No fim de 2013, a Volkswagen Kombi deixou de ser fabricada e ganhou uma edição limitada, a Kombi Last Edition, com 1.200 unidades numeradas. Também foi lançada uma campanha de “deslançamento”, marcando o fim de 56 anos de vida. Agora, a VW lançou sua última parte: este vídeo, que vai emocionar até mesmo os mais durões. Duvida?
“Vai aí a Kombi”, dizia a peça, antes de ser revelada a série especial. Era a primeira parte da campanha, que foi seguida pelo lançamento de um hotsite onde as pessoas poderiam enviar suas histórias com a Kombi. Em seguida, a marca divulgou um “testamento”, onde a Kombi revelava quais eram seus últimos desejos — a maioria deles, envolvendo pessoas cujas vidas forma afetadas diretamente por ela, e também gente que teve um papel importante na história do utilitário.
Como se as histórias já não fossem emocionantes o bastante, a marca lançou um vídeo como última parte da campanha, revisitando parte da história da Kombi no mundo e no Brasil, e mostrando como foi a entrega das lembranças a todas as pessoas citadas no testamento. É de fazer brotarem lágrimas:
Interpretada pela atriz Maria Alice Vergueiro, a “Velha Senhora” faz um discurso emocionado, lembrando de sua concepção pelo projetista holandês Ben Pon, que a idealizou como um veículo de carga feito sobre a plataforma do Fusca, passando pelas entregas de suas lembranças, até o encontro, na Holanda, com o filho de Ben Pon — “seu irmão”, como ela mesma diz.
Fabricada em São Bernardo do Campo desde 1957 (antes disso, era importada e montada pela Brasmotor), a Kombi só não sobreviveu a 2014 pela entrada em vigor da lei que obriga todo veículo nacional a ser equipado com airbags e freios ABS, cuja adaptação à Kombi foi considerada inviável. Há quem diga que passou da hora, mas isso não importa.
O que importa é que, depois de mais de meio século de serviços prestados, a Kombi, sem dúvida, faz parte da cultura popular mundial. Apesar de ter nascido como utilitário, ela é bem mais do que isso — bem mais que um veículo, até: é uma personagem na vida de muita gente (assim como o Fusca), símbolo da cultura hippie, do Woodstock, da liberdade. Serviu como meio de transporte, como ganha-pão, como hobby. Agora, seu ciclo está selado.