Corvette Grand Sport deverá usar o novo LS6

Lembra da nossa especulação sobre a motorização do próximo Corvette Grand Sport? Pois agora, ao apagar das luzes de 2025, o catálogo de peças da GM acaba de entregar o retorno da sigla LS6 na forma de um V8 aspirado de 6,7 litros. Esse deslocamento equivale a exatas 409 polegadas cúbicas, uma referência óbvia ao clássico 409 da GM (que virou até música dos Beach Boys, na época), mas agora construído sobre a nova arquitetura de sexta geração dos Small Blocks.
O vazamento confirma que ele terá bloco de alumínio e será equipado com sistema de injeção dupla — direta e indireta, uma solução para otimizar a mistura em diferentes regimes de carga e, de quebra, resolver o crônico problema de carbonização das válvulas de admissão comum em motores apenas com injeção direta (sem mencionar aqui a questão de emissões, claro). Com potência estimada entre 550 cv e 600 cv, o LS6 preenche o espaço de quase 160 cv que existe hoje entre o Stingray de entrada e os modelos de topo, como o E-Ray e o Z06.

Mecanicamente, o Grand Sport manterá o virabrequim cruzado, preservando o torque em baixas rotações e o ronco tradicional dos V8 do Vette, em contraste com o grito agudo de 8.600 rpm do motor LT6. Vídeos de protótipos em testes que circularam brevemente antes de serem removidos pela GM já denunciavam essa assinatura sonora mais grave e compassada. A proposta é clara: oferecer a carroceria larga e o acerto de pista do Z06, mas com a confiabilidade e o custo de manutenção de um motor vareteiro sem a complexidade do sistema híbrido.
Se a Chevrolet conseguir posicionar o Grand Sport na faixa dos US$ 90.000, ele tem tudo para se tornar a versão de maior volume da linha C8 e consolidar aquilo que dissemos na época de seu lançamento: da mesma forma que o Corvette original colocou o esportivo ao alcance do homem comum, o C8 iria colocar o supercarro na garagem do homem comum. Será apenas uma questão de ajuste de preço.
Este é o último Jaguar com pistões

A Jaguar encerrou oficialmente a produção de motores a combustão interna em 19 de dezembro de 2025. O último exemplar a deixar a linha de montagem de Solihull foi um F-Pace SVR pintado de preto — uma alusão deliberada ao último E-Type produzido décadas atrás. Como a Jaguar está no processo de se renovar, o marco foi registrado apenas por membros do Jaguar Enthusiasts’ Club, que acompanharam a entrega do veículo à Jaguar Daimler Heritage Trust, onde o SUV agora repousa ao lado do primeiro SS Jaguar de 1935 e do último XE produzido.

O fim do F-Pace não é apenas o adeus ao modelo mais vendido da marca em 90 anos, mas também o sepultamento definitivo do V8 5.0 Supercharged, o motor que deu voz e caráter aos melhores carros da fabricante na última década e, claro, o fim da Jaguar como conhecemos e aprendemos a gostar.

Com o fim da produção, a Jaguar entra de vez em sua estratégia extremamente arriscada de suspender as vendas de carros novos temporariamente para tentar um big reset que pretende reposicioná-la como marca de ultraluxo. É uma aposta de “tudo ou nada” em um reposicionamento que pretende abandonar o volume de vendas em busca de margens de lucro comparáveis às de Bentley e Rolls-Royce — algo que, finalmente, sustentaria a Jaguar.
O sucessor dessa linhagem será o GT elétrico baseado no conceito Type 00. O modelo de produção contará com um arranjo de três motores (um frontal e dois traseiros) capaz de entregar cerca de 1.000 cv e tração integral com viés traseiro dinâmico. A meta de autonomia é de 692 km, com recargas rápidas que adicionam 322 km em apenas 15 minutos. No entanto, o cronograma já sofreu atrasos, com o lançamento oficial adiado para 2026, deixando os concessionários sem absolutamente nada para oferecer.

O design do novo carro é marcado por proporções extremas e escolhas polêmicas, como a ausência total de vigia traseira em favor de um painel sólido. Se essa estética radical e o novo posicionamento de marca serão suficientes para atrair clientes dispostos a pagar seis dígitos por um elétrico que só tem ligação com os velhos Jaguar pela marca, isso é algo que veremos mais adiante. Funcionou com a Balenciaga e com a Pierre Balmain — talvez funcione com o Jag.
Uma nova “autobahn”… nos EUA?

