Dando continuidade ao Project cars (leia meu primeiro texto neste link), vamos a mais detalhes da Santa Matilde! Tenho a impressão que aos poucos meu projeto está se caminhando em direção ao Restmod (mais um termo que aprendi aqui no FlatOut), devido a algumas decisões, especialmente na parte mecânica. A primeira delas: uso de injeção eletrônica. Os amantes do bom e velho carburador podem me xingar, gritar e fazer o que for. Mas não vejo razão em manter o saudosismo do carburador em 2014 quando há sistema mais barato e confiável. Com o avanço dos módulos programáveis, já temos sistemas que controlam a injeção e a ignição, eliminando a necessidade de distribuidor e deixando o ajuste fino ainda mais preciso. Como lembranças dos velhos tempos: meu Ford Maverick V8 gostava de morrer em cruzamentos movimentados…
Bom, antes de mandar o carro pra Três Rios (RJ), procurei alguém para iniciar os trabalhos na fibra dele aqui em Vila Velha mesmo. Como o orçamento era curto e meu conhecimento era baixo, fomos lá caçar um fundo de quintal para começar a restauração. Foram mais ou menos uns quatro meses em que um cara deu uma geral que já melhorou um pouco o aspecto da carroceria. O carro foi desmontado, a parte do farol que estava quebrada foi refeita, mas não ficou aquela coisa. O carro ficou no primer e permaneceu um tempo nesta situação (isso em 2009, já são cinco anos de história!).
Rodas tunadas e já com as lanternas que havia comprado!
Após isso, em umas férias que passei no Rio de Janeiro na casa do meu irmão, passei em Três Rios para conhecer o Fernando Monnerat, a pessoa que cuidou da linha de produção das SM. Lá vi carros extremamente bem feitos, com uma qualidade que surpreendeu até minha mãe. Comprei alguns vidros e voltei para Vila Velha. Depois disso, levei o carro para um mecânico que simplesmente nem ganhar dinheiro queria. O carro ficou três meses parado para ele me dar uma simples lista das peças que eu precisaria comprar para instalar o motor e câmbio – e nem isso o sujeito fez. Fiquei com raiva, paguei uma grana ainda pois ele tinha feito um mínimo e decidi tirá-lo de lá.
Carro abandonado na oficina: três meses desperdiçados
Foi um momento crítico, pois pensei seriamente em desistir. Mas já havia gasto uma grana e decidi ir em frente. Fui de novo pra Três Rios, onde recebi uma lista completa com todas as peças possíveis e necessárias com o preço delas ao lado. Senti que para ser feliz eu tinha que mandar o carro pra lá. O orçamento não ficou absurdo (acredito que mais barato que se fizesse por aqui), botei o carro no guincho e lá se foi o cupê. Lá eu vi que foi a melhor coisa que fiz. O carro foi todo desmontado, virado de lado e alinhado adequadamente. Fiquei feliz e empolgado de novo.
De ladinho amarrado na árvore! Detalhe pro assoalho integro, mérito de ser galvanizado de fábrica
Motor seis cilindros 4.8, deitado de lado: à direita está o cárter
O interior está sendo todo refeito de acordo com o padrão original e comprei novos bancos (os originais estavam muito podres). Cores? Na carroceria teremos o Azul Denver, do Ford Escort 1991, com interior caramelo. Mas isso é assunto para o próximo post! Um abraço a todos.
Por André Bringhenti, Project Cars #124