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O Camaro vai voltar?

O design da GM americana divulgou uma série de fotos, e um videozinho no Instagram, mostrando sua exposição “Visão do Amanhã Hoje”. Até aí, tudo bem, sem grandes novidades além de fotos de um estúdio. Mas todo mundo percebeu também um esboço que parece ser um cupê esportivo bem conhecido. Será que a GM deu um teaser do novo Camaro?
O teto e a área envidraçada do carro no esboço gritam claramente Camaro. O carro parece diferente de todo Camaro que conhecemos, mas segue na eternização do tema de repetir a primeira geração, que começou no seu “renascimento” em 2010, e seguiu por duas gerações, até o carro ser descontinuado.

Parêntese aqui: parece claro que mais um Camaro igual as duas últimas gerações não será um sucesso; definitivamente cansou. Talvez um bom caminho aqui seja evoluir a nostalgia; se mover dos anos 1960 para os anos 1980, anos dourados dos potenciais compradores. Um novo Camaro “IROC-Z”, de terceira geração parece algo com mais chance de sucesso.
Por mais que desejemos que seja uma dica do que há por vir, parece difícil acontecer. Os clientes de cupês deste tipo parecem ter desaparecido; o Mustang, último deles à venda, continua em declínio de vendas e, sinceramente, não parece ter muito futuro. Por mais que a Ford grite que não.
A mesma exposição também incluiu um Cadillac futurista, mas ninguém sabe se ele é algo previsto para o futuro, também. Uma versão muito mais agressiva do Corvette também está nas paredes. Seria a primeira olhadela no Corvette C9?

O nosso chute é que é tudo vapor marketeiro. Mas um cara pode sonhar um pouco, e é o que vemos todo mundo fazer na imprensa, quando coisa assim aparece. (MAO)
GM descontinua Van elétrica nova; Van V8 antiga vai bem, obrigado

A General Motors confirmou o encerramento da produção de suas vans de entrega elétricas BrightDrop na fábrica da CAMI em Ingersoll, Ontário, no Canadá.
A produção na fábrica foi interrompida em maio, quando a GM alegou desaceleração da demanda no mercado de veículos elétricos comerciais. A empresa afirmou que, como parte da decisão de hoje, os veículos BrightDrop não serão fabricados em outros locais, marcando o fim da linha que era considerada um pilar das ambições de veículos elétricos comerciais da empresa.

“Essas vans BrightDrop são vans de entrega elétrica especializadas para clientes comerciais e, simplesmente, não vimos a demanda por esses veículos atingir os níveis inicialmente previstos”, disse Kristian Aquilina, presidente e diretor administrativo da GM Canadá, que estava em Ingersoll para o anúncio. “Isso não tem nada a ver com tarifas ou comércio. É simplesmente uma demanda e uma resposta impulsionada pelo mercado.”

A BrightDrop é uma subsidiária criada pela General Motors em 2021. A empresa oferecia um sistema de produtos conectados voltados para clientes comerciais, incluindo veículos elétricos comerciais leves, ePallets e software. Seus primeiros produtos, a van de entrega BrightDrop Zevo e o carrinho elétrico Trace, foram revelados originalmente em 2021. A van, que entrou em produção, é resultado de um investimento de US$ 800 milhões.

Mas o mais engraçado dessa história toda é que a outra van comercial grande da GM, a dupla Chevrolet Express/GMC Savannah, continuam em produção e vendendo bem. Sim, aquelas Vans com V8 de 400 cv a gasolina lançadas em 1996, mas que vão muito bem, obrigado. No início de 2023, a GM disse que a BrightDrop eventualmente as substituiria. Parece que o mercado pensa diferente. (MAO)
O Fiat Pulse Abarth Stranger Things

A gente entende que é necessário chamar atenção dos incautos; a GM experimentou um boom de clicks recentemente ao pintar uma Tracker de marrom e evocar a nova mania brasileira, o vira-lata caramelo. Se esse boom de clicks resultou em venda, difícil saber, mas pelo menos muita gente aprendeu que há uma Chevrolet chamada Tracker. Já é um começo.

Pois bem, agora é hora da Fiat pagar alguém para tentar, por proximidade de algo popular, tentar pegar um pouco dessa popularidade por osmose, por meio de uma série especial limitada. É o Pulse Abarth Stranger Things. Sim, o seriado da Netflix. Bom, coisas mais estranhas já aconteceram, se me permitem o trocadilho infame.

É uma edição especial e numerada de 511 unidades, criada para celebrar a parceria com a 5ª e última temporada da série Stranger Things, da Netflix. Basicamente, faixas laterais “que simulam as garras do Demogorgon” (a gente merece), além de retrovisores e skidplate com acabamento vermelho ou preto, conforme a cor da carroceria. Há ainda serigrafias exclusivas nos vidros e placa de identificação da série no motor. No interior, o modelo traz acabamento em vinil com costura preta, bancos com bordado “Stranger Things” e a indefectível placa numerada que diz qual dos 511 carros é o seu.

