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Zero a 300

Apple CarPlay Ultra da Aston Martin | Nissan Micra de motor central | Lotus volta à combustão interna e mais!

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O novo Apple CarPlay Ultra da Aston Martin

Já dissemos várias vezes: o automóvel moderno pode ter muitos defeitos, mas se tem uma coisa sensacional é a tela central que espelha celular sem fio, e com isso integra comando por voz, telefone, navegação GPS, e uma biblioteca com todas as músicas e podcasts do mundo via serviços de streaming. Ficção científica não imaginou algo assim!

Agora, a nova versão completa do CarPlay da Apple está sendo apresentada. A Aston Martin começará a oferecer o CarPlay Ultra, que exporta a experiência Apple para todas as telas do veículo, incluindo o painel de instrumentos.

Todos os carros da marca já estão com ele desde já: DBX, Vantage, DB12 e Vanquish. Sim, o CarPlay Ultra é equipamento de série neles desde já. Os carros existentes com o sistema de infoentretenimento de última geração da Aston Martin — lançado no DB12 2024 — receberão o serviço nas “próximas semanas” por meio da rede de concessionárias da empresa.

A Aston disse que trabalhou em estreita colaboração com a Apple para criar um sistema “consistente com a filosofia de design exclusiva da marca e que permanece instantaneamente reconhecível como Aston Martin”.

Há várias opções de design para o painel, que se integram a mapas e mídia em tela cheia no painel de instrumentos. Os motoristas também podem selecionar vários temas, cores e papéis de parede do painel, além de personalizar totalmente a tela. O Ultra permite também que os proprietários coloquem widgets da Apple em qualquer tela e fornece acesso ao gerenciamento de funções do veículo, como rádio e climatização.

Sem desespero, porém: existem ainda controles físicos redundantes para operações vitais como ar-condicionado, seleção de marchas, escapamento, chassi e muito mais. Você pode usar a tela sensível ao toque, os controles físicos ou a Siri para controlar isso tudo.

A Apple anunciou inicialmente o CarPlay Ultra em 2022, seguido por um teaser dois anos depois, que prometia que o sistema chegaria em 2024. É possível que a empresa estivesse ocupada ajudando a dar os retoques finais na versão “totalmente personalizada” do Ultra da Aston Martin. De qualquer forma, agora está aqui.

Vai se tornar padrão? Vamos ter que esperar para ver. Os fabricantes de automóveis tradicionalmente não gostam de ficar presos a um fornecedor só detentor de tecnologia e projeto. Provavelmente desenvolverão sistemas seus compatíveis com a Apple. GM e Porsche, sabemos, estão desenvolvendo sistemas próprios. Veremos! (MAO)

 

Nissan faz restomod de carro-conceito!

A Nissan anda com problemas financeiros sérios, já sabemos. Talvez por isso, resolveu não mostrar um conceito novo, mas modernizar um antigo, agora. Era só o que faltava mesmo: um carro-conceito-restomod! Mas de qualquer forma, o resultado é sensacional.

O carro-conceito em questão é o Micra 350SR. Era baseado num Micra K12 de 2002, mas tal e qual o Renault Clio V6 contemporâneo, tinha um V6 aspirado onde antes estava o banco traseiro, e tração traseira. A Nissan formou aliança estratégica com a Renault em 1999, então não era exatamente uma imitação barata; mais como um espelho-tradutor para japonês do Clio V6, uma piscadela para a nova aliança.

O Micra 350SR original foi construído pelo RML Group, a mesma equipe de corrida responsável pelo sucesso da Nissan em carros de turismo na década de 1990. O motor V6 de 3,5 litros vinha do Murano, completo com transeixo transversal manual. Os cabeçotes eram os do 250Z, e comandos da Nismo, para chegar aos 300 cv.

O que mudou desde então? Agora o carro recebeu o tratamento retomod, ora bolas. Novos faróis de LED arredondados que devem vir no futuro Micra EV, uma pintura prata e azul com a iconografia “=III 23” da Nissan e rodas RAYS de 18 polegadas renovadas. O interior vem com bancos e cintos modernos, e uma tela de 9 polegadas compatível com Apple CarPlay e Android Auto.

