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Volkswagen revela nova Amarok, que chega em agosto
Quer dizer… nova, pero no mucho, porque ela é uma reestilização/atualização da atual geração da picape. Você talvez lembre que a Volkswagen e a Ford tinham planos de fabricar a Ranger e a Amarok juntas na Argentina. As duas picapes juntas viabilizariam a produção da segunda geração da Amarok na fábrica de General Pacheco, mas com a mudança de planos da Ford, ficou inviável para a Volkswagen produzir ali a nova Amarok, então eles optaram por reestilizar a primeira geração.
Previsivelmente, ela mudará pouco. A grande novidade é o conjunto dianteiro, que se assemelha mais ao atual estilo de design da marca, algo como ocorreu com a Saveiro, aproximando as picapes dos atuais crossovers Nivus, T-Cross, Taos e Tiguan. Mecanicamente tudo permanece igual: os motores quatro-cilindros 2.0 TDI de 180 cv e 42,8 kgfm, e V6 3.0 TDI de 258 cv e 59,1 kgfm, sendo que apenas este último será oferecido no Brasil.
Sem nenhuma revolução técnico-mecânica-estética, essa renovação da Amarok certamente servirá apenas para mantê-la no jogo pelos próximos anos, evitando que ela fique “a mesma coisa desde sempre”. O sistema multimídia atual, ainda na linha “Composition Touch” com tela de 6 polegadas, por exemplo, será substituído por um novo com tela de 10 polegadas já da linha VW Play, mais alinhado com as mudanças dos últimos anos. Além disso, espera-se que a Amarok passe a ser equipada com quadro de instrumentos digital, seis airbags e um pacote de asisstências de condução mais atual, com cruise control adaptativo e frenagem automática de emergência, por exemplo.
O lançamento no Brasil deve acontecer na Festa do Peão de Barretos, em SP, entre os dias 15 e 25 de agosto. (Leo Contesini)
Carros europeus começam a ser equipados com alerta “anti-excesso de velocidade”
Sabe o bipe insuportável que seu carro emite para avisar que você não afivelou o cinto de segurança, mesmo que você esteja manobrando o carro no pátio do condomínio, ou dando a volta no quarteirão após lavar o carro? Pois agora os carros europeus terão um sistema semelhante quando você exceder o limite de velocidade da via.
A partir de amanhã, dia 7 de julho, todo carro novo vendido nos países membros da União Europeia, terá de ser equipado com este sistema, batizado “Intelligent Speed Assist” ou “assistente inteligente de velocidade” (ISA, na sigla inglesa). O sistema já era obrigatório nos carros lançados a partir de julho de 2022, mas agora nenhum carro novo poderá ser vendido na Europa sem esse negócio.
O sistema não te impede de ir além do limite — como o bipe não te impede de dirigir sem cinto. A União Europeia não impôs a forma com que o alerta seria feito, deixando isso para os fabricantes decidirem, então há diversas forma sutis de avisar que você está além do que deveria — alguns o fazem por alertas audio-visuais (sim, luzes e bipes irritantes) enquanto outros chegam ao ponto de aumentar a resistência do pedal acelerador. O motorista, como um adulto livre responsável por seus atos, tem a opção de aceitá-los ou ignorá-los, ou mesmo de desativar o sistema.
Os burocratas do conselho de segurança viária da União Europeia tentaram impor a obrigatoriedade de se reduzir a potência do motor nessas situações de excesso de velocidade, mas a indústria explicou para os burocratas que é necessário ter potência para situações de emergência ou risco.
O sistema sabe o limite de velocidade porque usa uma combinação de dados GPS e câmeras que leem as placas, mas como o computador é mais eficiente que secretarias e ministérios de transporte, é claro que o negócio não vai funcionar corretamente o tempo todo.
Eu, como brasileiro, não estou muito preocupado com este sistema. Nem mesmo com a possibilidade de os EUA adotarem a mesma regra a partir de 2029. Primeiro, porque ele deverá levar ao menos dez anos para dar as caras por aqui. Depois, porque ele não funciona sem sinalização adequada. E isso é tudo o que eu preciso dizer. (Leo Contesini)
Um cupê BMW muito diferente avistado na Europa
O Neue Klasse original tem uma incrível importância para formar o que, por quatro décadas, foi o que entendemos como um “BMW”. Até ali nunca tinha sido algo facilmente definível, um BMW, mas depois do Neue Klasse, ficou mole: um sedã formal alemão monobloco, motor de quatro ou seis em linha moderno e sofisticado na frente, inclinado para ficar mais baixo, tração traseira. Suspensão traseira independente e dianteira McPherson, bem acertada para uso a alta velocidade, mas sem perder conforto de marcha. Se você olhar bem, os sedãs da marca que sobraram ainda aderem à esta fórmula em 2024.
Mas a BMW quer mudar novamente, se tornar outra coisa, como fez ao lançar o sedã 1500 Neue Klasse original em setembro de 1961. Para sua nova plataforma modular elétrica, resolveu mostrar isso a nomeando “Neue Klasse” novamente. Promete que essa nova arquitetura dará luz a sete novos carros até 2027, incluindo um substituto para o série 3, o baluarte do significado da marca desde que o primeiro deles sucedeu as várias variações do Neue Klasse original em 1975.
Já vimos o Novo-Neue Klasse sedã na forma de carro-conceito algumas vezes. Agora, fotos de um protótipo rodando (publicadas no site Carscoops) nos dão uma perspectiva de uma variação bem interessante, pelo menos em estilo: um cupê deveras original. E bonito!
