Oito anos atrás. Tarde de outono de algum dia da semana, quatro e meia da tarde. Para ir para Itú, poderia ter ido com um Nissan March que estávamos testando. Ou ir da forma que preferi. Quatro janelas do cupê sem coluna abertas ao vento, mato seco passando a poucos metros de mim, ronco do V8 318 sussurrando borbulhante a menos de 2.000 rpm enquanto meu cotovelo esquerdo repousa sobre a morna lataria do Dodge Dart e minha mão direita segura o volante de aro de madeira e três raios cromados. Me aproximo de um dos meus trechos favoritos da rota que leva à Estrada dos Romeiros, uma sequência de curvas em subida que dá sequência a aquele que considero o local mais baixo em altitude da estrada.
Sorriso de canto. Chamo a segunda marcha no câmbio Clark 260-F e dou um leve golpe no acelerador para sincronizar as rotações. As borboletas se abrem, o motor respira melhor e acende para mais de 3.000 rpm. Estou no pico de torque. A postura de direção muda, agora já estou com as duas mãos na posição 1