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Car Culture

A tradição das Ferrari de 4 lugares

A Ferrari está a uma semana do lançamento do seu primeiro crossover, a Purosangue. O nome é irônico, afinal, o que há de sangue puro em uma Ferrari crossover? Mas como já dizia o famoso comediante britânico, é uma boa ideia ver as coisas pelo lado bom da vida. A Purosangue é um crossover que, provavelmente, terá quatro portas. Mas ela também é uma Ferrari de quatro lugares. E carros de quatro lugares são uma tradição da Ferrari.

Na verdade, a primeira Ferrari de rua da história, a 166 Sport, teve versões de quatro lugares, sendo a primeira delas a 166 Sport chassi 005S, de 1948. Ela era equipada com um V12 dianteiro de dois litros, com modestos 80 cv a 6.000 rpm — não é muito, mas o belo cupê italiano pesava só 800 kg, então dava para chegar além dos 170 km/h.

A Ferrari 166 Inter de 1949 também teve uma versão de quatro lugares feita pela Bertone, mas tanto a 005S quanto esta versão da Bertone eram modelos produzidos por encomenda, ainda na época em que você comprava o chassi em um lugar e mandava fazer a carroceria em outro. A linhagem das Ferrari de quatro lugares começou mesmo com a 250 GT/E, em 1960.

 

250 GT/E

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A primeira Ferrari de quatro lugares produzida em série apareceu em 1960: a 250 GT/E. Ela era baseada na 250 GT de entre-eixos longo, e o espaço para o banco de trás foi conseguido movendo o motor V12 de 240 cv para a frente. Como todo 2+2, os bancos acomodavam crianças sem problemas, mas não eram muito confortáveis para adultos.

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Ao contrário do que possa parecer, a 250 GT/E foi a principal responsável pela boa situação financeira da Ferrari naquele começo dos anos 1960. Foram feitas quase 1.000 unidades da GT/E entre os protótipos de 1959 e os últimos modelos de 1963.

 

330 GT 2+2

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No ano seguinte, 1964, veio a 330 GT 2+2, com um novo V12 de quatro litros e 300 cv, entre-eixos ainda mais longo, amortecedores ajustáveis da Koni e freios a disco nas quatro rodas.

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Naquele primeiro ano o visual da nova Ferrari era controverso: apesar do belo perfil com os recortes nos para-lamas para retirar o ar do cofre do motor, a dianteira com faróis duplos dividiu opiniões — embora tenha conquistado o beatle John Lennon, que viu na 330 GT 2+2 um carro adequado para rodar por aí com sua esposa Cynthia e seu filho Julian (esse exemplar azul acima).

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Em 1965 a Ferrari reestilizou o cupê, adotando um conjunto óptico mais tradicional. O câmbio 4+E deu lugar a uma caixa de cinco marchas, as rodas passaram a ser de liga leve e ar-condicionado e direção hidráulica passaram a ser oferecidos como opcionais.

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Com o novo câmbio e o motor de 300 cv, a velocidade máxima era de 245 km/h e o modelo foi ainda mais popular que a 250 GT/E, com 1.099 unidades produzidas entre 1964 e 1967, quando foi substituída pela 365 GT 2+2.

 

365 GT 2+2

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A nova Ferrari era uma evolução da 330: a cilindrada aumentou para 4,4 litros, a potência foi para 320 cv e o comprimento chegou aos 4,97 metros, proporcionando espaço suficiente para quatro adultos com sua bagagem — algo inédito em uma Ferrari de quatro lugares.

A aceleração de zero a 100 km/h era feita em 7 segundos e a velocidade máxima chegava aos 245 km/h. Teve somente 800 exemplares produzidos entre 1968 e 1970.

 

365 GTC/4

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Depois da 365 GT 2+2 a Ferrari tentou continuar a linhagem dos quatro lugares com a 365 GTC/4 — que inspirou o nome da atual representante da família — porém a evolução do design não resultou em um 2+2 muito bom.

Baseada na 365 “Daytona”, ela tinha pouco espaço para as pernas dos ocupantes de trás, e a traseira fastback também tirava o espaço para a cabeça. Por isso ela acabou produzida somente em 1971 e 1972, embora tenha sido relativamente bem vendida, com 505 unidades produzidas.

