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500 Abarth pode voltar à combustão interna

Depois de apostar todas as fichas na eletrificação, a Abarth percebeu que sua clientela não curte muito a ideia de se ter um esportivo sem ronco, sem subida de giros, e agora considera voltar a fazer um hot hatch com motor de combustão interna baseado no novo Fiat 500 Hybrid. A revelação veio do próprio chefe da marca, Gaetano Thorel, em uma entrevista aos britânicos da Autocar.
Com exceção do Pulse e do Fastback, que são produtos específicos da América Latina, a Abarth só vende elétricos desde que aposentou o 595 e o 695 em 2024, quando se encerrou de vez a produção do Fiat 500. Mas, pelo visto — e sem surpresa alguma — o público não embarcou na nova fase. Thorel foi direto ao ponto: o cliente Abarth “quer motor a combustão não só pela potência, mas porque compra o carro para mexer com as próprias mãos”. Segundo ele, o dono de Abarth quer mexer no motor, fazer upgrades de desempenho e os elétricos simplesmente não oferecem isso. Quem diria, não é mesmo, sr. Thorel?
Na Europa as vendas despencaram depois do fim dos modelos a combustão. Neste ano, a marca vendeu apenas 1.465 unidades na França, Reino Unido, Itália, Espanha e Japão — no ano passado foram 4.867 unidades, o que representa uma queda de quase 80%.
Uma possibilidade seria usar o 500 Hybrid como base para um novo 500 Abarth, mas ele usa um 1.0 aspirado de três cilindros e 64 cv, um motor que, claramente, “não dá conta”, como disse o próprio Thorel. Além disso, ele tem uma entrega de torque linear e em baixas rotações, exatamente como os modelos turbo downsized modernos, que é o oposto do que se espera de um Abarth. Poderia ser 1.0 turbo? Talvez, mas a plataforma derivada do 500e foi planejada para ter um motor elétrico pequeno. Lembre-se, por exemplo, que o Up TSI precisou de um novo para-choques para acomodar o intercooler. Turbos ocupam mais espaço do que muitos imaginam.
Isso tudo, claro, sem mencionar o custo de se desenvolver um esportivo em um nicho que não é dos mais populares na Europa e na América — vide a solução da Fiat para os Abarth nacionais, que usam conjuntos já homologados em outros modelos e soluções econômicas para viabilizar a marca localmente. Mesmo assim, Thorel diz que a Abarth está tentando encontrar uma solução.
Pode ser que ele não aconteça? Pode ser. Mas o anúncio tem outra mensagem clara: a marca é mais uma a romper com a estratégia 100% elétrica — ou ao menos declarar publicamente que isso não vai funcionar para eles. Isso não só abre margem para novos Abarth no futuro, como também pressiona o prazo para eletrificação total para daqui a apenas nove anos.
Nissan confirma medidas do Kait

A Nissan divulgou as dimensões do novo Kait, seu SUV compacto de entrada que chega para substituir o Kicks Play (ou, na prática, o antigo March, considerando a lógica do mercado em SUVizar os hatches de entrada). E se você esperava algo totalmente novo… bem, podemos dizer que o Kait é basicamente o Kicks de sempre com roupa nova.
A Nissan confirmou que o novo SUV usa a mesma plataforma V, o mesmo entre-eixos, o mesmo comprimento e até o mesmo volume de porta-malas do Kicks Play. Nada muda: 4.300 mm de comprimento, 2.620 mm de entre-eixos e 432 litros no bagageiro. Isso, por que a plataforma RGMP/CMF-B (a mesma do Kardian) é cara demais para um modelo de entrada, onde o Kait será posicionado. Sim, ele será o rival do Tera, do Pulse, do Kardian, do futuro Sonic e do Avenger, e já está sendo produzido em Resende/RJ. O conjunto mecânico será também o mesmo do Kicks Play, o 1.6 16v de 113 cv combinado ao câmbio CVT, um velho conhecido do público da Nissan.

O estilo ainda não foi revelado — há apenas dois teasers que mostram praticamente nada do carro. Como é derivado do Kicks, a parte superior não pode mudar muito, então pense em um Kicks extensamente atualizado. O lançamento está previsto para janeiro de 2026.
A volta da Mitsubishi Savana

A Mitsubishi decidiu tirar a poeira do nome Savana e trazê-lo de volta à linha Triton 2026. A versão — criada pela HPE e amada pelos fãs de trilha e de sua icônica pintura amarela “Indiscrete Yellow” — reapareceu oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo. Mas não se empolgue demais: por enquanto, serão apenas 80 unidades.

