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Zero a 300

A nova Spin em imagens | Teslas congelados | Prensa “brasileira” volta ao Japão e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

GM mostra primeiras imagens da nova Spin

A GM do Brasil mostrou as primeiras imagens oficiais da nova Spin, que deve ser lançada em breve. As imagens revelam o esperado: uma nova cara para a minivan de sete lugares, mais alinhada com a atual linguagem de estilo da marca. Também vem com um interessante painel digital renovado.

A imagem principal, que parece renderização em computador e não real, mostra a nova frente, que lembra os SUV atuais da marca nos EUA. A outra, mostra grande parte do painel, mas focando na tela dupla digital. Ambas mostram um carro rejuvenescido à contento.

A marca não deu nenhum outro detalhe da nova Spin, além das imagens. Confirmou, porém, que o lançamento oficial se dará no Big Brother Brasil, algo que vem se tornando comum. O programa, afinal, ainda é o mais relevante da TV aberta nacional, por incrível que pareça.

A GM agora está chamando o carro de “Crossover”, um nome cujo significado é tão preciso quanto tiro de bacamarte. Claro que quer que seja confundido por um SUV, que é o que todo mundo está acostumado hoje; se vai colar ou não é desimportante para nós, se não para a GM; são só nomes inventados no final das contas. O carro nasceu uma “minivan de cinco ou sete lugares”, mas quem pode dizer que com rodas maiores e molduras de abertura de roda de plástico fosco não é a mesma coisa que todo outro “Crossover SUV” do mercado?

O atual Spin Activ

Diz a Chevrolet “o crossover de sete lugares de maior sucesso do mercado nacional dará o seu maior salto evolutivo, com inovações significativas de design, conteúdo e performance”. Uma executiva da marca adicionou que a “Spin sempre se destacou por atributos como o amplo espaço interno, a robustez mecânica e a relação custo-benefício. O novo modelo vai além, para surpreender e acompanhar as necessidades do consumidor”.

De resto, espera-se mais do mesmo: mais uma atualização e recalibração do quatro em linha OHC família I, o motor lançado aqui no Corsa de 1993 (1979 na Europa) e que ainda dá muito bons resultados em carros como este: é simples, barato, suficientemente potente, muito econômico, e além de conhecidíssimo pelos mecânicos, é barato para se manter. Hoje, a versão a venda da Spin vem com uma versão 1.8 de 111 cv a 5200 rpm e 17,7 mkgf a 2600 rpm. Opções de câmbio manual ou automático com 6 marchas estão disponíveis, sempre de tração dianteira.

É o último sobrevivente, também, do sonho da GMB em ser o centro de desenvolvimento de carros baratos para o “resto do mundo” (fora dos EUA). Criando uma nova plataforma por meio da simplificação da “Gamma” do Sonic (por sua vez, uma evolução do Corsa 4400/Grande Punto, esse último origem do Jeep Renegade), a GMB fez uma família que incluía Onix, Cobalt e Spin, de muito sucesso. Mas hoje, sabemos, só resta a Spin: o “resto do mundo” é chinês. (MAO)

 

Frio em Chicago é problema para elétricos

A cidade de Chicago, uma das maiores dos EUA e localizada às margens do gelado lago Michigan, no Illinois, não é uma cidade que estranha frio. É conhecida na verdade por ser sempre gelada, com um vento cortante mesmo quando há sol que ajuda no seu apelido de “Windy City”.

Quão frio é Chicago? De acordo com os arquivos do National Weather Service americano, que começam em 1871, os dias mais frios em sequência tendem a ficar ao redor dos -5°F, ou -20°C. O dia mais frio da história da cidade foi 20 de janeiro de 1985: -27°F, inacreditáveis -33°C.

O período mais longo de temperaturas abaixo de -5°F na área foi um período de cinco dias na década de 1880, de acordo com os registros do NWS. Outra época fria parecida aconteceu em 1996, e agora, neste momento, a cidade tem uma onda de frio parecida.

Qual é a diferença hoje? Os carros elétricos, claro. À medida que as temperaturas despencaram, a situação parece ter se tornado terrível, com os proprietários de Teslas tendo que apelar para guinchos (movidos a gasolina ou diesel, claro) porque os carregadores não estavam funcionando e suas baterias estavam esgotadas. A estação de TV FOX 32 Chicago mostrou vários motoristas de Tesla lutando para carregar seus EVs em um Tesla Supercharger em Oak Brook, Illinois.

A emissora não mediu palavras: “Estações de carregamento públicas se transformaram em cemitérios de carros”, disseram os repórteres, enquanto os guincheiros locais diziam rindo que “tem um monte de robô morto por aqui”. Uma enxurrada de histórias semelhantes emergiu depois disso, com várias publicações importantes fazendo eco a esta voz.