A grade parece a do sedã Neue Klasse. A dianteira fica relativamente baixa e parece típica de um cupê. No entanto, o perfil lateral deste BMW é bem diferente. O teto se estende um pouco mais do que o de um cupê tradicional, ao mesmo tempo que fica mais alto, e se funde com uma porta traseira posicionada bem acima do normal para um cupê.
O site Carscoops diz que este protótipo tem quatro motores elétricos nas rodas, como evidenciado pela falta das tradicionais pinças de freio. A BMW fez um investimento estratégico na empresa alemã DeepDrive no ano passado para avançar na tecnologia de rodas motrizes (a roda tem o motor elétrico dentro dela, basicamente), sinalizando o seu compromisso com esta inovação.
Rodas motrizes parecem realmente o melhor caminho para os elétricos, que com elas conseguem mais espaço no carro para passageiros, carga e bateria. Abrem infinitas possibilidades interessantes de design e de suspensão também, sem a imposição técnica dos semi-eixos e os motores na carroceria; as rodas ficam assim completamente independentes da carroceria, se você consegue imaginar isso. O único problema é peso alto das rodas, mas num carro elétrico moderno de mais de 2 toneladas, a relação de massa suspensa/não suspensa certamente se manteria aceitável. Um caminho deveras interessante.
E um desenho interessante, este, também. Os planos da BMW para este modelo permanecem envoltos em mistério, mas há especulações de que seria um veículo de série limitada, semelhante ao i8. Veremos! (MAO)
Mazda Miata perde motor 2.0 na Europa
Devido às regulamentações de emissões na Europa, a Mazda foi forçada a descontinuar o motor de 2,0 litros do Miata. A única exceção é o Reino Unido, que deixou a União Europeia em janeiro de 2020, e pode ainda ter seu Miata 2 litros. Em outros lugares, a unidade menor de 1,5 litros será o único motor.
O anúncio foi feito há algumas semanas, durante um evento de imprensa realizado na Croácia, discretamente. O motor menor de 1,5 litros sempre esteve disponível na Europa (ao contrário dos EUA que só tem o 2.0), e ainda é um motor muito bom para um carro que pesa apenas 961 kg. Tem 130 cv e 15,3 mkgf, num motor alegre e esportivo em espírito, até mais nervoso que o 2 litros, reputa-se. Também faz do Miata um carro mais leve e mais barato.
Claro que há perda de desempenho: o dois litros faz 0-100 km/h em 5,6 segundos e chega a 223 km/h; os números do 1.5 são 8 segundos e 204 km/h. Uma diferença considerável.
O ano de 2024 não parece muito bom para carros esporte relativamente acessíveis na Europa, considerando que o Toyota GR86 e o Subaru BRZ foram descontinuados lá, de novo por legislação, ainda que nesse caso de segurança, e não de emissões.
Pelo menos ainda existe um Miata na Europa, e um interessante como todo Miata sempre foi. E afinal de contas, carros à combustão interna serão proibidos na Europa no futuro, então não pode se esperar muito investimento neles se essa regra não mudar algum dia. O fato preocupa por mostrar a precariedade da viabilidade econômica da venda desse tipo de carro mundialmente hoje em dia. Até quando existirá o Mazda Miata? Um mundo sem ele é um mundo pior, é a única certeza. (MAO)
Mugen vive, mesmo diminuída
A gente conhece bem a Mugen, empresa de preparação de Hondas criada pelo filho de Soichiro. A empresa durante os anos criou uma série de veículos e kit sensacionais de preparação para os carros da Honda.
Como por exemplo sua versão do roadster kei -jidosha de motor central-traseiro, o S660: novo capô, grade, pára-lamas e saias laterais, que são complementados por um conjunto de rodas forjadas dianteiras de 15 polegadas e traseiras de 16 polegadas, suspensão esportiva Mugen, que tornam o maníaco motor tricilíndrico aspirado de 658 cm³ e 64 cv a 7700 rpm ainda mais interessante.
Embora notícias das atividades da empresa sejam menos espantosas ultimamente, ela continua. Ainda que somente com itens de aparência, e, no máximo, suspensão e freios. Inclusive, você se lembra, mostrou uma versão melhorada do Civic Type R atual, recentemente.
Agora, a empresa anunciou um kit para um produto mais prosaico: a minivan pequena da Honda no Japão, o Honda Freed. O preparador japonês preparou um kit de carroceria chamativo para a pequena minivan, ao mesmo tempo que oferece opções alternativas para o acabamento mais “aventureiro” do Freed Crosstar.
As fotos oficiais oferecem um vislumbre do Freed da Mugen. A dianteira recebe uma reforma mais agressiva com um novo para-choque com um par de entradas de ar funcionais e um Splitter pronunciado. As saias laterais aerodinâmicas ajudam o perfil, complementadas por uma faixa preta abaixo da linha de caráter lateral e um novo conjunto de rodas de liga leve.
Não espere nenhuma atualização de desempenho, já que Mugen normalmente prioriza a estética atualmente. Os modelos retratados apresentam o trem de força e:HEV, com um motor de 1,5 litros emparelhado com motores elétricos duplos, oferecido em configurações de tração nas duas e nas quatro rodas. O Honda Freed básico vem com motor a gasolina não eletrificado e transmissão automática CVT.
A empresa, umbilicalmente ligada à Honda, tem seus produtos vendidos como acessórios aprovados nas concessionárias da marca no Japão. O catálogo detalhado de peças Mugen para o Honda Freed será anunciado em breve, juntamente com os preços. Parece uma sombra do que foi, sim, mas pelo menos, ainda existe. (MAO)