 

365 GT4 2+2 / 400 GT / 400 GTi / 412

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Naquele mesmo 1972 veio a série mais duradoura e bem sucedida das Ferrari de quatro lugares até então: a 365 GT4 2+2, e suas sucessoras 400 GT e 412. Essa série de cupês 2+2 começou a ser produzida em 1973 e durou até 1989 — foram 16 longos anos e mais de 2.900 exemplares.

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O visual com linhas retas, bem mais moderno para a época, estreou na 365 GT4 2+2. Ela tinha o motor 4.4 das antecessoras,  com seis carburadores Weber side draft (que você talvez conheça como “Weber deitada”) para produzir 320 cv e chegar aos 245 km/h.

As rodas eram de liga leve com desenho de cinco raios em forma de estrela, mas era possível escolher rodas raiadas da Borrani como opcional (que, cá entre nós, não combinavam muito com o visual moderno da 365). Por dentro, sendo um legítimo grã-turismo, a 365 GT4 tinha bancos de couro, ar-condicionado e vidros elétricos.

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Em 1976 veio a primeira evolução: o motor ganhou pistões mais largos para chegar aos 4,8 litros e, alimentado pelos seis carburadores Weber, chegou aos 340 cv.

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Com o aumento do deslocamento, um novo nome: 400 GT. Pela primeira vez na história da Ferrari o câmbio poderia ser automático — uma caixa Borg Warner de três marchas (algo comum na época) substituía o câmbio manual de cinco marchas caso o cliente desejasse. Era uma opção que privilegiava o conforto e até condizente com a proposta estradeira do carro, que era batizado 400 Automatic. Com o câmbio manual e o motor 4.8 a Ferrari 400 chegava aos 100 km/h em 7,1 segundos e à máxima de 245 km/h — o automático limitava o modelo em 240 km/h.

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Mas a verdadeira evolução chegou em 1979: o enorme conjunto de seis carburadores era substituído pela injeção eletrônica Bosch K-Jetronic. Com isso o nome adotava o pequeno “i’ ao final e os modelos passaram a se chamar 400 GTi e 400 Automatic i.

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Apesar da alimentação mais moderna, a potência não aumentou, e sim diminuiu para 310 cv. O motivo não era falta de talento, e sim os limites de emissões, que começaram a dar as caras nos anos 1970. Mesmo assim a velocidade máxima continuou nos 245 km/h (240 km/h no automático). Mesmo com a potência inferior, a 400 GTi e a 400 Automatic i foram a série mais vendida dessa linha: 1.305 unidades foram produzidas entre 1979 e 1985.

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A última delas foi a 412, lançada em 1985 com um novo motor V12 de cinco litros que devolveu os 340 cv ao carro. Você talvez a conheça pelo vídeo “Electroma” do Daft Punk, que usa um modelo 1987 na cor preta.

O nome passou a ser o mesmo para as duas versões e pela primeira vez uma Ferrari foi equipada com freios ABS. O visual mudou sutilmente: as lanternas traseiras circulares continuaram lá, mas agora o círculo externo passou a ser maior.

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Outra mudança foi o deck traseiro, que foi ligeiramente elevado para aumentar a capacidade do porta-malas (compare com as antecessoras; elas parecem ter a traseira caída). Os para-choques passaram a ser pintados na cor do carro e, nas laterais, os frisos cromados das janelas foram substituídos por acabamento preto e as rodas côncavas foram substituídas por modelos planos.

Com a nova potência a 412 precisava de apenas 6,7 segundos para chegar aos 100 km/h (8,3 com o câmbio automático) e aos 245 km/h de velocidade máxima. A 412 foi produzida somente até 1989, e não teve uma sucessora direta como as demais.

 

Dino 308 GT4

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Embora não tenha deixado uma sucessora direta, a 412 não era a única Ferrari de quatro lugares da época. Na verdade, em 1973, quando a 365 GT4 2+2 foi lançada, a Ferrari lançou a Dino 308 GT4. Ela foi a primeira Ferrari com um V8 em posição central-traseira (e nem venha com essa conversa de que ela “não era uma Ferrari” só porque se chamava Dino) e também a primeira a combinar essa configuração de motor a um layout de 2+2.

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O V8 de três litros tinha 255 cv, o que faz dela uma das menos potentes desta lista, porém ela pesava pouco mais de 1.100 kg, e por isso chegava aos 250 km/h tranquilamente. Além do motor 3.0 também houve uma versão com cilindrada reduzida para dois litros batizada 208 GT4, que foi criada em 1975 para driblar o imposto duas vezes mais alto para motores com cilindrada superior a dois litros.

