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O programa Chevrolet Vintage é revelado

A GM finalmente revelou ontem o que é seu programa Chevrolet Vintage. E a gente deveria ter gerenciado melhor as nossas expectativas. Claro que uma notícia dessas, da GM trazendo de volta seu catálogo antigo, nos deixa feliz. O programa prometia “a volta” dos clássicos da empresa, os Opalas, Chevettes e Monzas para a minha geração, os Omegas e Vectras para outras.
A gente imaginava restauros feitos pela engenharia GM, com banhos de eletroforese na linha junto com carros novos; imaginava o competentíssimo grupo de Ride & Handling da GMB no Campo de Prova da Cruz Alta desenvolvendo pneus, amortecedores, coxins, molas e barras estabilizadoras novos e modernos para os carros, e depois os oferecendo ao público em concessionárias como kit. Esperamos séries pequenas de carros feitos assim, um retorno de verdade, mesmo a alto preço de venda. Esperamos demais.

O programa na verdade é o seguinte: a GM contrata algum “especialista” em restauro de determinado carro, e encomenda um. Depois o mostra para a imprensa, colhe notícias do tipo “GM traz Opala de volta”, leiloa o carro para benefício de uma entidade beneficente, e pronto. É como se o programa Lata Velha tivesse voltado, com Santiago Chamorro fazendo as vezes de Luciano Huck.
A GM diz que não, que são carros validados pela GM, por mais que não pareça. “No Campo de Provas da GM, os veículos do programa Vintage passam por testes de validação em laboratórios e em diferentes tipos de pista. O objetivo é garantir que estejam de acordo com as especificações definidas em cada projeto e coerentes com os parâmetros de funcionamento de um carro antigo.” – disse a empresa.

O que foi mostrado ontem: um belíssimo Omega restaurado como zero km, e com um kit para 3,6 litros da preparadora alemã Irmscher. Parece o mais legal dos carros dessa primeira leva, em estado perfeito de restauro, e com o motor com preparação de época, que prometia 194 cv e 29 mkgf de torque nos catálogos do preparador alemão.
Já não podemos falar o mesmo do Opala SS. Parece algo realmente amador, criado sem nenhum cuidado com originalidade, e se olharmos com o prisma de carro modificado, sem nenhum bom gosto nas modificações. Nem é um SS de verdade, mas um “tributo”, um Opala normal caracterizado como SS.

Não fosse ele feito pela GM, nunca apareceria nas páginas do FlatOut; a gente se preocupa em mostrar modificados legais, né? Temos algum critério, e mesmo que você não goste de nossos critérios, temos algum. Não me parece, por exemplo, que o design da GM tenha chancelado este carro modificado. Ah, esqueci: não há mais design da GMB.
A lista de carros que receberão o tratamento Lata Velha Chevrolet Vintage é de dez carros, o que mostra que bastante dinheiro será gasto no esquema. Além desses dois foram mostrados um Kadett GSI 1992 com restauração ainda não terminada (a GM sentindo na pele nossa vida com antigos como é), um Monza EF500 de duas portas restaurado, e uma S10 de rali.
E a comunidade do carro antigo e modificado, como enxergou a incursão da GM em seu mundo? Difícil responder. Mas fiz uma enquete nas comunidades que participo, e foi quase uma unanimidade o desprezo de todos, para minha surpresa. Apenas uma pessoa corajosa, um colecionador e piloto de rali, se disse a favor. Disse o amigo: “É bom para o movimento do carro antigo fazerem isso de maneira institucional. Não conheço outra iniciativa dessas no BR. Ainda que terceirizado, é um grande passo.”
É, talvez tenha esperado demais da GM. Mas ainda assim, infelizmente me parece apenas uma ação de Marketing sem pretensão nenhuma de elevar este tipo de coisa. Melhor algo do que nada? Não sei. No que nos ajuda isso? Mandar restaurar e/ou modificar carro em especialista qualquer um faz, não precisamos da GM para isso. Desenvolver peças e fornecedores, não conseguimos fazer sem ela. Se quer ajudar, GM (e acredito que queira, mas não saiba como, olhando este programa), fica a dica.

