Réplicas de rodas famosas sempre foram opções mais em conta para comunidade de fãs e donos de carros modificados, mas nos últimos anos sua popularidade aumentou bastante, em parte graças à internet e a facilidade para encontrar e comprar componentes automotivos. Existem, porém, rodas falsificadas, o que é diferente. E uma das marcas mais falsificadas é a BBS, que não está nada satisfeita com isto.
A BBS surgiu em 1970, fundada por Heinrich Baumgartner e Klaus Band, na cidade de Schiltach, na Alemanha — o nome “BBS” vem dos sobrenomes dos fundadores e da cidade onde a companhia foi estabelecida (Baumgartner Band Schiltach). A BBS foi pioneira no desenvolvimento e fabricação de rodas de três peças para carros de corrida, e o design de seus modelos é emblemático e reconhecido por praticamente qualquer um que seja minimamente ligado em carros.
A combinação de tradição e visual que fica bem em praticamente qualquer carro certamente ajudou na sua popularidade. Mas elas não são exatamente baratas, o que naturalmente estimulou outras marcas a criar modelos inspirados nelas. Mas também surgiram as falsificações — cópias quase exatas no visual, porém nem sempre na qualidade. E é nas fabricantes destas réplicas que a BBS está mirando em sua “guerra contra as rodas falsas”.
Recentemente, a BBS procurou seus advogados e a polícia para investigar um esquema de importação de rodas BBS falsificadas para a Europa. As rodas eram do modelo CH-R, popular entre os fãs de carros japoneses, e segundo informações da marca, eram visualmente indistinguíveis das rodas originais. O esquema foi interrompido e as rodas confiscadas, mas as investigações ainda estão correndo, e por isso a BBS não deu mais detalhes, limitando-se a dizer que as rodas serão examinadas e destruídas. Esta é só uma de várias operações semelhantes que a BBS está promovendo por toda a Europa.
Isso deixou a marca preocupada com seu futuro e, por isso, quer impedir a atuação de quem fabrica e comercializa falsificações — quem compra pelo visual e não se importa com a qualidade, certamente vai pelo caminho mais barato. Se uma empresa fabrica rodas idênticas a modelos da BBS, existe a possibilidade de que ela entre na mira da companhia cedo ou tarde.
Agora, você certamente está pensando naquelas rodas “raiadas”, com bordas polidas, que marcaram época nos BMW da década de 80 e nos VW nacionais, como o Santana EX e versões esportivas do VW Gol, que nos últimos tempos se multiplicaram em versões genéricas a preços bem mais baixos, feitas por fabricantes menores — você já deve tê-las visto por aí.
Mas antes de lamentar, saiba que a maioria das rodas falsificadas não passa pelos mesmos testes de qualidade que as originais. Rodas não são apenas um elemento estético, e não servem só para segurar os pneus e abrigar os freios: elas são componentes que passam por estresse e, se não tiverem resistência o suficiente, podem quebrar no pior momento possível — com o carro em alta velocidade, por exemplo —, causando acidentes.
Não é apenas esta a questão: rodas falsificadas são também são ruins para a própria BBS, pois causam prejuízo e danificam a imagem da marca — vale lembrar que, nos últimos anos, a marca pediu falência duas vezes — em 2007 e 2011, por problemas financeiros. Não é absurdo dizer que as falsificações podem levar a empresa à falência pela terceira vez — afinal, pesquisa de design e tecnologias de produção custam muito dinheiro e, na hora de recuperar o investimento, a BBS precisa concorrer com produtos visualmente idênticos e, quase sempre de pior qualidade. É bom ficar atento para não comprar uma destas cópias.
[ Fotos: pyiu, motor-talk.de, dgworks.com.br ]