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Com 172 cv e sem alterações no peso, a velocidade máxima era um pouco mais baixa — 220 km/h. Em 1976 a Ferrari passou a chamá-la oficialmente como Ferrari 308 GT4 e assim ela ficou até 1980, quando deixou de ser produzida. Nesses sete anos, foram feitas 2.826 308 e 840 208.

 

Mondial

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A outra Ferrari de quatro lugares que dividiu as lojas com a 400 e a 412 foi a Mondial, um dos maiores sucessos da história da marca, ainda que tivesse a configuração pouco comum de motor central-traseiro e quatro lugares — e até uma versão conversível. A ideia com a Mondial era oferecer uma Ferrari que pudesse ser usada diariamente, unindo a praticidade de um cupê 2+2 com o desempenho e todas as demais características de uma Ferrari.

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Isso resultou em um cupê de proporções estranhas e mais lento que seus irmãos de dois lugares. O motor era o mesmo V8 de três litros da 308 GT4, porém alimentado com injeção eletrônica. Apesar da evolução, a calibragem feita para agradar os ambientalistas reduziu a potência para 214 cv. Some isso aos 1.450 kg do carro, e o resultado é uma velocidade máxima inferior à da antecessora — “apenas” 230 km/h.

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O problema começou a ser resolvido em 1982 com o lançamento da Mondial Quattrovalvole. A potência subiu para 240 cv e a velocidade máxima para 240 km/h. Depois, em 1985 veio a Mondial 3.2, que teve sua cilindrada aumentada para… 3,2 litros. A potência subiu para 270 cv, a aceleração de zero a 100 km/h era cumprida em 7,5 segundos e a velocidade máxima finalmente chegou aos 250 km/h.

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Antes de deixar a linha de produção a Mondial passou por mais uma evolução em 1989: o V8 ganhou mais 200 cm³ e chegou aos 3,4 litros, a potência aos 300 cv e a velocidade máxima aos 255 km/h — a aceleração até os 100 km/h era feita em apenas 6,5 segundos. Rebatizada como Mondial T, ela foi a primeira Ferrari com direção hidráulica e tinha suspensão eletrônica com três posições e ABS de série.

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A Mondial T foi a única Ferrari de quatro lugares disponível entre o fim da 412 e a chegada de sua sucessora, a 456 GT.

 

456 GT / 456M GT

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Lançada em 1993, ela foi a primeira Ferrari desenvolvida sob a batuta de Luca di Montezemolo, que acertou a mão no modelo. A receita: um V12 dianteiro de 5,5 litros e 442 cv ligado a um transeixo de seis marchas. A bela carroceria tinha linhas curvas, faróis escamoteáveis e espaço suficiente para quatro pessoas e sua bagagem, com os clássicos 2+2 da marca.

Mesmo com 1.690 kg, a 456 GT deu um salto de desempenho em relação às antecessoras: precisava de apenas 5,2 segundos para chegar aos 100 km/h e podia seguir até 302 km/h — o que a tornou o carro de quatro lugares mais rápido do planeta na época.

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Em 1996 a 456 ganhou a versão GTA, com câmbio automático. Foi o quarto modelo da Ferrari a trocar as marchas sozinho, embora ainda com um câmbio tradicional, com conversor de torque.

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Dois anos depois, em 1998 a 456 ganhou uma reestilização para atualizar seu visual. Os faróis escamoteáveis foram mantidos e ela se tornou o último modelo da marca com esse tipo de farol. O motor continuou o mesmo, recebendo apenas uma ECU mais moderna e ordem de ignição modificada para tornar o funcionamento mais suave. Ela permaneceu assim até 2003, quando deu lugar à 612 Scaglietti depois de 3.289 unidades produzidas ao longo dos dez anos de estrada.

 

612 Scaglietti

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Uma das mais recentes Ferrari de quatro lugares também é uma das menos lembradas pelo público em geral, o que é uma grande injustiça. Lançada em 2004, a 612 Scaglietti certamente acabou ofuscada pelos outros grandes carros que a Ferrari fez no mesmo período, como a 360 Challenge Stradale, a 430 Scuderia, a 599 GTB Fiorano e suas versões radicais GTO  599XX e, claro, a Ferrari Enzo.