No mais, é o mesmo V-6 aspirado, e todo resto que veio com ele, intocados. O carro pesa 1.225 kg; o V6 aspirado de 300 cv certamente é um balde de diversão cheinho até a borda, afinal de contas. Para mostrar que ainda está viva de verdade, uma dica: uma série limitada de 100 deles, que tal, Nissan? (MAO)

 

Ineos e Porsche com problemas relacionados à eletrificação

O CEO da Ineos, Lynn Calder, está falando alto para quem quiser ouvir que a sua empresa  quer dar aos clientes uma escolha, e não oferecer apenas veículos elétricos, como decreto europeu manda ser no futuro. Ele diz que a indústria deve ouvir a demanda dos clientes e não políticas de cima para baixo que imponham a eletrificação completa. Vocaliza o que muitos sempre pensaram, mas nunca disseram em voz alta.

Como a Ineos salvou a história do Land Rover. Literalmente.

Ela disse ao Top Gear que os híbridos são populares, mas “a política está definindo o que as pessoas devem comprar, e as pessoas não querem isso”, embora acredite que a eletrificação “sempre terá seu lugar”. Essas políticas são significativamente mais rigorosas para operações automotivas menores como a Ineos.

Ineos Fusilier, com o fundador da empresa, Sir Jim Ratcliffe

A empresa, claro, está desenvolvendo elétrico: tem que fazê-lo, seguindo as regras atuais. É o Ineos Fusilier, um veículo elétrico com opção de range-extender a gasolina. Mas o projeto está atualmente pausado, de acordo com Calder.

E quem atacou com força e mergulhou de cabeça no futuro eletrificado parece estar com problemas, também. A Porsche, que hoje enfrenta queda nas vendas e forte concorrência de veículos elétricos na China, parece que está atrasando a chegada de uma nova onda de produtos elétricos, incluindo os substitutos elétricos do 718 Boxster e Cayman e um esperado SUV de sete lugares.

De acordo com uma nova reportagem da Automotive News, a culpa é da estratégia de eletrificação excessivamente agressiva e inflexível da empresa. A reportagem cita Fabio Hölscher, analista da Warburg Research, que afirma que a meta da Porsche de atingir 80% dos veículos elétricos em todo o mundo até 2030 está no cerne dos seus problemas.

Isso porque, segundo e analista, como a adoção de veículos elétricos a bateria está atrasada, a Porsche agora precisa desenvolver modelos de combustão adicionais, além de lidar com os atrasos dispendiosos na aceleração dos veículos elétricos a bateria.

A antes incrivelmente lucrativa e pujante Porsche cortou 1.900 empregos no seu centro de pesquisa de Weissach e em suas instalações na Alemanha em fevereiro, citando como o motivo um “atraso na aceleração da eletromobilidade”. Agora, suas metas de receita de vendas para 2025 foram reduzidas em cerca de € 2 bilhões e mais 8.000 empregos estão em risco, de acordo com a publicação alemã Automobilwoche.

A concorrência de empresas novas, principalmente chinesas, nos elétricos, também é um problema para a Europa. Que se não tomar cuidado, por sua própria vontade expressa em legislação, pode acabar com uma de suas maiores indústrias: a do automóvel. (MAO)

 

Dodge descontinua versão R/T do Charger Daytona elétrico

Já se pode afirmar que um dos maiores fracassos da eletrificação recente é o novo Dodge Charger Daytona elétrico. A Dodge está em uma situação delicada com ele: estão mofando nas concessionárias, forçando grandes descontos. Ninguém os quer, aparentemente, por mais potente e bonito que seja. Existem carros sendo oferecidos online por metade do preço de tabela.

Agora, vem a informação que a versão de entrada do carro, a R/T, será descontinuada para 2026. Dada a péssima recepção, a Dodge vai descontinuá-lo completamente.

A empresa disse ao site Carscoops: “A plataforma STLA Large, flexível e multienergética, do Charger nos permite focar no desempenho do Charger Daytona Scat Pack como o muscle car mais rápido e potente do mundo, adicionar o novo modelo de quatro portas ao portfólio do Charger para o ano-modelo 2026 e focar nos novos modelos Charger SIXPACK, que serão lançados no segundo semestre do ano.” O SIXPACK é a versão a gasolina, com o seis em linha turbo de 3 litros.

