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Os clássicos com maior potencial de valorização segundo a Hagerty

A Hagerty divulgou sua Bull Market List de 2026 — a seleção anual que aponta os carros clássicos com maior chance de valorização no curto prazo. Como é uma empresa especializada em seguros para clássicos, especializada em avaliação e na cultura antigomobilista, a lista é mais um retrato do que está ganhando atenção real entre colecionadores, e não tanto uma análise especulativa. A lista deste ano, mostra algo que já notamos há algum tempo: os modelos desejados pela geração que cresceu nos anos 1990 e 2000 começam a dividir espaço com ícones mais antigos.

Entre os modelos mais óbvios estão o Dodge Charger de 1968 a 1970, que já é valorizado mas tende a subir ainda mais com seu culto renovado pela geração “Velozes de Furiosos”, e Porsche Carrera GT, que também era caro e continua subindo por que, afinal, a Porsche não faz mais um supercarro manual e “analógico” como ele. E, sejamos sinceros: você ficaria com o 918 Spyder ou com o Carrera GT?

Depois temos dois representantes de uma tendência que antecipamos há, pelo menos, cinco anos: os utilitários dos anos 1980 e 1990. A lista inclui a picape Chevrolet 454 SS — uma versão big block da Silverado que tivemos por aqui — e o Dodge Ramcharger, um rival do Bronco e da Blazer K5 nos anos 1980 que andava meio esquecido, mas agora é “cool”.
Em seguida há dois modelos mundanos dos anos 1990, que começam a valorizar pelo esgotamento de variações mais desejadas: o Mazda MX-5 NB e o Golf GTI VR6 MK3 O Mazda NB nunca foi dos mais desejados por seu visual não muito harmônico — que foi praticamente adaptado para a proibição dos faróis escamoteáveis. Com a valorização da primeira geração, NA, é natural que o mercado olhe para o modelo menos desejado e, por isso, mais barato — algo que, ironicamente, acaba elevando seu preço.

Já o Golf é simples de entender: o GTI original já vale uma boa grana, assim como seu sucessor da segunda geração. Chegou a hora da terceira geração “pegar preço” — ao menos lá fora. Aqui no Brasil o GTI VR6 sempre foi valorizado por sua raridade, tanto o de terceira quanto o modelo de quarta geração — mesmo que eles não tenham desempenho superior aos modelos 2.0 16v (Mk3 europeu-americano) e 1.8T (Mk4). Mesmo já valorizado, é muito provável que a valorização do VR6 Mk3 nos EUA acabe puxando o preço do modelo no Brasil — especialmente por que os americanos já podem importá-lo.

Dois carros que mal envelheceram, mas já entraram na lista, são o Corvette Z06 C6 e o BMW M5 E60. O motivo é evidente: não se faz mais carros como eles, com motores grandes, comportamento visceral e zero imposição sobre a experiência do piloto. Espere ver os preços da dupla subir por aqui também.
Uma inclusão curiosa: o Alfa Romeo GTV. É um carro que valorizou no Brasil antes mesmo dos EUA — especialmente depois da pandemia, os preços destes Tipo 105 subiram significativamente. Lá fora, contudo, ele ainda é uma aposta que, se concretizada, deve valorizá-lo no Brasil também.
Por último, temos o Nissan Skyline GT-R R33, que também deve começar a ser procurado por causa da valorização das demais gerações e das demais alternativas japonesas, e o Lincoln Continental Mark II — um modelo de luxo americano com inovações tecnológicas que, por muito tempo, passou batido pelos colecionadores desta época, mas parece ter sido redescoberto.
Governo lança aplicativo CNH do Brasil já com as novas regras para habilitação

