A essa altura você deve saber que a Volvo Car pertence aos chineses, não é? Pois as duas empresas juntaram-se para criar uma nova marca chamada “Lynk & Co”. O primeiro modelo já está pronto e foi apresentado nesta semana. Ele é um crossover compacto e se chama Lynk & Co 01. Quanta inspiração.
O Lynk & Co 01 foi desenvolvido pela Volvo na Suécia e será produzido na China e vendido em todo o mundo. Ele usa a plataforma Compact Modular Architecture, desenvolvida pela Volvo — que também será usada pelo futuro crossover XC40 — e os motores 1.5 turbo de três cilindros e 2.0 turbo de quatro cilindros já adotados pela marca sueca no atual V40, além de um futuro powertrain híbrido.
Você talvez esteja se perguntando qual o sentido de criar uma nova marca que ninguém conhece para vender um carro parecido com todos os outros crossovers do planeta. Bem, é porque os especialistas dizem que o modelo atual de comercialização de carros é careta e ultrapassado e que as novas gerações não querem ir a uma concessionária negociar com um vendedor que não será 100% honesto e que devemos nos inspirar no mundo maravilhoso da Apple Store. Assim, a Volvo e a Geely querem usar a Lynk & Co para tentar revolucionar a forma de vender carros, da mesma forma que a Apple mudou a forma de vender música e o Netflix mudou a forma de vender filmes e séries.
A marca diz que ele é o carro “conectado” que todos os fabricantes estão prometendo, porém não é um mero conceito, e sim um produto finalizado pronto para chegar ao mercado em menos de um ano. Seu modelo de venda e manutenção e a “experiência de uso” são largamente inspirados nas grandes empresas de tecnologia.
Ele não será vendido em concessionárias, mas diretamente da fabricante. O carro é comprado pela internet e entregue na porta da sua casa. Para fazer as revisões e manutenções, você agenda o serviço, a fabricante coleta o carro na sua casa e o devolve quando estiver pronto. Esta é a primeira “revolução” proposta: acabar com as concessionárias para reduzir custos, assim o carro e a manutenção podem ser mais baratos.
O carro também terá uma loja de aplicativos, que terá APIs abertas para e desenvolvedores se envolvam com o projeto (seria legal saber se poderemos baixar um app para aumentar a pressão dos turbos, não?). Os aplicativos permitirão gerenciar o carro remotamente e será possível até compartilhar o carro usando chaves digitais nesses aplicativos. Haverá uma interface de web para gerenciar todos os aspectos do carro — da compra ao compartilhamento e uso.
Não temos certeza de que esse formato que transforma os carros em gadgets e o modelo de vendas em uma cópia da Apple Store funciona. Os iPhones vendem bem porque têm um nome legal, design bem resolvido e são produtos com características próprias, diferentemente de um carro.
De qualquer forma, descobriremos se a ideia vai dar certo a partir de 2017, quando o Lynk & Co 01 (como se fala isso?) começar a ser vendido na China, na Europa e nos EUA.