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Aston Martin Valkyrie LM: carro de Le Mans que você pode comprar
A esta altura, você já sabe que a Porsche mostrou com muita fanfarra o seu novo bólido para Le Mans convertido para as ruas, o 963 RSP, pintado no mesmo prata do 917 de rua do passado, na sexta-feira passada. Pois bem, a Aston Martin resolveu anunciar também sua versão disso: o Valkyrie LM. Mas no caso da Aston, é um carro somente para pista, que será oferecido à venda em 10 unidades.
Se você se perguntou: “pera aí, mas e o Valkyrie AMR Pro? Não era exatamente isso?” a resposta é que aparentemente não; este é ainda mais radical. Assim como o carro de corrida de Le Mans, o LM parece praticamente idêntico, com a mesma carroceria aerodinâmica radical. A Aston Martin não divulgou dados de downforce, mas afirma que o LM consegue gerar 3,5g de força lateral e 2,5g em frenagens bruscas. Barrabás!
Assim como o carro de corrida, o Valkyrie LM mantém o motor V12 Cosworth de 6,5 litros naturalmente aspirado. Curiosamente, apesar de o LM não estar sujeito a regulamentações de corrida, esse motor foi limitado a 700 cv, enquanto o Valkyrie de rua gera 1.000 cv apenas com o mesmo V12. Nenhum dado de aceleração foi confirmado, embora a Aston Martin diga que o LM pode atingir 338 km/h. O LM pesa apenas 1.030 kg. O motor é acoplado a uma transmissão de sete velocidades que aciona as rodas traseiras.
A Aston Martin eliminou os sistemas eletrônicos e removeu os lastros pedidos para as competições como Le Mans. O carro é um monoposto, com banco de fibra de carbono e volante-manche-painel como o de um F1 moderno.
Há também um tanque de combustível maior e a mesma suspensão dianteira e traseira de braços duplos triangulares do carro de corrida foi mantida. Vem com pneus slick Pirelli personalizados e terá os mesmos freios de carbono do carro de corrida. Essencialmente o mesmo carro que corre em Le Mans.
Se você quer ser o mais rápido em qualquer track-day, esta é a resposta. Bem, ou quase: talvez em pistas truncadas você poderá ser humilhado por coisas muito menos radicais. Como um Radical. E pensando bem, mesmo em pistas rápidas, um bom piloto num 911 GT2 bem-preparado pode dar trabalho ao milionário de Aston sem tanta experiência em pista. Na verdade, melhor surpreender em carro lerdo, que chegar com algo assim e deixar a desejar, seria uma política talvez melhor. Afinal de contas, se você corre de Chevette, qualquer coisa que você fizer é admirada; num Aston Martin Valkyrie LM, só o melhor tempo por uma margem enorme é tolerado, e mesmo assim, foi o carro e não você. Hashtag fica a dica.
Para melhorar essas chances, os proprietários terão uma experiência especial para se familiarizarem com o Valkyrie LM e obterem uma licença de corrida. Sessões dedicadas à pista serão realizadas em Silverstone e, no final do próximo ano, os proprietários também poderão pilotar em outras pistas de F1. Na verdade, devem participar de corridas entre eles, em eventos exclusivos, sem risco de humilhação. Os primeiros carros serão entregues em 2026. Não há informações oficiais sobre o preço do Valkyrie LM, mas se comenta algo em torno de cinco milhões de dólares. (MAO)
Ram volta para a NASCAR
Depois do fim do reinado de Tavares, e a volta triunfal do antes exilado Tim Kuniskis, as coisas estão voltando ao normal na empresa antes conhecida como Chrysler Corporation, hoje braço americano do mega-conglomerado mundial Stellantis. Começando pela Ram, claro, onde Kuniskis é o chefe.

Em seguida ao anúncio de que o V8 de 5,7 litros Hemi volta para as picapes 1500 em 2026, chega este outro anúncio legal: a marca quer retornar à NASCAR já em fevereiro de 2026. O plano foi revelado junto com uma nova Ram 1500 de corrida protótipo, que antecipa o que poderemos ver competindo em Daytona no início do próximo ano na Craftsman Truck Series, se tudo correr conforme o planejado.
O carro, efetivamente um carro-conceito, faz parte do plano da Ram de anunciar 25 produtos em 18 meses. Usa elementos de estilo das versões Warlock, Rebel e RHO, as versões mais esportivas da Ram 1500. Os designers da Ram conseguiram recriar a cara familiar do 1500, apesar da necessidade de eficiência aerodinâmica. A pintura tem duas cores, preta e vermelha, e a iconografia clássica da Mopar Direct Connection.
Traz também, claro, algo que eles estão muito orgulhosos, mas não traduz bem fora dos EUA: o novo badge “Symbol of Protest”. O logotipo é na verdade um V8 com chifres. Ein? Sim, você ouviu direito. Podia explicar que “Ram” significa literalmente um bode macho chifrudo, e o símbolo novo portanto significa Ram V8, mas vale dizer que chifres não tem o mesmo significado aqui que lá. Super-chifre V8 pode parecer estranho, mas é para nós, brasileiros, só.