Segundo o site InsideEV, “infelizmente este não é um problema novo. Já sabemos há algum tempo que o frio extremo pode congelar cabos de carregamento, conectores e outros componentes críticos de um Supercharger Tesla (ou qualquer carregador rápido EV, na verdade), o que pode contribuir para esses problemas. Isto, por sua vez, afeta a eficiência e o desempenho dos componentes eletrônicos, podendo levar a mau funcionamento ou desligamentos, como os observados em Oak Brook.”

Embora provavelmente o problema seja menor do que essas emissoras fazem parecer, como sempre acontece com qualquer notícia que causa sensação e cliques, não deixa de ser engraçado ver uma vontade “inevitável” bater de frente com a imensa rocha fixa da realidade. (MAO)

 

Prensa mais antiga que a Toyota volta do Brasil ao Japão

A Toyota fechou a fábrica de São Bernardo em novembro de 2023, marcando o fim de sua primeira unidade de produção no exterior, e encerrando uma história de 61 anos.

Agora ficamos sabendo, por uma publicação interna da companhia reproduzida pelo Jalopnik americano, que a fábrica abrigava uma prensa de estampagem Komatsu de 700 toneladas, que era antiquíssima: antecede o próprio negócio de fabricação de automóveis da Toyota. E agora que a fábrica fechou, a Toyota está trazendo a prensa de volta para o Japão, onde continuará fabricando peças de reposição e será usada para treinar trabalhadores.

A prensa Komatsu estava em uso há 89 anos, de acordo com o Toyota Times. A máquina originalmente foi comprada pela então nova divisão automotiva da fábrica de teares automáticos Toyoda, em 1934, e foi instalada em uma fábrica na província de Aichi, no Japão. A Toyota, marca separada de automóveis, foi fundada em 1937, nascida desta divisão da Toyoda, e, portanto, a prensa é mais antiga que a própria Toyota automóveis!

A prensa Komatsu foi transferida para o Brasil em 1962, quando a fábrica em São Bernardo entrou em operação. Lá, ajudou na produção do Land Cruiser brasileiro, o Toyota Bandeirante. A produção nacional, como sabemos, foi de 1962 até 2001. Após isso a prensa continuou fabricando peças para os modelos Corolla e Hilux ao longo das décadas seguintes, até o fechamento da fábrica em 2023.

Um ex-funcionário da fábrica de SBC disse que: “Essa prensa era ponto turístico. Era comum os engenheiros japoneses que vinham pedirem para vê-la. E ela trabalhava mesmo.”

Um executivo da Toyota disse no Toyota Times: “É inacreditável que uma empresa japonesa tenha fabricado e comprado um item tão grande antes da guerra. Deve ter sido incrivelmente caro.

Após consulta com o presidente Akio Toyoda, a empresa decidiu preservar esta máquina historicamente valiosa através da “conservação funcional” (mantida num estado de capacidade de produção).

A máquina será reinstalada no mesmo local da fábrica de Honsha onde estava há 60 anos, continuando seu papel na produção de peças de reposição. Além disso, está programado para ser usado no treinamento de trabalhadores em manutenção de matrizes e outras tarefas relacionadas.”

Uma máquina, mas mais que isso: uma parte da história da Toyota, e do Brasil. Faz nos lembrar do tempo em que esse país ainda tinha esperanças para o futuro, esperanças essas compartilhadas com o mundo, e que fizeram a Toyota iniciar aqui um expansão ao exterior que hoje, sabemos, seria extremamente vitoriosa. Mas que aqui, aparentemente, só recua. (MAO)

 

Mustang V8 não vai morrer, diz a Ford

A boa notícia de hoje vem do CEO da Ford, Jim Farley. Durante uma grande festa de início da temporada de competições da marca em 2024, em Charlotte, Carolina do Norte, o executivo deixou claro que, ao contrário das outras marcas americanas, o Mustang e seu motor V8 nunca vão acabar.

O tema do evento era competição, e o local, país da NASCAR. Ainda assim, Farley deixou claro que o Mustang é hoje um carro de corrida de sucesso não só nos EUA, mas no mundo todo. E que o V8 é a raiz disso. Disse: “Que outro carro no mundo corre em seis continentes num determinado fim de semana? E isso é porque temos um motor V8”, disse Farley.

Segundo o executivo, o Mustang Mach-E tem uma grande parte na sobrevivência do cupê V8: ele ajuda a equilibrar a proverbial balança, compensando as emissões e o consumo de um V8 com emissão zero. Disse que o “Mach-E nos permite vender veículos de combustão interna por muito tempo”.

Mas o melhor foram suas considerações finais, um tapa na cara da Chevrolet e da Dodge, que de novo, como no passado, descontinuaram “temporariamente” o Camaro e o Challenger. Disse ele:

O Mustang vai comemorar seu 60º aniversário. Muitos de nossos concorrentes já se foram. Eles vieram e se foram. Nunca fizemos isso. Sempre estivemos lá com o Mustang. São 60 anos ininterruptos. Temos agora o EcoBoost, temos o Dark Horse, e vamos continuar investindo. E se formos os únicos no planeta a fabricar um carro esportivo V8 acessível para todos, que assim seja.”

Amém! (MAO)