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Car Culture

O risco da bolha chinesa de carros elétricos

No começo dos anos 2000, a indústria automotiva chinesa parecia uma caricatura do que se via no Ocidente. Nas ruas de Pequim ou Xangai, desfilavam Volkswagens produzidos em joint ventures, minivans japonesas cansadas e cópias mal-ajambradas de sedãs europeus que pareciam ter sido projetadas com régua escolar. A China era a oficina do mundo: montava (e copiava) o que os outros haviam inventado. Fornecia peças, parafusos e até a mão de obra, mas não ditava moda nem tecnologia. Ainda assim, o governo chinês tratava o automóvel como símbolo de soberania e poder econômico, como todo nicho industrial local. Produzir em escala era um objetivo em si: fábricas significavam empregos, arrecadação e prestígio político para governadores regionais. A explosão veio rápido. Em 2009, com uma ajuda dos grandes bancos americanos e seus empréstimos de alto risco desenfreado, a China ultrapassou os EUA e se tornou o maior mercado de automóveis do mundo. De repente, a periferia havia tomado o centro do pa