O governo federal oficializou nesta terça-feira (9) a mudança no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Com a publicação em edição extra do Diário Oficial da União, deixam de existir as aulas obrigatórias em autoescolas, o conteúdo teórico passa a ser oferecido gratuitamente no novo aplicativo CNH do Brasil, também lançado nesta terça, e a carga mínima de prática cai de vinte para duas horas. O pacote foi aprovado pelo Contran no início do mês e apresentado no Palácio do Planalto, junto ao lançamento do aplicativo que substitui a atual Carteira Digital de Trânsito.
Com as novas regras, o aluno estuda a parte teórica no próprio aplicativo, recebe o certificado digital e só precisa comparecer ao Detran para biometria, foto, exame médico e avaliação psicológica. A prova teórica continua presencial. A prática passa a ser totalmente flexível: o candidato pode usar seu próprio carro, contratar um instrutor autônomo credenciado pelo Detran ou, se preferir, seguir com a autoescola. Quem reprovar no primeiro exame terá direito a uma segunda tentativa gratuita, e o processo deixa de ter validade de um ano, como ocorria até agora.
Outra mudança é a criação da renovação automática e gratuita para motoristas considerados “bons condutores”. Quem completar o ano anterior sem registrar pontos na CNH terá direito ao benefício e ao selo correspondente, mantendo os mesmos prazos de validade do documento, porém sem necessidade de nova ida ao Detran.
As provas teóricas e práticas também serão unificadas, sendo iguais para todo o Brasil e, assim, eliminando as diferenças entre os Detrans. Até mesmo a contratação do instrutor e a realização das aulas práticas serão integradas no sistema: o instrutor autônomo registra as aulas no sistema, o aluno recebe o certificado digital de aptidão para a prova prática e, uma vez aprovado, a CNH digital é emitida automaticamente.
CEO da Ford diz que “Europa está vendendo seu futuro aos chineses”

Jim Farley, CEO da Ford, é o mais novo integrante do movimento contrário à eletrificação forçada na Europa. Segundo o americano, se a União Europeia não ajustar suas metas de veículos elétricos e regras de emissões, o continente corre o risco de ver sua indústria automobilística engolida pelas fabricantes chinesas. Em um artigo no Financial Times, Farley criticou os regulamentos “irrealistas” da União Europeia, que mudam constantemente e criam uma instabilidade que custa bilhões às empresas em desenvolvimento de produtos, engenharia e cadeias de suprimentos.
Farley lembra que a participação dos elétricos na Europa está estagnada em cerca de 16%, bem abaixo da meta de 25% prevista para 2025. Para ele, o problema é a desconexão entre regras rígidas e demanda real do consumidor. “Exigir a fabricação e esperar que o público compre não irá funcionar”, escreveu. Ele defende um plano de dez anos, com metas realistas, permitindo que híbridos continuem a venda enquanto a infraestrutura elétrica amadurece.
O executivo também aponta que as fabricantes europeias já investiram centenas de bilhões na eletrificação, mas precisam de incentivos sérios e expansão da infraestrutura de recarga que vá além das grandes cidades. Sem isso, o caminho estaria aberto para que marcas chinesas, com forte domínio em baterias e grande capacidade de produção, conquistassem rapidamente o mercado europeu. No último ano, a presença dessas marcas quase dobrou na região.
Farley destaca que a produção de veículos na UE está cerca de três milhões de unidades abaixo do nível pré-pandemia, com fábricas parando e 90.000 empregos a menos apenas em 2024. Ele alerta que essa combinação de carros chineses subsidiados e regulamentação rígida que multa a indústria local pode acelerar o declínio das marcas europeias. “Não pedimos resgate nem proteção a ineficiências. Mas se a Europa quiser evitar se tornar um museu do século 20, precisa de uma correção urgente e de um plano de longo prazo”, concluiu Farley.
GR GT não será limitado como o Lexus LFA original

Mais um dia, mais uma notícia sobre o GR GT. Desta vez, a Toyota fez questão de deixar claro que o GR GT não será escasso como foi o Lexus LFA original. Durante a apresentação do modelo, o gerente de projeto Takashi Doi confirmou que o novo esportivo não terá produção limitada — e que isso foi uma decisão do próprio Akio Toyoda, que nunca engoliu o fato de o LFA ter ficado restrito a 500 unidades, transformando-o em objeto de culto distante até para fãs da marca.
Segundo Doi, o LFA era “inacessível para muita gente”, o que ia contra a filosofia que Toyoda adota em sua gestão — a de que seus carros devem ser divertidos de dirigir e devem ser dirigidos, acima de tudo. Para isso, ele precisa existir em quantidade suficiente para não ser guardado em coleções privadas.