A nova Savana é baseada na Triton Katana, a versão de topo da linha, mas vem equipada com o kit completo de sobrevivência off-roader, com snorkel grafite, respiro elevado no diferencial traseiro e capacidade de atravessar até 800 mm de água — 30% a mais que as outras Triton. Mesmo que você não saia do asfalto, dá pra encarar uma enxurrada de verão numa boa.

A picape também tem um rack de teto funcional para 50 kg, molduras cinza grafite nos para-choques e caixas de roda, e novas rodas aro 18″ calçadas com pneus Goodyear Wrangler Duratrac RT 265/60 R18. Por dentro, a picape é igual à Katana: sistema multimídia com tela de 9” com espelhamento wireless e GPS, câmeras 360º, ar digital dual zone, sensores de estacionamento, bancos elétricos, cruise control adaptativo, frenagem automática, alerta de ponto cego e o pacote completo de assistências.

Sob o capô, ela mantém 2.4 turbodiesel 4N16 SHP — quatro cilindros, DOHC, bi-turbo, com intercooler e injeção common-rail, de 205 cv e 47,9 kgfm, um belo salto frente à geração anterior. O torque máximo chega cedo, entre 1.500 e 2.750 rpm. O sistema de tração agora tem o Off-Road Mode, que agora tem sete modos de condução em vez de quatro: Normal, Eco, Gravel, Snow, Mud, Sand e Rock. As 80 unidades da picape devem chegar às lojas ainda neste ano, custando R$ 349.990 — R$ 11.000 acima da Katana. Além do Amarelo Rally (o nome verdadeiro da cor, desconsidere a brincadeira acima), ela também pode ser pintada de Verde Forest.
Ferrari explica por que o V6 é melhor que um V12 na F80

Durante um workshop técnico no Museo Enzo Ferrari, em Modena, a Ferrari explicou as razões pelas quais a F80 veio com um V6 e não com um V12. A nós sempre foi evidente que a decisão tem relação com a 499P, mas agora ao menos há uma explicação oficial.
Matteo Turconi, um dos responsáveis pelo produto, disse que a pergunta decisiva era simples: seguir com o motor mais icônico da história da marca ou buscar o máximo de desempenho trazido das pistas? Afinal, essa sempre foi a premissa dos supercarros da marca — desde a 288 GTO. Para eles, a resposta foi óbvia. Turconi chegou ao ponto de afirmar que “o V6 é superior ao V12”, garantindo que os números provam isso. Além dos 300 cv/litro produzidos pelo V6 sozinho, o tamanho compacto do motor permitiu encurtar entre-eixos, reduzir o centro de massa (lembre-se que ele é um V de 120º) e melhorar tudo que depende de equilíbrio na traseira do carro.

Paolo Valenti, outro membro da equipe de desenvolvimento, disse que o V6 é chamado internamente de “o motor grande” — uma provocação justamente por ele ser menor que o V12. Ao reduzir o volume sob o capô, foi possível até aumentar o difusor traseiro para 1,8 metro, algo impraticável com uma fila dupla de seis cilindros alinhados.
Particularmente, não vejo problema na ausência de um V12. A F40 era um V8 de quando a Ferrari fazia motores V6 turbo na F1 — era o turbo que importava de verdade ali. Se a Ferrari tem um hipercarro de Le Mans V6 híbrido, é muito mais interessante que o carro de rua seja inspirado por ele do que nos criticados motores híbridos da F1, não? Prova disso, é que as 799 unidades da F80 já estão esgotadas.
FBI apreende Mercedes-Benz CLK GTR Roadster

Se você achava que o Porsche Carrera GT apreendido pela Polícia Federal era uma apreensão surreal, veja esta do FBI: eles apreenderam nada menos que um dos seis Mercedes-Benz CLK GTR Roadster produzidos — avaliado em, pelo menos, US$ 13.000.000. Sim: um dos carros mais raros do planeta, está em um pátio do governo americano, após ter sido envolvido na Operação Giant Slalom, criativamente batizada em “homenagem” ao ex-snowboarder olímpico Ryan Wedding, hoje um criminosos mais procurados pela justiça americana.

O CLK GTR fazia parte do arsenal automotivo acumulado pela organização comandada por Wedding, apontada pelas autoridades como uma rede gigantesca de tráfico internacional e lavagem de dinheiro. Segundo os FBI, o ex-atleta supostamente está escondido no México, e promotores já o compararam a nomes como El Chapo e Pablo Escobar. Segundo as autoridades, o grupo movimentava US$ 1 bilhão por ano — o que explica um carro de US$ 13.000.000 guardado em um depósito como se fosse meu Porsche 911 1:43.
O que vai acontecer com o CLK GTR? Difícil prever. Pode ir a leilão público em breve, pode ficar parado num depósito do governo por anos. O que é certo é que ninguém esperava que um carro desse fosse acabar apreendido por um governo como se estivesse com o licenciamento atrasado.