Os dez carros serão leiloados com participação presencial e virtual, para que interessados de todo o país possam arrematar as unidades. O primeiro leilão acontecerá ainda em 2025 e terá dois modelos. Parte do valor arrecadado será destinada a projetos sociais do Instituto General Motors. (MAO)
Dodge cancela o Charger Banshee elétrico de 800 cv

A empresa antes conhecida como Chrysler Corporation, hoje o braço estadunidense da Stellantis, está em meio uma reversão total de objetivo. Antes, eletrificação total; agora, a volta do V8, e tudo que fazia suas marcas desejáveis desde sempre: carros americanos divertidos. Essa reversão é uma decisão inteligente, permitida por uma troca de CEO na matriz, ainda que pareça perigosamente tardia hoje.
Agora, mais uma notícia neste sentido: de acordo com o MoparInsiders, o Dodge Charger Daytona SRT Banshee EV, a versão mais potente do Charger elétrico, foi cancelado. Outra decisão inteligente: provavelmente seria tão à prova de vendas quanto todo Charager elétrico. Já está claro como água que ninguém quer isso.

O Banshee foi imaginado como substituto totalmente elétrico dos modelos Hellcat. Usaria um sistema elétrico de 800 volts no lugar do de 400 volts dos Charger Daytonas elétricos normais. A Dodge nunca especificou valores de potência ou torque, mas, considerando sua missão de superar os Hellcats e a potência de 670 cv do Daytona Scat Pack, algo em torno de 800 cv parecia provável.
Disse a Dodge, quando questionada pela MoparInsiders: “A Stellantis continua reavaliando sua estratégia de produto para se alinhar à demanda do consumidor. Nosso plano garante que oferecemos aos clientes uma gama de veículos com opções flexíveis de motorização que melhor atendem às suas necessidades”.

Basicamente esperado. Pode ser cedo ainda para dizer em voz alta, mas Deus que me perdoe, vou me permitir um momento de esperança renovada no futuro: a falácia do carro elétrico parece que já começou sua inevitável reversão para uma existência ainda importante, mas não monopolizadora. Um futuro com ambos, ditado pelo mercado. O que é uma ótima notícia, não acham? (MAO)
Caterham Seven ganha o motor do seu Renault Duster

O que tem em comum o mais sensacional carro esporte raiz que existe ainda em produção no mundo, e o seu Renault Duster? Fácil: Cavalo HORSE!
A Cavalo HORSE, vocês já estão calvos de saber, é o braço de venda de motores e sistemas de propulsão da Renault, uma iniciativa interessantíssima em joint-venture com a chinesa Geely. Vende para quem quiser comprar, inclusive obscuros negócios com cara de golpe financeiro com pouca chance de dar certo em cantos obscuros do mundo civilizado.

Mas também é uma brisa de ar fresco para antigos players já estabelecidos, como a Caterham inglesa, que desde os anos 1970 produz a continuação do Lotus Super Seven com seu nome. Agora o Caterham Seven terá motores da Cavalo HORSE!
Os Caterham Sevens usavam motores Ford Sigma de 1,6 litro aspirados, mas com a produção agora definitivamente encerrada, e seu estoque acabando, a empresa teve que procurar um novo motor para impulsionar seus carros. E este será o HR13DDT, o mesmo motor turbo de 1,3 litro e quatro cilindros que temos aqui nos Renault Duster topo de linha. Tem 130 cv a 5.700 rpm e 18 mkgf de torque a 5.150 rpm, e já está em uso nos Caterham de competição. Espera-se em breve que apareçam as versões de rua.