O estado do Arizona está prestes a testar o bom senso dos motoristas americanos com o projeto de lei RAPID Act, que propõe a abolição dos limites de velocidade em trechos selecionados de rodovias rurais durante o dia. “Rapid”, além de significar “rápido” em inglês, também é o acrônimo para Reasonable and Prudent Interstate Driving — algo como “direçào razoável e prudente nas interestaduais”.
A proposta, liderada pelo deputado estadual Nick Kupper, baseia-se no argumento de que os limites atuais são nivelados por baixo para atender ao motorista menos habilidoso, ignorando a capacidade técnica da engenharia rodoviária moderna e a segurança dos veículos atuais em trechos de visibilidade total e baixo tráfego.
Para evitar que a medida se torne um caos generalizado, a autoridade de transportes do estado precisará realizar estudos de engenharia e de fluxo rigorosos antes de remover os limites em qualquer segmento. As zonas sem limite seriam exclusivas para áreas rurais, longe de centros urbanos com mais de 50.000 habitantes, e operariam apenas sob a luz do sol. À noite, o limite de 80 mph (cerca de 130 km/h) seria mantido. Além disso, caminhões e veículos comerciais continuariam limitados às mesmas 80 mph originais, independentemente das condições da via.
A fundamentação do projeto é inspirada no estado de Montana, que operou sob a regra da “razão e prudência” sem limites fixos entre 1995 e 1998. Naquela época, os dados mostraram que o comportamento e a disciplina do condutor eram variáveis muito mais determinantes para a segurança do que o número estampado na sinalização. Se o projeto avançar na sessão legislativa de 2026, o Arizona poderá se tornar o primeiro estado americano a adotar oficialmente a filosofia da Autobahn, devolvendo ao motorista a responsabilidade sobre a própria velocidade.
Lamborghini está desenvolvendo asas eletromagneticas

A Lamborghini parece ter encontrado uma solução para um dos maiores efeitos colaterais da aerodinâmica ativa moderna: o peso excessivo dos sistemas hidráulicos. Em documentos de patente registrados recentemente na Europa, a marca italiana revelou um novo conceito de asa traseira que abandona os tradicionais pistões e motores elétricos em favor de um sistema de atuadores eletromagnéticos. A ideia é usar eletroímãs para movimentar flaps integrados à estrutura da asa, o que permitiria uma variação de carga aerodinâmica quase instantânea sem a necessidade de mangueiras, fluidos e mecanismos complexos que adicionam peso indesejado aos supercarros.

O sistema funciona de forma muito mais simples do que os atuais: dentro de uma asa principal fixa, a Lamborghini instalou eletroímãs que interagem com ímãs permanentes fixados em um flap móvel. Ao inverter a polaridade da corrente elétrica, o sistema consegue puxar ou empurrar esse flap, criando uma abertura no perfil da asa que interrompe o fluxo de ar e reduz o arrasto, funcionando de forma análoga ao DRS da Fórmula 1.

Quando o fluxo precisa ser restaurado para gerar downforce máximo em curvas ou atuar como freio aerodinâmico, os ímãs retornam o flap à posição original em uma fração de segundo. Além de ser significativamente mais leve, essa solução ocupa muito menos espaço, permitindo que todo o mecanismo seja acondicionado dentro da própria espessura do perfil alar.
Essa tecnologia deve ser a próxima evolução do sistema ALA (Aerodinamica Lamborghini Attiva) e chega em um momento crucial, onde os hipercarros híbridos como o Revuelto e o Temerario lutam para compensar o peso das baterias.
Um recado do FlatOut neste fim de ano
Prezados, FlatOuters, como vocês sabem, nesta época do ano as fabricantes saem de férias e as notícias são mais escassas. Por isso, nestes dias o Zero a 300 está sendo publicado de forma esporádica e retornará ao normal no dia 5 de janeiro. Enquanto isso, estamos trabalhando nas novidades para 2026 (lembram do que vocês vivem nos pedindo? Pois é…) e também continuaremos as publicações especiais como o último capítulo da série 50 Carros que Mudaram o Mundo, que será encerrada ainda neste ano, e, claro, nossas resoluções para 2026. Os motores por aqui, afinal, nunca param! E lembrem-se: nosso canal de comunicação está sempre aberto aqui nos comentários, no [email protected] ou pelas redes sociais.


