FlatOut!
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Sessão da manhã

Acelere com esta seleção matadora de supercarros em subidas de montanha

Você vai encontrar caras que não gostam de Fórmula 1. Caras que não gostam de arrancada. Caras que não gostam de off road. Mas você não vai achar um entusiasta sequer que não fique maluco com uma bela prova de subida de montanha, os famosos hillclimbs. Carros roncando alto, fazendo curvas o mais rápido possível em uma subida sinuosa têm um apelo universal a qualquer um que se considere um petrolhead.

Aqui mesmo no FlatOut nós temos alguns belos exemplos —  um Lotus Omega preparado especialmente para subir montanhas, um Lancer Evo VIII de 800 cva belíssima Motorhead Hillclimb, o Alfa Romeo V6 Ti e até o Trabant mais rápido do mundo. Mas sabe o que a gente não tem? Uma seleção de supercarros subindo montanhas. Vamos dar um jeito nisso agora mesmo!

Sim, conhecemos o discurso — “ricaços só compram supercarros para aparecer”, “dá para comprar uma lata velha, fuçar ela inteira e dar benga em qualquer Ferrari”, et ceteraet ceteraet cetera. OK, de fato há um fundo de verdade nisso. Só que nem todo mundo que tem um supercarro quer só chamar a atenção. Alguns caras realmente colocam suas máquinas para correr como se deve. E, quando isto acontece, o resultado nunca é menos do que épico.

Claro, não é uma visão muito comum. E por isto mesmo é especial — como o vídeo que nos motivou a fazer esta coletânea, estrelado por uma Ferrari F550 GT, versão de competição da 550 Maranello — esta, um GT com motor V12 central-dianteiro produzido entre 1996 e 2001. Ela foi a primeira Ferrari GT com motor na frente desde 1973, quando a 365 GTB foi saiu de linha. E era radicalmente diferente de sua antecessora, a 512M — que nada mais era do que uma Testarossa, lá dos anos 80, reestilizada.

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Em cima, a original de 1984. Embaixo, a última versão, de 1996. Qual é a sua favorita?

Tudo bem, a Testarossa é mesmo um ícone (caramba, olha o que a gente escreveu sobre ela), enquanto a 550 não tem tanto apelo entusiasta/nostálgico. Mas isto não faz dela uma Ferrari menos monstruosa — tanto que, ao longo dos anos, não faltaram preparadoras que a transformaram em carro de corrida, aliviando peso, melhorando a suspensão e dando um tapa no V12 de 5,5 litros que, originalmente, entrega 485 cv a 7.000 rpm e 57,9 mkgf de torque a 5.000 rpm.

Nas mãos do piloto italiano Piero Nappi, esta 550 GT debulha a subida de montanha de Reventino, parte do Campeonato Italiano de Subida de Montanha, realizado entre os dias 4 e 6 de setembro último. Cumprindo os seis quilômetros do trajeto em 6:10,14, Nappi ficou com a 14ª posição no ranking geral. Pode não ser o melhor resultado, mas pode ter certeza que seus ouvidos vão agradecer a seu dedo indicador depois que você der o play.

Meu amigo, que ronco, hein? Mas não acabou: tem mais vídeos vindo por aí!

Vamos começar com o zunido estridente deste Lamborghini Murciélago R-SV, versão de competição feita pela preparadora alemã Reiter Engineering para seguir o regulamento do campeonato FIA GT1.

Seu motor é o mesmo V12 de 6,5 litros de 670 cv a 8.000 rpm e 67,3 mkgf de torque, porém com uma nova ECU da Magneti Marelli, que limita sua potência a 600 cv para cumprir o regulamento da FIA. No entanto, certamente que a restrição foi eliminada para esta subida de montanha. O ronco lembra o de um monoposto da Fórmula 1, sem exagero.

 

E que tal um De Tomaso Pantera, o supercarro italiano feito por um argentino com motor americano? Para vendê-lo nos EUA, concorrendo com o Lamborghini Countach nos anos 70, Alejandro De Tomaso deu ao Pantera o V8 Cleveland de 351 pol³ (5,8 litros) e 330 cv usado no Ford Mustang. A receita foi relativamente bem sucedida, e o Pantera é um dos supercarros “alternativos” mais adorados pelos entusiastas.

