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Project Cars Project Cars #55

Automodelismo no Project Cars: o Kyosho FW06 de Maycon Tavares

Fala galera! Meu nome é Maycon Tavares, sou de Cajamar (SP) e trabalho como analista desenvolvedor de sistemas e webdesigner. Como todos da comunidade FlatOut, também sou apaixonado por carros, mas tenho um hobby não muito difundido, ao menos entre os entusiastas que conheço: o automodelismo. Dedico quase todo meu tempo livre ao meu Kyosho FW06, modelo RC à combustão – e o que sobra, geralmente gasto tocando guitarra.

A minha paixão pelos pequenos começou por volta de 2009, numa antiga empresa em que eu trabalhava. Lá, havia um amigo que tinha um RC off-road, o Kyosho DBX. Lembro até hoje a primeira vez em que o guiei. Foi incrível – não tinha a mesma sensação de pilotar um carro de verdade, mas também é totalmente diferente de um jogo, e meu deus, como era difícil e arisco.

Naquele instante decidi que precisava ter um. No começo da pesquisa, pensei em comprar peça por peça e ir montando aos poucos, o que seria bom para aprender de forma crescente – mas a falta de dinheiro pesou, pois é um hobby salgado. Fui adiando a ideia, até que na empresa em que estou hoje apareceu um cara querendo vender o dele, completo. Isso foi em dezembro do ano passado.

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Este foi o modelo do primeiro RC que eu vi

Resumindo a história, meu colega estava querendo trocar o carrinho dele por um elétrico, pois não tinha mais tanto tempo para fazer a manutenção. Quando ele anunciou a venda não demorei a perguntar quanto ele queria: 800 dilmas só no modelo. Queria comprar naquele instante, mas ele precisava achar o tal do elétrico. Na hora em que isso aconteceu, o preço mudou: R$ 900. Foi um pequeno susto, mas pela grana extra viria a caixa de ferramentas, peças reservas, duas bolhas, rodas extras e mais 300 ml de combustível. Não pensei duas vezes: bati o martelo, peguei a criança e no mesmo dia fui brincar com ele.

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Eis meu RC com sua bolha de corrida.

No dia em que peguei o carrinho fui com seu ex-dono em uma rua meio abandonada, uma reta com ao menos 500 metros de extensão. Ele para se despedir do carrinho e para me dar uns toques de pilotagem, e eu para tentar aprender e não destruir meu novo presente. De cara vi a diferença entre um on-road e um off-road. É mais potência, mais aderência e… muito mais velocidade!  Ver o pequeno arrancar e acelerar daquele jeito foi algo épico.

Cheguei em casa com aquela caixa enorme e logicamente meu pai perguntou o que era. Quando expliquei do que se tratava, ele deu risada e disse que voltei a ser criança – só olhei para ele e disse que, se eu fosse criança, jamais conseguiria guiar um carrinho daqueles! Ele é rápido demais, muito ágil e arisco. Minha namorada já pressentiu o que estava por vir e disse: “perdi o namorado!”. Sinceramente, a concorrência é alta (brincadeira amor, sei que você gosta tanto dele quanto eu).

Mas carros rápidos sempre correm riscos, independentemente de ser um automóvel ou um modelo em escala. No começo deste ano, em um dia de track day (bem, quase isso), estava com minha turma dando umas voltas em uma pista no Parque da Cidade de Jundiaí, quando escapei da pista. Confesso que não sei muito bem o que aconteceu – só sei que quando fui pegá-lo, vi a suspensão mole: lá se foi o meu suporte de suspensão.

Estou com ele parado há um mês. Ainda não achei a peça para comprar, mas pretendo pegar uma de fibra de carbono. Minha ideia com este Kyosho é trocar alguns componentes para ganhar ainda mais desempenho, como as engrenagens de marcha, o pipe (escapamento) por outro de maior fluxo e talvez trocar o motor. Quero também substituir sua bolha de corrida (a amarela), que já está bastante judiada. Tenho quase certeza que a aerodinâmica dela está prejudicando meu desempenho – o problema é achar um modelo bacana a um preço que não seja exorbitante.

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Aí está meu suporte de suspensão danificado…

O grande obstáculo do automodelismo é que é um hobby meio salgado. Os carros não são tão baratos mesmo quando usados – e as peças, muito menos e são raras. É tudo bastante específico, há poucas pessoas no meio e há poucas lojas no mercado. Outra alternativa é importar componentes: com paciência e boa vontade você acha muita coisa no eBay e até no Deal Extreme.

Se você não quiser morrer intoxicado, sugiro sempre brincar em lugares abertos. O cheiro do combustível, uma mistura de metanol, nitrometano e óleo de mamona, é bem forte – num outro post explico melhor como a mistura funciona. Um galão de 3,6 litros custa em média R$ 160 – apesar do galão durar bastante, com essa grana dá pra encher o tanque de um carro de verdade!

Para não ficar somente na pista e poder praticar e brincar no jardim de casa, comprei há pouco tempo um mini big-foot elétrico. É algo cômodo: dá pra brincar sem fazer barulho demais e sem muita sujeira – a menos que o enfie na terra.

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Este é meu Mini Big-Foot que eu uso para brincar em casa.

Bom galera, essa foi a história do meu projeto. Escolhi o nome “Mini Power” porque apesar de não ser um carro de verdade, quero prepará-lo para deixá-lo ainda mais potente. Espero encontrar aqui mais fãs deste hobby fascinante e prazeroso!

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Eis as entranhas do garoto

Por Maycon Tavares, Project Cars #55

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