No mais, é o mesmo carro: suspensão esportiva, 1.3 Turbo T270 de 185 cv e 27,5 mkgf que dá excelente desempenho (de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e 215 km/h de máxima), mas que, strange thing, é um esportivo com câmbio automático de seis marchas. Não se sabe quanto a mais a Fiat vai cobrar pelas garras do freakin’ Demagorgon, mas o Pulse Abarth normal custa R$ 157.990. (MAO)
Relâmpago McQueen ganhou uma análise aerodinâmica real

A RFK Racing, equipe do Brad Keselowski na NASCAR, resolveu dar um uso bem particular ao seu tempo de CFD. Em vez de simular o fluxo de ar em um Mustang de corrida, o engenheiro Seth Dillard decidiu testar algo mais… cinematográfico: o Lightning McQueen, o protagonista de Carros.
Um engenheiro de aerodinâmica da NASCAR analisando um desenho animado como se fosse um protótipo real. E o mais curioso é que ele levou o assunto a sério o suficiente para tirar conclusões técnicas. O vídeo, publicado no Facebook da equipe, mostra o modelo do McQueen sendo submetido à simulação de fluxo de ar — com direito a mapas de pressão, linhas de turbulência e tudo mais.
Nos gráficos, dá pra ver bem o comportamento do ar: o McQueen cria alta pressão na dianteira (em azul-vermelho nas animações), especialmente na área da boca. É aí que ele usa o termo “stagnation point” — ponto de estagnação, onde o ar “morre” ao bater na frente do carro. Ele brinca dizendo que, como o McQueen não tem nariz, “respiraria” por ali. Se ele abrisse a boca, tecnicamente poderia mudar o fluxo — o que torna o personagem o único carro do mundo cuja aerodinâmica depende da expressão facial.

Mais à frente, Dillard comenta o perfil geral do carro: a frente é muito alta, o para-brisa é quase vertical e o teto é arredondado demais. Isso cria muito arrasto e pouco downforce, comparado a um carro real de corrida. A traseira curta também não ajuda: o ar se separa cedo e forma uma esteira turbulenta grande — o que significa perda de eficiência.
Ele ainda compara o McQueen com carros reais da NASCAR, explicando que o personagem parece ter sido inspirado em um stock car dos anos 2000, mas com proporções exageradas para a animação. E termina o vídeo dizendo que o Relâmpago “não seria o mais rápido do grid”, mas seria “um carro divertido de pilotar”. (Leo Contesini)
Sainz diz que Sprint Races “não têm tempero”

Carlos Sainz nunca foi de disfarçar o que pensa — e o formato sprint da Fórmula 1 é um dos assuntos em que ele não faz questão de ser diplomático. Mesmo sendo um dos pilotos que mais pontuou desde que essas corridas curtas foram criadas em 2021, o espanhol diz sem rodeios que não gosta do formato atual. E, como sempre, não se limita a reclamar: trouxe ideias para tentar dar mais vida aos sábados da categoria.
“Para mim, o mais importante é mudar o formato do sprint. E acho que o Stefano [Domenicali] está aberto a isso”, disse Sainz antes do GP dos EUA, um dos fins de semana com corrida curta no calendário. “Hoje o sprint praticamente revela como vai ser o primeiro stint da corrida de domingo. A classificação é quase igual, e a corrida principal acaba sendo uma continuação do que já vimos, só com o carro um pouco mais leve e o mesmo jogo de pneus.”
A crítica faz sentido. O sprint nasceu como uma tentativa de deixar o fim de semana mais dinâmico, mas acabou virando um spoiler da corrida principal. Mesmo grid, mesma estratégia, mesmo ritmo. A promessa era de mais ação — o que se viu foi um formato previsível, que raramente muda algo no resultado final.
Sainz acha que dá para melhorar com ideias simples. Uma delas seria obrigar todos os pilotos a usar pneus macios no sprint. “Seria uma solução fácil a curto prazo. Normalmente, quase nunca escolhemos o pneu macio para o primeiro stint da corrida, e isso poderia gerar mais degradação e diferenças de ritmo. Além disso, a gente desperdiça cinco jogos de macios por fim de semana — usamos para uma volta na classificação e depois devolvemos. Eles acabam sendo pneus de uma volta só em muitos circuitos.”

A ideia é boa justamente por ser simples: se todo mundo for obrigado a correr com pneus que se desgastam rápido, o ritmo deixa de ser tão uniforme, e quem souber cuidar melhor deles pode se dar bem no fim. Isso abre margem para erros, disputas e, finalmente, algum tipo de imprevisibilidade — algo que o sprint prometia, mas ainda não entregou.
Sainz também defende que a Fórmula 1 deveria aproveitar o sprint para experimentar formatos diferentes. “Não sou muito fã das largadas invertidas, mas também não me oponho totalmente a testar algo diferente”, disse. “Quando se trata de dar mais emoção ao sprint, acho que seria uma boa oportunidade para experimentar. Se funcionar, ótimo. Se não, a gente muda de novo — já fizemos isso antes.”
Outra sugestão é resgatar a superpole, formato usado pela F1 no começo dos anos 2000, em que cada piloto tinha direito a uma única volta lançada para marcar o tempo. “Talvez a SQ3 pudesse ser assim. Seria uma forma de adicionar algo novo ao fim de semana, algo que testasse os pilotos e trouxesse mais tensão para o público.”
O espanhol ainda comentou que nem todo circuito combina com o sprint. “Montreal e Singapura são bons exemplos. É difícil ultrapassar, e o show fica limitado. Mas ao mesmo tempo, nunca se sabe — pode cair uma chuva no Canadá e ser o melhor sprint da história.”

No fim, Sainz deixa claro o que pensa: o importante é continuar testando, mas sem medo de mudar o que não funciona. “Se funcionar, perfeito. Se não, não tem problema reconhecer que não deu certo e tentar outra coisa.” (Leo Contesini)