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Mas isso não significa que a Scaglietti era um carro para ser esquecido: o visual é controverso, mas inegavelmente italiano e ferrarista: foi inspirado na lendária 375 MM Pinin Farina Berlinetta Speciale “Ingrid Bergman”, um modelo feito em 1954 sob encomenda do diretor de cinema Roberto Rossellini como presente para sua esposa, a atriz sueca Ingrid Bergman.

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Com 4,90 m de comprimento, 1,97 de largura e 1,34 de altura, ela era baixa, larga e longa, mas também tinha espaço de sobra para seus quatro ocupantes. Sob o enorme capô está um V12 central-dianteiro de 5,5 litros e 540 cv, capaz de empurrar os 1.800 kg do grã-turismo até os 100 km/h em 4 segundos e seguir até os 320 km/h.

 

Ferrari FF

Em 2011 a Ferrari 612 Scaglietti foi substituída por algo realmente novo e surpreendente. Em vez de um GT com as proporções clássicas, veio a FF, uma shooting brake com um motor V12 aspirado e um sistema de tração integral com um cardã auxiliar que passa pelo lado V12 para mover o diferencial dianteiro.

Sim: a FF tem transeixo traseiro, então para ser um carro de tração integral, ela precisa ter um cardã que liga o câmbio traseiro ao eixo dianteiro. E como o motor é baixo, porque a dianteira é baixa, o cardã passa pela lateral do bloco. E mais estranho ainda é o fato de o eixo dianteiro só funcionar acoplado à transmissão nas primeiras quatro marchas – nas três últimas ele é desacoplado.

É algo jamais visto na história da Ferrari, e que certamente não voltará a ser visto nesta Purosangue (ou será?). Por que a Ferrari decidiu fazer uma shooting brake com esta configuração? Bem… há alguns anos, pouco antes de se anunciar a Purosangue, a Ferrari revelou que a FF foi idealizada originalmente como um crossover de duas portas — algo como uma FF com suspensão mais elevada. Felizmente não foi assim, porque a FF, embora não seja a mais bonita das Ferrari, deu origem a uma que certamente está entre elas, a…

Ferrari GTC4 Lusso

Ela veio só cinco anos depois do lançamento da FF, em 2016. Como é praxe na Ferrari, antes de uma revolução, vem uma evolução, e a GTC4 Lusso era esta evolução antes da revolução (que virá no dia 13 na forma da Purosangue).

Ela mantinha o V12 e o sistema de tração integral, mas tudo atualizado para mantê-la onde uma Ferrari deve estar — o topo da cadeia alimentar. No mesmo ano do lançamento a Ferrari ainda colocou um V8 biturbo no cofre da GTC4 Lusso, o que a tornou ainda mais adequada para o uso familiar diário — especialmente por não ter o sistema de tração integral, o que a torna mais leve e mais econômica que a V12.

 

Ferrari California / California T

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A primeira Ferrari com um motor V8 dianteiro também se tornou a primeira Ferrari conversível com quatro lugares desde o fim da Mondial T em 1993. Os dois lugares entre os bancos da frente e a capota retrátil talvez sejam os menores já oferecidos em uma Ferrari, mas eles estão lá para emergências e nenhum guarda poderá multá-lo por levar alguém ali.

 

Ferrari Portofino/Portofino M

Em 2017 a Ferrari encerrou a produção da California T e logo a substituiu por um novo conversível de motor V8 turbo dianteiro: a bela Portofino. O carro é praticamente o mesmo em termos mecânicos — a Ferrari atualizou elementos do chassi/plataforma, como as ligas de alumínio usadas em sua composição, e fez upgrades no V8 F154 (código BE, em vez de BB como na antecessora) — e, por isso, manteve sua configuração 2+2.

Como a atual Portofino M é apenas uma evolução da Portofino original, ela permanece igual por dentro, com os dois bancos diminutos ocupando o espaço entre os bancos dianteiros e o deck traseiro.

 

Ferrari Roma

Olhando por fora ela não parece ter quatro lugares — e não tem mesmo. A Ferrari Roma é baseada na Ferrari Portofino, o que significa que além do motor F154BE, ela também compartilha a arquitetura da cabine. Por isso, atrás dos bancos há mais dois bancos para crianças ou praticantes de ioga, o que faz dela mais um dos modelos 2+2 da história da marca.

Com o fim da GTC4 Lusso, somente ela e a Portofino M oferecem espaço para mais de duas pessoas, ainda que seja limitado. A tradição, contudo, continuará viva, já que a Ferrari está preparando o lançamento de seu “crossover”, que irá substituir a GTC nos próximos anos.