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E-type greatest hits: o ECD Jaguar E-Type GTO
Uma das modificações mais tradicionais americanas para os Jaguar clássicos é a substituição do seis em linha DOHC “XK” por um Chevrolet V8 de bloco pequeno. Apesar de ser um sacrilégio filosófico para muitos, é popular pelo simples motivo que faz um carro melhor. O V8 Chevrolet é mais potente, mais leve, mais curto e baixo, e mais barato de manter. Junte isso ao chassi primoroso dos Jaguar, e se tem um carro interessante de verdade. Mas não chique como manter o motor original. Vai entender!
Uma das empresas que costuma “consertar” os Jaguar assim é a a ECD Automotive Design, na Flórida. Mas a criação mais recente da empresa, o Jaguar E-Type GTO, é diferente: usa o V12 do Jaguar E-type série III para criar um esportivo moderno em cima do magnífico E-type.
O motor v12 não é original: é preparado pela Team CJ em Austin, Texas. Vem com um novos e modernos sistemas de injeção e refrigeração desenvolvidos pela ECD. A nova injeção tem 12 borboletas individuais, e o motor fornece nada menos que 400 cv , ainda SOHC e com 5,3 litros como no jaguar E-type série 3.
O carro é um E-type série 2, mas o subframe dianteiro é criado pela empresa para fazer o motor V12 servir nele. Lembre-se que o E-type é um monobloco de chapa estampada que acaba no curvão dianteiro (a “parede corta-fogo”), e dali em diante é só o subchassi, na verdade um spaceframe tubular como o suporte do motor de um de Havilland Mosquito. Neste carro, é novo, para montar o V12 do série 3 num menor série 2. O exterior pretende emular o mais belo deles, o série 1.
Os freios também são modernos: dianteiros de seis pistões e os traseiros de quatro pistões, e as rodas são Turrino personalizadas de 15 polegadas. O GTO também conta com altura e amortecimento totalmente ajustáveis. Mas a geometria da suspensão parece permanecer a do E-type, o que não é ruim.
No interior, a ECD esconde uma série de comodidades modernas. Conta com bancos de couro especiais, painel de alumínio escovado e instrumentos Moal Bomber. O som é compatível com Bluetooth, os bancos são aquecidos, há carregamento via porta USB para celular, faróis automáticos e travas elétricas. E, é claro, atrás do V12 está um câmbio moderno Tremec de 5 velocidades.
A ECD fez este carro essencialmente sob encomenda, e na tradição da Singer de nomear o carro por seu endereço, este é o Bridgewater Commission. Não há como comprá-lo, então, e o preço não foi divulgado. Mas se isso não te assusta, posso apostar que pelo preço certo, eles estão dispostos a fazer outro para ti. Parece um mash-up perfeito de todos os E-types, e de tecnologia moderna.
O teto rígido removível em fibra, o stance e o tamanho das rodas, porém, parecem meio fora de proporção e incongruentes com o clássico design. Bom, não dá para agradar todo mundo mesmo. (MAO)
Jaguar V8 ainda disponível na Australia
Se os Jaguar do passado ainda inspiram encomendas milionárias como o E-type acima, no mundo atual a empresa está abandonando os motores a combustão interna pelos elétricos, e tirando uma pausa sabática este ano nesse negócio chato de produzir automóveis, ui, credo. Mas em alguns mercados, você ainda pode adquirir um F-Pace SVR 575 Ultimate Edition novinho em folha, completo com um potente supercharged V8.
Sim, é um SUV, mas é também o último motor a combustão da empresa, numa versão bem legal. O SVR 575 Ultimate Edition fez sua estreia em maio de 2024 como parte da última rodada de produção do F-Pace da Jaguar. Agora, a Jaguar confirmou que 60 unidades do SVR 575 serão produzidas especificamente para o mercado australiano.
Sob o capô, o F-Pace SVR 575 Ultimate Edition traz um V8 de cinco litros com um compressor tipo Rootes. Fornece nada menos que 575 cv e 71,4 mkgf de torque. Mesmo sendo um SUV grande, pesado e automático, o carro faz 0 a 100 km/h em 4 segundos, e tem velocidade máxima de 286 km/h.
Os compradores podem escolher entre quatro tons exteriores vibrantes: Sorrento Yellow Gloss, British Racing Green Gloss, Icy White Gloss, and Ligurian Black Satin. Cada versão vem com rodas de liga leve de 22 polegadas e emblemas da Edição Ultimate nos para-lamas.
Não é a melhor safra dos Jaguar, mas este pelo menos tem o glorioso V8, e é um carro muito legal de qualquer forma. E temos a distinta impressão que as coisas, daqui em diante, só vão piorar. Esperamos que não, mas esperamos sentados confortavelmente, com pipoca no colo.
O último Jaguar de verdade está disponível para encomenda na Austrália com preço inicial de AU$ 197.033 (R$ 713.255). (MAO)
Toyota diz que um elétrico polui tanto quanto três híbridos
É incrível como tudo muda. A Toyota, antes a mais inerte das empresas automobilísticas, hoje é um dos últimos bastiões do entusiasmo. E tudo por causa de um entusiasta-dono: Akio “Morizo” Toyoda.
Toyoda vem dizendo há anos que forçar todos a comprar veículos elétricos não é o caminho a seguir, algo que ninguém quer acreditar, mas soa bem real. Diz que a transição não pode ser apressada e que apostar tudo em veículos elétricos teria repercussões enormes em toda a indústria automotiva. Ele acredita que milhões de empregos em toda a cadeia de suprimentos podem estar em risco se o motor de combustão for descontinuado muito rapidamente. E mais: Toyoda afirma que os veículos elétricos ainda são muito mais poluentes do que os híbridos.
Vejam o exemplo que deu: a sua empresa vendeu cerca de 27 milhões de híbridos desde o lançamento da primeira geração do Prius em 1997. Segundo ele, esses híbridos têm a mesma pegada de carbono de nove milhões de veículos totalmente elétricos, considerando a bateria e a sua produção. Sim, Toyoda diz para quem quiser ouvir que um único veículo elétrico é tão poluente quanto três híbridos.
Akio Toyoda afirmou certa vez que os veículos elétricos jamais ultrapassariam 30% do mercado e defendeu que a indústria deveria se concentrar em híbridos e combustíveis sintéticos. Embora tenha admitido que o Mirai foi um fracasso comercial, a Toyota continua comprometida com o hidrogênio e vê potencial na combinação com motores de combustão. Ao mesmo tempo, está ajudando a BMW a lançar seu primeiro veículo movido a hidrogênio em série em 2028.

