Como vimos anteriormente, rock e carros têm muito em comum — algo a ver com a sensação de liberdade ou o timbre rouco dos motores e guitarras. Deve ser por isso que vários rockstars sejam tão ligados nos motores como Brian Johnson do AC/DC e Nick Mason do Pink Floyd, que têm coleções tão incríveis que mereceram um post exclusivo sobre elas.
Mas eles não são os únicos — Billy Gibbons do ZZ Top, por exemplo, é tão conhecido por suas guitarras bizarras quanto por sua coleção de hot rods exclusivos (que ganharão um post especial mais adiante) e até mesmo James Hetfield do Metallica, um cara que você talvez nem imaginasse que fosse fã de carros e motores, tem os seus especiais. Um deles aliás, acaba de ser escolhido o “Custom Car of The Year” da Goodguys Rod & Custom Association.
James Hetfield tem uma garagem repleta de hot rods, mas o modelo que lhe rendeu o prêmio é diferente de todos os outros. Em vez de ser baseado em um clássico dos anos 1930, ele foi projetado, modelado, esculpido e construído do zero, como se fosse um carro novo do começo do século passado trazido diretamente para a garagem do frontman do Metallica.
Como um bom hot rod, a inspiração vem diretamente do período pré-guerra, algo que se nota no estilo “gota d’água” que esteve em alta naquela época por suas formas aerodinâmicas. O carro usa um chassi especial, que teve como ponto de partida um par de longarinas de um Jaguar 1948 e as chapas contínuas e sem emendas foram modeladas pelos californianos Marcel e Luc De Lay, dois dos maiores especialistas em fabricação de carrocerias da atualidade.
Segundo Hetfield, a dupla modelou todas as chapas com base apenas em desenhos em uma folha A4 — o que torna o resultado ainda mais impressionante — e quase ninguém acredita que o carro não foi baseado em nenhum outro modelo.
A densa pintura preta foi feita por um estúdio especializado em cores clássicas e usa acabamento PPG. Já o acabamento interno foi feito pelo especialista em interiores de hot rods, Ron Mangus, com couro branco e detalhes dourados em contraste com a carroceria preta.
Por último, mas não menos importante, temos o motor — um tradicional V8 302 Ford de 380 cv, número relativamente modesto, mas nesse caso, a potência é apenas mais uma frase bem colocada no arranjo da música. O que importa mesmo é o conjunto da obra — coisa que Hetfield sabe fazer como poucos.