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Alguém tentou transformar um Corvette 2013 em um clássico de 1967 e a gente não sabe direito o que pensar

Você certamente já ouviu falar em restomod, especialmente se acompanha a gente: trata-se de um carro antigo que, além de restaurado com capricho, recebe itens de conforto, elementos mecânicos ou componentes estéticos (ou tudo junto) vindos de um carro mais novo. Mas como a gente deve falar quando alguém pega um carro novo e deixa com a cara de um carro antigo? Retromod?

Bem, não importa. O que importa é que de vez em quando alguém faz isto — lembra daqueles Mazda MX-5 Miata com jeito de esportivos italianos clássicos? Pois bem: agora, foi a vez de um Corvette C6, geração vendida entre 2005 e 2013. Em determinado momento de sua vida, ele se transformou em um Corvette 1967. Quer dizer, tentou se transformar…

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Para ser honestos, na verdade não foi o carro quem escolheu ficar assim. A ideia foi do seu suposto único dono, de acordo com o anúncio no eBay: ele comprou o carro novo em 2013, já com a intenção de dar a ele o visual clássico da segunda geração — que, como você talvez já saiba, foi a primeira a ser chamada de Sting Ray e definiu a atual fórmula do Corvette: carroceria cupê ou conversível feita de fibra de vidro e capô longo, traseira curta e um V8 na dianteira.

O carro tem 509 milhas rodadas (cerca de 800 km), portanto é bem novo. E, segundo a descrição, traz “todo o conforto e conveniência de um Corvette C6 com o visual e a presença de seu clássico antecessor… é uma excelente combinação”.

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A gente não duvida da parte que fala sobre conforto e conveniência porque, de fato, o Corvette C6 é um carro bastante moderno, confiável e bom de guiar — especialmente porque, neste caso, trata-se de um pacote especial do Corvette conversível, lançada em 2013 para marcar o fim da sexta geração. Além do visual diferenciado, o principal destaque era o motor V8 de sete litros do Corvette Z06, capaz de entregar 512 cv e 64,9 mkgf de torque — números suficientes para torná-lo o Corvette conversível produzido em série mais potente de todos os tempos até então. Ah, e ele só vinha com câmbio manual de seis marchas, além de decoração exclusiva na carroceria.

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Quanto ao visual, não lamentamos tanto porque o Corvette C6 é um carro bem comum, e porque este pacote especial estava disponível para qualquer Corvette conversível. Mas ainda não conseguimos decidir se as proporções do carro moderno casaram direitinho com o visual do clássico — o capô mais curto e a traseira mais alta dão a impressão de que o carro ficou meio corcunda, mas alguns ângulos definitivamente são melhores que outros.

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Anyway, definitivamente não dá para discutir com a qualidade do serviço em si: o trabalho de conversão já é realizado pela CR Coachworks há anos. A empresa transforma qualquer Corvette C5 ou C6 conversível em um clássico de primeira ou segunda geração, utilizando uma carroceria feita de uma mistura de fibra de vidro e fibra de carbono, feita a partir de um molde original, com proporções adaptadas para o chassi moderno. Eles já converteram dezenas de carros para clientes de todos os cantos dos EUA (é só olhar a galeria de carros de clientes no site) e, aparentemente, fazem bastante sucesso.

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A companhia diz que o carro precisa, obrigatoriamente, ser um conversível, e que as únicas alterações são a nova carroceria e o interior, que pode ser customizado com novos revestimentos e itens de acabamento, porém continua moderno. A mecânica é mantida exatamente igual, pois a CRC não é uma preparadora.

Eles também não vendem peças de carroceria para que se possa realizar a conversão em casa ou montar um carro do zero: a única maneira de descolar um Corvette moderno com visual antigo feito por eles é levar seu carro para que seja realizada a conversão, ou comprar um carro que já tenha sido convertido, como este aqui.

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A gente realmente curtiu alguns detalhes, como a dianteira com faróis escamoteáveis, a traseira muito bem reproduzida, o espaço para a bagagem e até o interior monocromático azul, que não parece tão deslocado como poderia. O que realmente nos incomoda são as proporções, mas temos a impressão de que dá para aprender a conviver com isto.

O anunciante quer US$ 199.990 por ele — o que dá pouco menos de R$ 630 mil em conversão direta. Sabendo que um Corvette 1967 original impecável costuma custar pouco mais de US$ 100 mil  (R$ 350 mil), você encararia este “retromod”?