Certo ou errado, a indústria precisa de mais gente assim: gente que se importa com o produto que faz, e o defende. Apenas baixar a cabeça para legislação mesmo sabendo dos problemas dela não é ser produtivo para o futuro da humanidade. Deve-se ci=umprir a legislação, sempre, mas se sabemos estar ela errada, ao mesmo tempo lutar para que ela mude, com argumentos. Se a indústria não se defende, quem o fará? Se ninguém se defende, pode acabar legislada até a extinção. A Toyota é o maior fabricante do mundo, então deveria ser um exemplo para todo aos se defender. Né? (MAO)
GM prepara pacote de lançamentos no Brasil com Onix, Tracker e dois novos elétricos chineses

A Chevrolet terá cinco lançamentos de uma só vez no próximo dia 8 de julho. O movimento faz parte das comemorações dos 100 anos da GM no Brasil — e também do esforço para recuperar espaço perdido entre hatchbacks, SUVs e, agora, elétricos de entrada.
A informação veio do próprio alto escalão: Fábio Rua, vice-presidente de políticas públicas e comunicação da GM América do Sul, confirmou a ofensiva durante um evento para jornalistas nos EUA. O pacote incluirá três modelos a combustão (Onix, Onix Plus e Tracker), todos reestilizados como linha 2026, e dois elétricos inéditos: o compacto Spark EUV e o SUV médio Captiva EV — que ressuscita um nome conhecido, mas com sotaque chinês e ficha técnica 100% elétrica.
O trio a combustão já foi flagrado em testes nos últimos meses, e agora a GM crava a data de estreia. No caso do Tracker, as mudanças mais evidentes vêm na dianteira: faróis divididos em dois andares, com DRLs elevados, conjunto principal logo abaixo e neblinas no para-choque. A grade frontal será maior, com uma barra horizontal cortando o conjunto ao estilo da nova Montana, incluindo o logo dourado ao centro. Ele também passará a ser fabricado na Argentina.
Para Onix e Onix Plus, a atualização será mais discreta, com nova grade, para-choques redesenhados e faróis com novo arranjo interno. Por dentro, a promessa é de um painel com telas integradas, ao estilo da nova S10 e da Spin reestilizada — ou seja, um cockpit mais moderno, com foco em conectividade e assistências como frenagem autônoma, assistente de faixa e freio eletrônico com Auto Hold.

O trio deve seguir com as motorizações atuais: 1.0 aspiradode três cilindros para as versões de entrada, e os conhecidos 1.0 e 1.2 turbo com injeção direta nas configurações superiores. Ainda não há confirmação oficial sobre a adoção do sistema híbrido leve (MHEV), mas flagras do Tracker com adesivos de alta tensão sugerem que os testes com eletrificação estão avançados.
Quanto aos elétricos, o Spark EUV será o novo elétrico de entrada da Chevrolet no Brasil. O modelo já tinha dado as caras durante o evento de centenário da marca, mas agora será oficialmente revelado, com direito a números e ficha técnica completos. Produzido na China, o Spark EUV tem 3,99 m de comprimento e entre-eixos de 2,5 metros — porte de hatch premium, com visual SUV e acabamento “Activ”.
O motor elétrico de 75 kW (101 cv) leva o Spark a 150 km/h, alimentado por uma bateria LFP de 41,9 kWh, com promessa de até 400 km de autonomia no ciclo chinês (CLTC). Por aqui, o número deve cair um pouco quando passar pela régua mais realista do Inmetro. No interior, destaque para o painel com duas telas de 10,25″, que concentram o cluster digital e a central multimídia.Depois vem o Captiva EV que, na prática, é o Wuling Starlight S com emblemas Chevrolet. Trata-se de um SUV médio com 4,75 m de comprimento, 2,8 m de entre-eixos que mira o BYD Song Plus e o GWM Haval H6.
Sob o capô (ou melhor, sob o assoalho), um motor elétrico de 150 kW (204 cv) e 31,6 kgfm de torque, que empurra o SUV de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos. A bateria LFP tem 60 kWh e garante até 510 km de autonomia no ciclo chinês — algo próximo de 400 km reais por aqui, segundo estimativas preliminares.
Ambos os elétricos vêm da China como parte da estratégia da GM em acelerar sua eletrificação na América do Sul, aproveitando o ecossistema desenvolvido por suas joint-ventures asiáticas. (Leo Contesini)