Preparado, também é um dos poucos supercarros que costumam ser usados em provas de subida de montanha. Ah, obviamente o Pantera não foi vendido apenas nos EUA — o carro vermelho do vídeo, por exemplo, está participando de um hillclimb na Alemanha.

Este aqui é outro Pantera — desta vez, em um vídeo onboard perfeito para ouvir seu coração de muscle car.

 

Para a molecada que cresceu nos anos 1990, uma da Ferrari mais emblemáticas é a F355, que faz parte da linhagem que hoje é representada pela 488 GTB (aquela que, em essência, é uma 458 Italia turbinada). Feita especialmente para o Ferrari Challenge, categoria monomarca promovida pela companhia na época, a F355 Challenge era praticamente um carro de corrida de fábrica, com gaiola de proteção, alívio de peso (graças à remoção de itens de conforto e acabamentos), freios Brembo iguais aos da F40, bancos e cintos de competição, embreagem reforçada e aparatos aerodinâmicos.

O motor era o mesmo V8 de 3,5 litros do carro de produção, porém equipado com um sistema de escape menos restritivo e ilegal para uso as ruas. A potência era de 380 cv a 8.250 rpm, com torque de 37 mkgf. Nesta subida de montanha na Polônia, filmada em 2010, dá para entender porque seu sistema de escape era proibido…

 

Ainda sobre as Ferrari: neste vídeo gravado em 2012, vemos (e ouvimos) duas Ferrari F430 GT subindo uma montanha na França. O vídeo não especifica qual das versões GT da F430 foram usadas. Se foi a GTC, estamos falando de um V8 com deslocamento reduzido de 4,3 litros para quatro litros, a fim de se adequar ao regulamento da categoria até quatro litros do FIA GT — que também exige um peso mínimo de 1.100 kg.

No entanto, se estivermos diante de um par de Ferrari F430 GT3, o motor continua com os 4,3 litros e 550 cv originais. Por outro lado, por causa do regulamento, a GT3 é mais pesada, com 1.213 kg. De qualquer forma, isto não faz muita diferença na prática: o ronco é bonito de todo jeito.

 

OK, esta é a última Ferrari da lista (elas dominaram mesmo, hein?). E vamos encerrar com chave de ouro: nada menos que um onboard em uma LaFerrari! Com seu conjunto híbrido que inclui um V12 de 6,3 litros e 800 cv, mais um motor elétrico de 163 cv, a LaFerrari dispõe, no total, de 963 cv a 9.000 rpm e 98,8 mkgf a 6.750 rpm, levados para as rodas de trás por uma caixa de dupla embreagem e sete marchas.

Capaz de chegar aos 100 km/h em menos de três segundos, com máxima superior a 350 km/h, a LaFerrari é mais veloz do que a maioria dos carros de competição, e também tem um dos roncos mais viscerais. O que não impediu a Ferrari de desenvolver a FXX K, versão exclusiva de pista ainda mais insana (1.050 cv!) do hipercarro.

 

Representando os alemães, temos aqui o Audi R8 LMS Ultra — outra versão especial criada para o campeonato europeu de GT3 da FIA. O motor é o mesmo V10 de 5,2 litros, com 570 cv. Detalhe: como o regulamento também proíbe sistemas de tração integral, este R8 recebe a força do motor nas rodas traseiras, através de uma caixa sequencial de seis marchas.

Além disso, ele tem radiadores maiores para o motor, o óleo e a transmissão, aerodinâmica retrabalhada, sistema de arrefecimento dos freios otimizados e diversas outras modificações para aguentar corridas de 24 Horas, como Le Mans.

 

O Porsche 911 GT3, ao contrário dos outros supercarros, costuma ser bastante usado para subidas de montanha. O que, tecnicamente, seria uma razão para ele não figurar nesta lista. No entanto, como não incluir um onboard de Jeff Zwart ao volante de um GT3 991 rumo ao topo da montanha mais famosa do automobilismo —  Pikes Peak, no Colorado? Em 2015, Zwart cumpriu os 19,99 km do trajeto em 9:46,243, vencendo a categoria Time Attack. Para nossa alegria, o vídeo foi filmado com diversas câmeras, nos dando uma boa visão de todo o trecho em vários ângulos.