O preço continua em segredo, mas a Toyota já deixou escapar o alvo: algo em torno de US$ 225.000 bem abaixo dos US$ 375.000 cobrados pelo LFA na época — ou seja: cerca de R$ 2.500.000 no Brasil. Claro que a diferença de preço também tem relação com a tecnologia adotada: enquanto o LFA usava monocoque de fibra de carbono e um V10 exclusivo desenvolvido por quase 10 anos, o GR GT tem um monobloco de alumínio, com fibra de carbono aplicada apenas em alguns painéis. É um receita que facilita escala e reduz custos — e que pode ser produzida em mais fábricas da Toyota.
A chegada está prevista para 2027, com vendas passando por concessionárias Lexus selecionadas nos EUA. A Toyota não fala em volumes, mas o recado é claro: o GR GT não será uma “garage queen” como o LFA. A ideia é colocar o carro nas ruas, nas pistas e nas mãos de gente que realmente quer usá-lo — exatamente o oposto do que aconteceu com o LFA.
O novo Argo/Panda e os próximos lançamentos da Stellantis no Brasil

A Stellantis planeja lançar nada menos que dezesseis modelos ao longo do próximo ano — considerando reestilizações, novas motorizações e dois modelos inéditos. Os dois estreantes já foram anunciados há algum tempo: o Jeep Avenger e o novo Fiat Argo, derivado do Grande Panda europeu — que também marcam a estreia industrial da plataforma CMP em duas fábricas diferentes do grupo.
O Avenger será o primeiro Jeep produzido sobre essa base em Porto Real/RJ, dividindo linha com C3, Aircross e Basalt. Ele será o SUV de entrada da marca, posicionado abaixo do Renegade, com foco em eficiência e custo de operação. Por isso, toda a gama usará apenas o conjunto T200 Hybrid com sistema de 12 volts, câmbio CVT e potência de 130 cv com etanol (125 cv com gasolina) e torque de 20,4 kgfm independentemente do combustível. O objetivo é aproveitar benefícios fiscais estaduais, escapar do rodízio em São Paulo e entregar números de consumo mais amigáveis.

O Avenger chegará nas versões Altitude, Longitude, 85 anos e Sahara. Medirá 4,08 m de comprimento e 1,53 m de altura, com entre-eixos de 2,56 m e porta-malas de 380 litros — dimensões típicas de um subcompacto aventureiro. O lançamento está previsto para o primeiro semestre.
A outra grande estreia é o novo Fiat Argo, que usa a mesma plataforma CMP, mas será feito em Betim/MG. A Fiat não disse nada, por enquanto, mas o modelo será, na prática, o Grande Panda europeu. Ele chegará em julho de 2026 como o primeiro Fiat global produzido no país e como principal atração da celebração pelos 50 anos da marca no Brasil.

Com 3,99 m de comprimento e entre-eixos de 2,54 m, o novo Argo terá propostas bem diferentes de motorização. As versões de entrada usarão o conhecido 1.0 Firefly, enquanto as mais caras terão o conjunto T200 Hybrid, o mesmo já aplicado no Peugeot 208 e no 2008 GT híbrido, com 130 cv e 20,4 kgfm. Haverá versões com seis airbags de série, embora as variantes 1.0 possam manter apenas quatro bolsas. O porta-malas terá 412 litros, número competitivo entre os compactos.
O lançamento também abre caminho para uma nova família de produtos desenvolvidos sobre a mesma arquitetura. Segundo o camarada Marlos Ney Vidal, do Autos Segredos, a fábrica da Fiat em Betim já tem confirmados um SUV de sete lugares previsto para 2027 e identificado internamente como F2U, derivado do Citroën Aircross; a segunda geração do Fastback, programada para 2028 e migrando para a plataforma Smart Car; e a nova Strada, que chega em 2029 com terceira geração, plataforma CMP e motorizações híbridas de 12 volts.