Mas enfim: a marca agora deseja voltar a significar o que sempre significou. Além do retorno à NASCAR e o retorno do Hemi veio com uma campanha chamada “Ram-Demption”, que apresenta a picape Hemi 2026 com explosões e um monster truck. Americanismo sem pudor, o que alinha perfeitamente com o que se espera. Muito bom: goste ou não, essas diferenças é que fazem o ecossistema automotivo interessante. Quem quer uma sofisticada Ram europeia que toma café expresso usando cachecol? (MAO)
Harley-Davidson Gray Ghost no Brasil
O leitor do FlatOut já conhece a Harley-Davidson Fat Boy Gray Ghost: criada para comemorar 35 anos da famosa Fat Boy criada por Willie G. Davidson e lançada em 1990, a moto que é creditada por desencadear a era de maior sucesso da marca.
A Gray Ghost é então uma edição especial comemorativa, e limitada a 1990 unidades. A moto parece toda cromada. A Harley-Davidson chama o acabamento de “Reflection”, um acabamento espelhado que foi criado usando um processo de deposição física de vapor (PVD), que a Harley-Davidson já utilizou em peças menores, como emblemas do tanque e protetores de escapamento. O tanque de combustível e os para-lamas da Gray Ghost são os maiores itens que a Harley-Davidson já pintou usando esse processo. O resultado é uma aparência cromada que, segundo a Harley-Davidson, é mais abrangente do que a cromagem tradicional e mais resistente à corrosão.
A Gray Ghost é equipada com a versão do Milwaukee-Eight 117: um tradicional V-Twin a 45° arrefecido à ar e OHV, aqui com 1923 cm³, os 117 cid do nome. Nesta moto, o motor apresenta acabamento amarelo, combinando com os detalhes da Fat Boy protótipo original de 1988. Ao contrário da Fat Boy normal de 2025, a Gray Ghost vem com um filtro de ar circular, imitando o design de 1990, e por isso perde 3 cv, para um total aqui de 101 cv a 4.800 rpm e 16,9 mkgf a 3.000 rpm.
Pois bem. A novidade aqui é que agora sabemos que ela virá, sim, ao Brasil. A marca anunciou que estará trazendo apenas 18 unidades para cá, das 1990 que serão distribuídas mundo afora. O preço nem é tão diferente do que se tem nos EUA (US$ 25.399, ou R$ 141.500 hoje), aos R$ 154.990. Uma rara oportunidade de se ter esse sensacional e cromado pedaço da história da Harley, sem pagar lá muito mais que os americanos. (MAO)
Alfa Romeo anuncia novidades em 10 de junho
Com as palavras “Passion flows strong” (A paixão corre forte), dentro de um triângulo vermelho, a Alfa Romeo anuncia um evento no próximo dia 10 de junho de 2025. Não há mais nenhum detalhe, ou pista do que será anunciado.
O triângulo é uma boa pista; há duas possibilidade aqui. O tradicional Quadrifoglio, o trevo de quatro folhas da sorte famoso em competições e versões mais quentes dos carros de rua, sempre está dentro de um triângulo. Mas já temos versões Quadrifoglio dos carros atuais né?
Outra possibilidade: a volta da Autodelta, cujo símbolo também é delimitado por um triângulo. Para quem não lembra, a Autodelta SpA foi fundada independente em 1961 como Auto-Delta por Carlo Chiti e Lodovico Chizzola, ex-engenheiros da Alfa Romeo e da Ferrari, e a empresa foi oficialmente transformada em um departamento da Alfa Romeo em 5 de março de 1963 pelo então presidente da Alfa Romeo, Giuseppe Luraghi. Tornou-se oficialmente Autodelta SpA.
Mas muito provavelmente, o evento deve se concentrar em mostrar os planos futuros da marca. Agora, com o novo CEO Antonio Filosa (que já estava trabalhando na função antes do anúncio oficial), a marca deve ganhar foco. Filosa, afinal de contas, era aprendiz de Marchionne, o criador da Giulia moderna e o mais recente renascimento da Alfa Romeo. Esperamos que tenha um plano interessante; a marca precisa, se quer sobreviver á esses tampos estranhos de singularidade SUV.
A única dica disso é um comunicado da Stellantis italiana pouca semanas atrás: ”A Stellantis informa que está trabalhando em uma atualização do plano dedicado à Itália. O plano prevê uma ampliação e uma reestruturação das atividades no país, à luz das atuais condições de mercado, das incertezas regulatórias na União Europeia e do impacto das tarifas. Um diálogo construtivo está em andamento nos fóruns apropriados.”
Renascimento da Alfa Romeo. Não podemos deixar de notar que a marca talvez tenha mais renascimentos que a mítica Fênix. Ainda tenho aqui na estante uma revista Car inglesa de julho de 1987 que na capa estampa: Alfa Romeo is Back! O retorno ali era as novas 75 Twin-Spark 2.0, e V6 três-litros. Dois segundos depois a Fiat compraria a empresa, e faria seu próprio renascimento substituindo esses carros pelo 155 de tração dianteira. E incontáveis vezes desde então, a “Alfa Romeo está de volta!”
Mas claro: é uma marca que mostra que não somente o empresarial é importante para algumas coisas. Não morreu ainda porque gente continua tentando colocar ela para um mundo que cada vez mais não a merece, e não a quer. Isso nunca aconteceria com fabricantes menores. A marca ainda significa algo importante, e por isso, a revelia de todos os sinais empresariais de que não há futuro para ela, um novo futuro continua sendo tentado regularmente. E sinceramente esperamos que, desta vez, funcione.
Mas se não funcionar, algo nos diz que não será a última vez que a “Alfa Romeo está de volta”. (MAO)