Santo Sudário corvetístico.

(foto cortesia de Juvenal Jorge)

Este carro estará no centro de uma nova exposição “Corvette Hall of Fame”, programada para acontecer nos dias de aniversário do museu, de 28 a 30 de agosto. Especialistas explicarão aos visitantes o que é necessário para um esforço de preservação dessa magnitude, oferecendo a oportunidade de ver o Corvette Arkus-Duntov de perto. Quem puder visitar, altamente recomendado. (MAO)