O peso total do motor é baixos 80 kg, e não haverá aumento de peso no carro por causa de motor. A Caterham instala um volante 30% mais leve e um novo sistema de escapamento, além de montar sua própria ECU, atendendo às demandas específicas do Seven.
Nas fotos de um protótipo camuflado divulgadas, se vê uma saliência perceptível no capô. Isso ocorre porque as linhas de alta pressão de combustível que ficam na parte superior do motor são um pouco altas demais para as dimensões do Caterham, apesar do bloco estar o mais baixo possível dentro do chassi.

George Campbell, Chefe de Engenharia da Caterham, explicou para a revistaa Car inglesa que “Poderíamos considerar mudá-la (o layout das linhas de alta pressão de combustível), mas quando o fabricante investiu tempo e dinheiro nisso, além de ter um procedimento de construção para isso, estamos apenas tentando deixá-la onde estão.”
Ele também acredita que isso não afetará a sensação única de dirigir um Caterham. “Estamos muito cientes disso. Quando você olha para baixo como piloto, ainda consegue ver bem através dele. Vai poder mirar a tangência de curva sem problema.” Num Caterham, é só o que interessa.

O problema aqui é, claro, o turbocompressor, antes ausente no Caterham 1.6 litro, apesar de existir já nos mais baratos Caterham, os 160/170, que tem motor Suzuki turbo de 660 cm³. A empresa admite que é algo que os deixa um pouco ansiosos em termos da resposta dos clientes.
“Não vou mentir, estamos nervosos com isso.”- disse o engenheiro à Car. “Porque, como você sabe, a característica de um Caterham é essa progressão contínua. Quanto mais forte você dirige, mais feedback você recebe. Então, trabalhamos muito para tentar manter o máximo possível dessa linearidade nas características.” A gente confia em vocês. Longa vida à Caterham! (MAO)
Um Ferrari 250 Testarossa mais baratinho!

Uma coisa que a gente, acostumados com coisa produzida em série, não se liga muito, é que um carro antigo, feito originalmente à mão, pode ser de novo feito à mão, zero km, em 2025. Ainda temos mãos, né?
Pois bem, e aí, quando um carro desses começa a custar mais de um milhão de dólares, começam a aparecer réplicas para a pista. Não, não réplicas da carroceria em cima de um chassi VW, good God no! Réplicas de verdade, feitas do zero à mão, iguaizinhas ao original. Claro, custam uma fortuna, mas não mais de um milhão de dólares americanos…

Uma Ferrari 250 Testa Rossa genuína vale hoje mais de US$ 30 milhões. Mas não é necessário ter tudo isso para ter a experiência de uma 250 Testa Rossa. Veja o caso dessa réplica aqui, que apareceu a venda no site de leilões online americano Bring a Trailer.

O carro em questão foi criado pela pouco conhecida fabricante neozelandesa Tempero Coach & Motor Company. A empresa fabrica carrocerias desde 1946 e, desde então, tornou-se especialista na construção de réplicas de carros das décadas de 1950 e 1960. Sua réplica de Testa Rossa 250, encomendada e fabricada em uma única unidade, inspira-se na máquina que venceu as 12 Horas de Sebring em 1959.


É uma Ferrari 1959 perfeita, sem tirar nem por; só não foi feita em Maranello em 1959, e sim na Nova Zelândia recentemente. Sob o capô, encontra-se um V12 de 3,0 litros aspirado, exatamente igual à unidade da Ferrari. Construído com um bloco da GTO Engineering, o motor é acoplado a uma caixa de câmbio manual Tremec de cinco marchas, que envia potência ao eixo traseiro.

A belíssima recriação foi importada para os Estados Unidos na década de 1990 e pertence à mesma pessoa desde 2006. Em março, o carro foi anunciado para leilão pela Bring a Trailer, mas os lances chegaram a US$ 522.250, ficando aquém da reserva não especificada do vendedor. Agora foi anunciado novamente, e os lances atualmente estão em US$ 500.000. Caro pacas, sim, mas não é 30 milhões, né? Tá barato na verdade. Muito barato! Podem comprar, está aprovado. (MAO)