FlatOut!
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Car Culture

Afinal, quanto custa fazer a manutenção dos supercarros como se deve?

Infelizmente, ser dono de um supercarro é privilégio de uma minoria, porque supercarros são caros. Se fossem baratos, todo mundo teria um, ora essa. E não estamos falando só do preço de compra, mas sim do custo de manutenção, que cresce proporcionalmente ao valor do carro. Mas de quanto estamos falando, mesmo?

O pessoal da Road & Track respondeu a pergunta que todo mundo já fez: afinal, manter um supercarro é mesmo assim tão caro? A resposta, bem, a gente já esperava: é, sim. Bem caro.

A revista selecionou alguns superesportivos emblemáticos e um SUV que também não dispensaríamos da nossa garagem e apurou o custo de alguns componentes e reparos específicos. Para o bem e para o mal, os valores ajudam a explicar porque vemos tantos casos de supercarros abandonados pelo mundo — alguns componentes custam o mesmo que um carro usado. Definitivamente — para ter um supercarro, é preciso ter condições de arcar com muito mais do que as centenas de milhares torrados na hora da compra. Duvida?

Ah, e é importante notar que estamos falando de valores nos EUA, que convertemos diretamente — sem impostos ou margens de lucro. Na prática, para alguns componentes ou serviços, não nos surpreenderíamos ao ver estes valores dobrarem ou triplicarem em uma oficina brasileira.

McLaren F1

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O supercarro dos supercarros, o mais rápido do mundo em sua época, uma obra prima de engenharia e design… mas, como todo carro, o McLaren F1 precisa de cuidados. E, se tratando de um dos 106 produzidos no mundo, ele tem um custo de manutenção à altura.

A McLaren estima que o custo anual para manter o carro rodando como se deve seja de US$ 30 mil, ou pouco mais de R$ 66,4 mil — dá para comprar um BMW 13oi usado, com motor de seis cilindros e 265 cv, e ainda sobra troco. Mas o dono de um F1 certamente pode bancar tudo isso — e deixar seu carro por até seis semanas no centro da McLaren em Woking, Reino Unido, onde dois funcionários especializados dedicarão todo o seu trabalho à manutenção de seu xodó.

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Entre os serviços, estão inclusos troca de óleo (US$ 8 mil ou R$ 17,7 mil) para manter o V12 de 6,1 litros e 636 cv lubrificado na medida certa, e pneus (US$ 3.000 cada, ou R$ 6,6 mil). A McLaren sugere que os borrachudos de medidas 235/45R17 na dianteira e 315/45R17 na traseira sejam trocados aos pares. Ah, e o transporte para o Reino Unido é por sua conta.

Ainda assim, é melhor pagar pela manutenção preventiva do seu F1 do que ter que desembolsar US$ 1 milhão pelo conserto caso você sofra um acidente. Não é, Mr. Bean?

 

Ferrari Enzo

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A Enzo foi um dos grandes supercarros que vieram depois do McLaren F1 e, naturalmente, seu custo de manutenção também é bastante elevado. Mas uma Ferrari tem o agravante de, bem, ser uma Ferrari e, nestes casos, um histórico de manutenção comprovado é tão importante quanto a manutenção em si. E não é só o custo para o proprietário: cada concessionária deve ter um elevador especial para a Enzo, que custa, sozinho, US$ 10 mil (R$ 22,1 mil). Sério, só para a Enzo, porque ele não é compatível com a LaFerrari, por exemplo.

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A cada 24 mil km é preciso trocar o óleo e filtros. A cada 48 mil km, é a vez das velas, filtro de combustível e correia dentada — e é preciso tirar o V12 de seis litros e 660 cv do cofre. (Lembrando que no exterior, quase sempre os intervalos entre as trocas de óleo são maiores. Isto se deve a uma série de fatores — por exemplo, qualidade do combustível e a temperatura média do país.)

A troca de óleo é um procedimento relativamente normal — a diferença aqui é o quanto demora para colocar o óleo novo. Primeiro, coloca-se oito quartos de galão de óleo (1 quarto de galão = 0,946 litros) e então liga-se o V12 até esquentar. Então é preciso acelerar o motor até 4.000 rpm por dois minutos, e depois deixá-lo funcionando sozinho por mais dois minutos, e só depois completar o óleo — um quarto de cada vez. A capacidade total é de 12 quartos de galão, ou 11,35 litros.

Não queremos nem imaginar como é a manutenção da LaFerrari.

Mentira, queremos sim!

 

Porsche Carrera GT

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Como a Enzo, o Carrera GT exigiu que as concessionárias Porsche comprassem equipamentos especiais — uma plataforma e um elevador para o motor — que custavam US$ 10 mil e US$ 8 mil, respectivamente, em 2004, quando o carro foi lançado. Contudo, o preço de alguns serviços é ainda mais impressionante. Por exemplo: para substituir os quatro freios do Carrera GT, o custo é de US$ 30 mil (R$ 66,4 mil). Trocar a embreagem de cerâmica custa mais US$ 25 mil (R$ 55,3).

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Por outro lado, a troca do óleo para o V10 de 5,7 litros e 612 cv é mais barata que na F1 — “só” US$ 3.000 (R$ 6,6 mil). De acordo com a apuração da Road & Track, há pelo menos três razões para tal: primeiro, é preciso de um jogo de quatro rampas que custa US$ 1.100 (R$ 2.400) para colocar o carro sobre o elevador. Também é preciso prender o carro ao elevador usando quatro fixadores de alumínio que custam US$ 550 (R$ 1.100). Por fim, os dois filtros de óleo — um reutilizável e um descartável — somam mais US$ 6.800 (R$ 15 mil) à conta.

 

Lamborghini LM002

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O SUV da Lamborghini é um dos carros mais badass que existem, e a única razão pela qual um novo utilitário da marca de Sant’Agata Bolognese faz algum sentido. Ele é grande, quadradão, absurdamente robusto e tem o V12 de 5,2 litros do Countach debaixo do capô (um V12 de 7,2 litros usado em barcos era opcional). Precisamos mesmo falar mais alguma coisa?

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Agora, além da manutenção inerente a um V12 italiano, o LM002 requer um cuidado especial com os pneus. Você não vai querer sair por aí colocando qualquer pneu — é recomendável gastar US$ 5 mil (R$ 11 mil) por cada Pirelli Scorpion ATR Run Flat de medidas 345/60R17. Por sorte, você pode comprar o jogo com um belo desconto: cinco pneus pelo preço de três, ou US$ 15 mil (R$ 33 mil).

[ Via Road & Track. Sugestão do post por Tiago Kfouri ]