O Charger Daytona Scat Pack por enquanto sobreviverá, com seu sistema de tração integral com motor duplo, 639 cv e 117 mkgf de torque. O R/T tinha 462 cv e 75,6 mkgf. O Charger Daytona Scat Pack 2025 começa em US$ 68.195 na tabela. (MAO)

 

Ram atrasa lançamento de picapes elétricas

Ram Rev

Da Stellantis americana vem também a notícia que a Ram vai atrasar, de novo, seus planos de picapes 100% elétricas. A empresa revelou seus planos de eletrificar sua linha de picapes 1500 em 2023, mas nem o Ramcharger com range-extender nem a REV totalmente elétrica chegaram ao mercado até o momento. E, de acordo com uma reportagem do Crain’s Detroit Business, vai atrasar ainda mais.

A reportagem afirma que ambos os atrasos foram revelados aos fornecedores em um memorando enviado esta semana. Esse documento sugere que o Ramcharger está agora a caminho de chegar no primeiro trimestre de 2026, em vez do final deste ano. A Ram REV totalmente elétrica, por sua vez, teria sido adiada para o meio de 2027.

O adiamento significaria que a Ram REV estaria à venda mais de quatro anos após seu lançamento, durante um anúncio no Super Bowl de 2023. A Ramcharger, mais exclusiva, chegaria às concessionárias dois anos e meio após seu lançamento em novembro de 2023. Originalmente, a previsão era de que ambas as caminhonetes já estivessem nas ruas.

Embora os detalhes específicos relatados pelo Crain’s Detroit Business não tenham sido anunciados formalmente, a marca reconheceu o atraso em um comunicado à Car and Driver. Nessa declaração, a Ram diz que “estenderá o período de validação de qualidade” para o Ramcharger enquanto “continua a reavaliar sua estratégia de produto na América do Norte para alinhá-la com nossa vantagem competitiva com o Range Extended Ram e em vista da desaceleração da demanda do consumidor por picapes BEV de meia tonelada”. (MAO)

 

Lotus volta aos motores à combustão interna: o motivo

Em outubro de 2023, a Lotus avisou seus potenciais investidores: “Se o mercado de veículos elétricos de luxo não se desenvolver como esperamos… nossos negócios, perspectivas, situação financeira e resultados operacionais serão afetados.”

Bem, o risco se materializou de forma alarmante. Mesmo na China, as vendas de carros elétricos de luxo caíram 50% em 2024, admitiu o CEO da Lotus, Feng Qingfeng, aos investidores na teleconferência de resultados do terceiro trimestre da empresa. E a Lotus, que esperava crescer com o sedã Emeya e o SUV Eletre, ambos 100% elétricos e fabricados na China, está agora com sérios problemas.

Lotus Emeya

A marca anunciou em novembro que abandonaria seu plano de se tornar totalmente elétrico até 2028 e, em vez disso, lançaria modelos “Hyper Hybrid” a partir de 2026, que adicionariam um motor de combustão turboalimentado como range extender. O Hyper Hybrid é a resposta, espera a Lotus. Os EREVs, ou veículos elétricos de autonomia estendida, tornaram-se um grande negócio no segmento premium do mercado chinês. Os SUVs da Li Auto, com suas baterias potentes acopladas a um motor reserva de 1,5 litro, conquistaram a fatia de mercado da BMW, Mercedes e JLR naquele país, aparentemente, por exemplo.

Lotus Eletre

A Lotus, como muitas outras empresas, está tendo que reduzir a produção, tanto em sua fábrica em Wuhan, na China, quanto em Hethel, já que opera com estoque não vendido. A empresa teve que demitir 200 funcionários em sua fábrica de carros esportivos em Norfolk devido à demanda enfraquecida pelo Emira com motor a combustão, que representou pouco menos da metade das vendas nos primeiros nove meses de 2024. Enquanto isso, os primeiros hipercarros elétricos Evija, de £ 2 milhões, serão entregues no segundo trimestre de 2025, seis anos após o lançamento do carro.

O mundo mudou imensamente desde que a Geely comprou 51% da Lotus da Proton, da Malásia, em 2017. A empresa tentou reinventar totalmente a empresa como luxo 100% elétrico, meio como se tenta agora com a Jaguar. Mas um abandono dos veículos elétricos entre os super-ricos, após um entusiasmo inicial, deixou a Lotus com pouca escolha a não ser se reinventar novamente. E essa reinvenção parece ser, olha veja só: a adição do motor à combustão interna. Andar em círculos feito barata tonta parece ser inevitável hoje em dia. A vida dos capitães dessa indústria pode ser bem paga, mas fácil não é, nestes tempos estranhos. (MAO)